Adiantamentos para renovação de concessões ferroviárias, construção de novas redes e terminais portuários, compra de locomotivas e navios, além da construção de extensos dutos de mineração, consomem atualmente somas consideráveis de investimentos das mineradoras no Brasil. As empresas alegam boas razões para isso. O objetivo, dizem, é ampliar e melhorar os corredores logísticos utilizados para escoar a produção.
As exportações de minério de ferro subiram quase 10% em 2023, para 378,3 milhões de toneladas, e as receitas, 5,6%, para 30,5 mil milhões de dólares. De janeiro a agosto deste ano, as vendas externas totalizaram 252,7 milhões de toneladas (alta de 6,1% sobre igual período de 2023), com receita de US$ 20,7 bilhões (crescimento de 9%). A preocupação com a infraestrutura, portanto, é estratégica. “A Vale investe continuamente na melhoria e expansão da infraestrutura portuária e ferroviária para aumentar a capacidade e a eficiência do transporte”, afirma Vagner Loyola, diretor da cadeia integrada de valor de ferrosos da empresa.
De 2012 a 2023, a Vale investiu cerca de R$ 50 bilhões em portos e ferrovias. Agora prevê mais R$ 24,7 bilhões, dos quais R$ 11,8 bilhões são para pagamento da outorga antecipada das ferrovias Carajás, que liga províncias minerais do Pará ao porto de Itaqui (MA), e Vitória Minas – que liga Minas Gerais para o Espírito Santo – e R$ 9,3 bilhões para a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste.
Responsável pelo transporte de minério de ferro da Usiminas e CSN, a MRS Logística tem como foco modernizar seus 1.643 km de trilhos que atravessam 107 municípios de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo e transportam produtos minerais pelos portos cariocas de Itaguaí e Mangaratiba.
“Em 2023, a empresa investiu R$ 1,8 bilhão, com foco principalmente na sustentabilidade do negócio e no cumprimento de suas obrigações regulatórias, além de ampliar a capacidade de acesso ferroviário à Baixada Santista [SP]”, afirma Raphael Steiman, diretor comercial da MRS. Este ano, investiu mais R$ 1 bilhão na compra de novos vagões e locomotivas.
A logística também é crucial para a Bahia Mineração (Bamin), afirma Eduardo Ledshman, CEO da subsidiária brasileira da Eurasian Natural Resource Corporation do Cazaquistão. Em 2023, a Bamin investiu R$ 1,8 bilhão no projeto integrado que inclui a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), com 537 km de extensão, e suas ligações com a Mina Pedra de Ferro, em Caetité, e Porto Sul, em Ilhéus (BA). . “A previsão é que durante a implantação do projeto sejam lançados no mercado 200 pacotes de contratação de obras de engenharia, pessoal, fornecedores e materiais, no valor total de R$ 25 bilhões, até 2027”, diz Ledshman.
Joint venture entre a Anglo American e a brasileira Prumo Logística, a Ferroport decidiu desembolsar R$ 125 milhões para garantir o pleno funcionamento do terminal de minério de ferro do Porto do Açu, em São João da Barra (RJ). O terminal recebe o produto por meio de um mineroduto de 529 km que liga uma mina da Anglo American em Conceição de Mato Dentro (MG) ao porto. “O principal desafio é garantir a movimentação anual de 30 milhões de toneladas de cargas utilizando a infraestrutura atual”, afirma Carsten Bosselmann, CEO da Ferroport.
A americana Alcoa vive momentos de euforia com a retomada das operações da fábrica de alumínio Alumar, no Maranhão, que produz atualmente 3 milhões de toneladas por ano. Para manter essa capacidade operacional, a empresa anunciou este ano o investimento de cerca de R$ 1 bilhão para construir uma frota própria com quatro navios para operações de cabotagem na Amazônia. A expectativa é que as embarcações transportem cerca de 6 milhões de toneladas de bauxita por ano da mina de Juruti, no Pará, até a refinaria da Alumar, em São Luís, onde grande parte de sua produção vai para o exterior. “A incorporação de navios à frota própria é um passo inédito para a Alcoa no Brasil e faz parte do início do nosso processo de verticalização para integrar ainda mais a operação entre a mina e a refinaria”, afirma Daniel Santos, presidente da empresa.
Enquanto o setor privado faz seus investimentos em logística e infraestrutura de transporte, o governo incentiva as empresas em seus planos de aumento de capacidade, analisando e agilizando projetos e financiamentos, segundo Alex S. de Ávila, secretário nacional de Portos do Ministério dos Portos e Aeroportos. Segundo ele, a intenção do governo federal é promover 35 leilões de arrendamento e concessão até 2026. Pelo menos dois serão em áreas relevantes: nos portos de Itaguaí (RJ), com previsão de investimentos de R$ 3,5 bilhões em um novo terminal, e Vila do Conde, em Barcarena (PA), com investimento previsto de R$ 1 bilhão. “O objetivo é aumentar a capacidade de atendimento às exportações de minerais brasileiros”, afirma o secretário.
Para Julio Nery, diretor de sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), porém, capacidade limitada e opções de fluxo restritas, disputas com outras cargas, malha rodoviária precária, altos custos de transporte e um sistema complexo e burocrático para exportação são obstáculos para aumentar o competitividade do setor mineral no país. “O fundamental ainda são as rodovias, importantes para minerais como o lítio no vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. São estradas que precisam de melhorias tanto para escoar a produção quanto para receber insumos nas unidades operacionais”, afirma.
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