Ó Embaixador André Corrêa do Lago, secretário para o clima de Ministério das Relações Exteriores (MRE), não acredita que a defesa de exploração em Petróleo no margem equatorial feito nos últimos dias por Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderá manchar a imagem que o Brasil quer assumir como país liderança ambiental.
Corrêa do Lago participou nesta terça-feira (2) do T20um grupo de engajamento que reúne grupos de reflexão e institutos de pesquisa no âmbito G20na sede do BNDESno Rio. Aos jornalistas, ele defendeu que o debate sobre a exploração na faixa que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá deveria ser estimulado no país.
Para o embaixador, as atividades na região não comprometem a mensagem que o Brasil quer transmitir na presidência rotativa do G20, grupo das maiores economias do mundo, e do COP30uma conferência sobre o clima que terá lugar no próximo ano, em Belém.
“O debate sobre a margem equatorial e sobre o petróleo é muito importante para estimularmos dentro do Brasil. Acho que o presidente está levantando essa questão porque exige um certo consenso nacional, pois será uma política de Estado e não apenas deste governo”, afirmou.
A Petrobrás há mais de um ano tenta aprovar licença para perfurar um poço de petróleo no Amapá, em tigela de Foz do Amazonas. As tentativas foram negadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente de Recursos Renováveis (Ibama). Nas últimas semanas, o presidente Lula e o presidente da Petrobras, Magda Chambriarddefendeu a exploração da estatal em entrevistas e discursos públicos.
O secretário do Itamaraty destacou que os países que participam das discussões do G20 e da COP têm investido massivamente em combustíveis fósseiso que justifica a discussão sobre o tema nos países em desenvolvimento.
“Há espaço para este debate porque se os Estados Unidos produzem petróleo, se a Noruega produz petróleo, se o Reino Unido produz petróleo, como é que esta lógica se aplica a um grande país em desenvolvimento como o Brasil?”
Ele defende que o debate leva em conta a capacidade do petróleo de atrair investimentos e evidências científicas, como o relatório da Agência Internacional de Energia, que apontou que o consumo de petróleo deve reduzir em escala global a partir de 2025.
“Todas essas questões têm que ser levadas em consideração para que o Brasil possa tomar uma decisão sobre a margem equatorial que vem de um grande debate científico informado e que também leva em conta como você vai utilizar os recursos. Esse é o grande debate nacional que tem que acontecer nos próximos meses”, afirmou.
O embaixador, que participa da aliança global de biocombustíveis liderada pelo Brasil com NÓS Isso é Índiaafirmou ainda que os países estão alinhados nas discussões para ampliar o uso de combustíveis sustentáveis nos membros do G20.
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