As pressões enfrentadas pelas ações de tecnologia nos últimos dias, que provocaram um forte movimento de desvalorização das bolsas de Nova York, ganham um novo ingrediente nesta sexta-feira, com o apagão cibernético enfrentado pela Microsoft, que afeta empresas de todo o mundo. As ações da empresa caíram 1,76% nas negociações de pré-mercado, enquanto os futuros dos principais índices bolsistas americanos ajustaram-se em baixa, também com os agentes atentos à subida dos rendimentos dos Treasuries, enquanto o “negócio Trump” continua no radar.
Os ativos nacionais, no entanto, poderão libertar-se do ligeiro mau humor observado no exterior, num momento em que a atenção dos agentes se volta para a questão fiscal interna. O anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no final da tarde de ontem, de um congelamento de R$ 15 bilhões neste ano, entre bloqueio e contingenciamento de despesas, trouxe certo alívio até no fechamento de negócios no mercado futuro, o que poderá estender para a sessão de caixa desta sexta-feira.
“Não resolve tudo e o governo precisará entregar mais, mas é um anúncio positivo”, afirma um profissional de mercado. Para ele, é possível nesta sexta-feira alguma descompressão dos prêmios de risco do mercado, dependendo, principalmente, do comportamento dos ativos internacionais.
Portanto, o mercado também deve ficar atento às últimas declarações dos dirigentes do Federal Reserve (Fed) antes do período de silêncio e às informações sobre a eleição presidencial dos Estados Unidos, num momento em que grande parte da imprensa americana tem apontado para a chance do presidente Joe Biden desiste de concorrer à reeleição. O site de apostas PredictIt mostra 60% de chance de a vice-presidente Kamala Harris ser a candidata democrata nas eleições de novembro, contra 20% de chance de Biden permanecer na disputa eleitoral.
No pré-mercado em Nova York, o EWZ, principal fundo de índice (ETF) de ações brasileiras negociadas em Wall Street, subia 0,53% recentemente, em um sinal levemente positivo para os negócios desta sexta. justo na abertura. Vale destacar também que os diretores do Banco Central Paulo Picchetti (assuntos internacionais) e Diogo Guillen (política econômica) se reúnem com dois grupos de economistas de mercado, a portas fechadas, para reuniões trimestrais sobre a situação econômica.
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