A agenda ESG da mineração, especialmente aquela que se refere ao S, de social, e ao G, de governança, tem o desafio de mudar a imagem de um setor tradicionalmente masculino e pouco diversificado – a atividade, até poucos anos atrás, nem sequer tinha banheiro feminino em algumas de suas áreas de produção. As empresas associadas ao Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) assumiram o compromisso de aumentar a participação das mulheres para 34% até 2030 (elas representavam 17,6% da força de trabalho do setor em 2022), com 35% em cargos de liderança, muito superior ao atuais 20,8%.
Mineradoras como Anglo American, Kinross e Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) consolidaram, nos últimos anos, programas que visam tanto aumentar a diversidade de seus colaboradores quanto atender de forma mais eficaz às demandas das comunidades impactadas por suas operações. Desencadeados por grandes mineradoras e já difundidos em todo o setor, programas e estratégias envolvendo as letras S e G dão resultados, segundo Bernardo Mascarenhas, vice-presidente e sócio do Grupo Fesa, ecossistema de RH. “Percebemos mudanças desde 2019. Há uma preocupação constante na formação, no desenvolvimento e na alfabetização dos seus principais líderes sobre a importância da diversidade”, afirma o executivo.
Segundo ele, pesquisas mostram que as mineradoras com ações efetivas de diversidade de gênero tiveram aumento de 21% na lucratividade, as com diversidade étnica e racial obtiveram aumento de 33% na lucratividade e as que reúnem os grupos S e G, incluindo faixa etária de diversidade , a assertividade na tomada de decisões aumentou 87%. Isso se deve aos ganhos em inovação. “As empresas que abrem suas portas para mais mulheres, pessoas de cor, LGBTQIA+ estão abrindo portas para novas ideias. Há também o impacto positivo gerado na reputação e na imagem da organização”, afirma Mascarenhas.
Este ano, a Kinross Brasil Mineração contratou, pela primeira vez, operadores dos chamados equipamentos móveis, que são os gigantescos caminhões amarelos que percorrem as minas de ouro da empresa, em Paracatu (MG). “Tivemos 970 inscrições, mostrando que há uma demanda forte. Em 2020, de cada seis contratações, uma era mulher. Agora, de cada três, uma é mulher”, afirma Eduardo Magalhães, diretor de RH da empresa.
Ana Cunha, diretora de relações governamentais e responsabilidade social da Kinross, mineradora responsável por 22% da produção nacional de ouro, observa que, embora o foco interno do programa não seja nas questões raciais e étnicas, o tema muda quando se trata de ações em comunidades locais. “Paracatu é uma cidade com mais de 70% de população negra. Quando definimos ações em educação e cultura, questões de gênero e raça são temas centrais de discussão”, afirma.
Há espaço para progresso, mas estamos no caminho certo”
-Eduardo Faria
A escuta ativa, segundo ela, também se tornou relevante como forma de integração e inclusão para a tomada de decisões. “Nosso processo de escuta hoje é de porta em porta para entender as demandas e a partir daí geramos uma cartografia social”, diz Cunha. O programa Integrar, guarda-chuva de investimento social da mineradora, investirá R$ 28 milhões em capacitação e capacitação. “Os investimentos são definidos com base nas necessidades dos envolvidos, não nas nossas”, afirma.
Única mineradora entre as 75 empresas que compõem o Idiversa, primeiro índice latino-americano composto por empresas que se destacam em práticas de gênero e raciais, a CBA tem investido em S e G em seus programas. “Há cinco anos tínhamos 8% de mulheres no quadro, hoje temos 18%”, afirma Leandro Faria, gerente geral de sustentabilidade da CBA. Nos cargos acima da gestão, o percentual é de quase 22%. A meta é ter 25% até 2025, segundo Faria. “Há espaço para progresso, mas estamos no caminho certo.”
A Anglo American, uma das primeiras do setor a criar uma área exclusiva para tratar de inclusão e diversidade, criou uma gestão específica para realizar ações voltadas à inclusão, diversidade e saúde mental. A meta é atingir 40% de representatividade feminina em cargos de liderança até 2027. Hoje, entre os 12 diretores da mineradora no Brasil, cinco são mulheres, incluindo o presidente. Segundo Ivan Simões, diretor de assuntos corporativos e sustentabilidade da S, o foco está nas questões de educação, saúde e geração de renda para as comunidades; em G, a diversidade e a inclusão estão incluídas. “Nosso objetivo é renovar a mineração e melhorar a vida das pessoas”, diz ele.
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