Na convenção que lançou a candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (Psol) a prefeito de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu sua condição de principal líder eleitoral do parlamentar e disse se sentir tanto “candidato quanto ele”. Lula disse que quer ser o responsável por uma eventual vitória na disputa municipal, destacando a importância da eleição na capital paulista para o conselho político nacional.
Lula, ministros e demais lideranças partidárias presentes destacaram o caráter nacional da disputa e como a vitória de Boulos será importante para derrotar a extrema direita representada pelo bolsonarismo e consolidar a reeleição do atual presidente em 2026.
Outro aspecto que também foi bastante reforçado na convenção foi a comparação entre os apoiadores de Boulos e os que estão ao lado do atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), que conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, responsável por indicação do vice-presidente, o ex-coronel Mello Araújo (PL).
“Poderemos comparar quem é com fulano de tal. Tem um aí [Nunes] que ele não tinha nem candidato a vice-presidente e o Bolsonaro fez ele engolir um candidato que foi quase um ditador na Ceagesp”, afirmou Lula em referência a Mello Araújo, que presidiu a Ceagesp – empresa federal – no governo Bolsonaro.
O presidente destacou ainda que, com a vitória da chapa petista em São Paulo, o Brasil nunca mais será governado pela extrema direita, que chamou de “fascista e nazista”, acentuando o caráter nacional da disputa paulista.
Presentes, os ministros Fernando Haddad (Finança) e Marina Silva (Meio Ambiente) reforçaram a ideia de que o resultado eleitoral em São Paulo é um sinal do que pode acontecer no país a partir de 2026, além de citarem a importância de vencer o candidato do ex- presidente Bolsonaro.
Ex-prefeito volta ao PT como vice-presidente
Esta será a primeira eleição em São Paulo desde a redemocratização, em 1985, em que o PT não terá candidato próprio. O partido indicou a ex-prefeita Marta Suplicy, que voltou ao partido graças a Lula, como vice-presidente. Lula minimizou a perda de protagonismo ao apresentar Guilherme Boulos como candidato de todos os oito partidos que compõem sua coligação. Nos bastidores, há certo descontentamento e resistência de militantes ao fato do PT não liderar a chapa.
No evento, a candidatura de Boulos também fez questão de destacar que terá o apoio de três ex-prefeitos de São Paulo eleitos pelo PT: Luiza Erundina, hoje no Psol, Marta Suplicy e Fernando Haddad. Eles foram chamados por Lula para tirar uma fotografia que, segundo o presidente, deveria ser exposta em todos os cantos da cidade.
Ao falar, Boulos também reforçou o caráter plebiscitário da disputa municipal, citando em mais de um momento a experiência administrativa de seus apoiadores – aspecto criticado por seus adversários, já que o parlamentar nunca ocupou cargo no Executivo.
“O que está em jogo é a mensagem que São Paulo dará ao Brasil nos próximos anos”, afirmou o candidato.
Sem citar diretamente Bolsonaro, Boulos também explorou os apoiadores de seu principal adversário na disputa, Ricardo Nunes. “Na convenção de alguns dos nossos adversários, eles vão querer esconder quem é o apoiador. Aqui temos mais orgulho de mostrar o nosso”, declarou. Além de Haddad, outros ministros do governo federal participaram da convenção.
A convenção de Ricardo Nunes, marcada para 3 de agosto, ainda não tem confirmação da presença de Jair Bolsonaro.
O candidato, assim como Lula e os ex-autarcas progressistas, que também falaram, mencionaram a necessidade de enfrentar as desigualdades sociais e de governar com foco particular nos pobres. “Quero derrubar os muros que separam os Jardins [bairro nobre de São Paulo] da periferia da cidade”, disse Boulos, que também fez questão de mencionar sua experiência na luta por moradia em São Paulo como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). “Não vamos, como quem está aí, governar para meia dúzia de construtoras e empresas de autocarros”, afirmou o candidato.
A segunda candidatura de Guilherme Boulos a prefeito de São Paulo – foi derrotado em 2020 pelo ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), falecido em 2021 – utiliza elementos que estiveram presentes nas campanhas passadas de Lula, especialmente em 2002, quando foi eleito para o Presidência pela primeira vez com um discurso marcado pela moderação e pela esperança. O slogan da chapa é “Amor por São Paulo”, que utiliza símbolos semelhantes aos da campanha de Lula 2022.
Marta Suplicy, única que leu um discurso na convenção, mencionou indiretamente sua volta ao PT – colocando Lula como o principal responsável pela chapa – e disse que “esse é o seu verdadeiro lado na política”. Ela também reforçou o discurso da busca pela pacificação em meio à polarização entre lulistas e bolsonaristas. “Aqui abandonaremos o ódio, aqui a democracia terá um novo impulso. O resto, pessoal, é um revés.”
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