Os Jogos Olímpicos de Paris só começam no final deste mês, mas já é possível afirmar quem será uma das grandes estrelas do maior evento esportivo do mundo: a Madeira. O material estará presente na estrutura de quase todos os principais prédios — da vila dos atletas aos ginásios de competição — e ancora a ideia de tornar esta edição a mais sustentável da história das Olimpíadas.
Um dos edifícios mais emblemáticos é o Centro Aquático, local de provas de natação, nado sincronizado e mergulho, que conta com 50% de madeira e outros biomateriais na sua estrutura. O teto será o maior em madeira do mundo, medindo 90 metros de comprimento e contendo 2,7 mil metros cúbicos de matéria orgânica. Nele instalado um parque de energia solar de cinco mil metros quadrados abastecerá parte do complexo.
No interior, bares e restaurantes foram construídos com resíduos de construção. As cinco mil poltronas para espectadores são feitas com plástico 100% reciclado, recolhido nas escolas da cidade.
A Village des Athletes ocupa uma área de 500 mil metros quadrados em Seine-Saint-Denis, uma região industrial ao norte de Paris, com antigos armazéns que foram, em parte, reformados.
A vila é composta por 82 prédios residenciais, com três mil apartamentos preparados para receber 14 mil atletas olímpicos e oito mil paraolímpicos. A maior parte dos edifícios foi feita com vigas de aço e “woodframe” cobrindo as fachadas, o que reduz a pegada de carbono em 30% em comparação com o método de construção tradicional.
A partir de novembro, após o evento, a vila será devolvida à cidade como um novo bairro sustentável, com três hectares de parques e sete hectares de jardins. As residências, praças, escritórios e 3,2 mil metros quadrados de lojas nas fachadas ativas deverão abrigar seis mil moradores e gerar seis mil vagas de emprego.
Os apartamentos serão destinados a programas de habitação social (30%) ou ofertados no mercado imobiliário (70%). “O governo francês determinou que os prédios tivessem plantas reversíveis para terem flexibilidade de uso ao longo do tempo”, explica o arquiteto Gui Sibaud, sócio-fundador do escritório franco-brasileiro Tryptique, responsável por um dos blocos residenciais da vila.
Segundo ele, alguns apartamentos serão escritórios, e outros poderão ser aumentados ou reduzidos, conforme a necessidade. “A divisória programática, com lojas e escritórios nos prédios, também ajudará a diversificar o fluxo de pessoas após o evento”, afirma Sibaud.
Sobre o uso da madeira, o arquiteto afirma que foi fundamental que os projetos cumprissem a cota de carbono estipulada pelo governo francês. “Os Jogos Olímpicos serão uma boa vitrine para incentivar o uso da madeira na construção civil”, avalia.
O arquiteto Luciano Aguiar, sócio da ITA Engenharia em Madeira, concorda. Para ele, os Estados Unidos, o Canadá e os países europeus já aceitam há mais tempo o uso da madeira no setor. “Essa barreira cultural já foi superada”, afirma. Especialista no aproveitamento do material, Aguiar acredita que a tendência agora começa a ganhar força também no Brasil — país que não tem excelência no assunto, mas é um prodígio em tecnologia florestal, que lhe permite ter jazidas de madeira de reflorestamento para exploração contínua.
A maior construção em madeira da América Latina é do ITA: Escola Moradas Infantis Canuanã, da Fundação Bradesco, no Tocantins. O projeto Rosenbaum + Aleph Zero tem 25 mil metros quadrados e serve como moradia temporária para estudantes da região, filhos de ribeirinhos e indígenas.
“Como fica em uma região distante, optamos por kits de madeira engenheirada, que foram transportados e montados no local em oito meses. Isso tornou o projeto mais acessível financeiramente”, explica.
O arquiteto destaca que, além da vantagem financeira, a madeira aborda principalmente a questão da sustentabilidade. “Uma placa de madeira de mil metros retém cerca de cem toneladas de carbono. E, ao contrário do concreto e do aço, é um recurso renovável e uma cadeia de baixo consumo de energia.”
MASTERCASA ITAIPAVA É PATROCINADA PELO CRAS MADEIRA
O Cras Madeira patrocina a Mastercasa Itaipava 2024, que começou ontem e vai até 11 de agosto, em Petrópolis, na região serrana do Rio. O evento ocupa uma residência colonial da década de 1970, com jardins e árvores centenárias, cercada por Mata Atlântica. Em seus ambientes, os arquitetos mostram tendências e inovações com foco na sustentabilidade. O Cras terá uma “loja” de inverno na área externa.
A SEGUNDA FASE DE LANÇAMENTOS DO LINDENBERG IBIRAPUERA
Eztec e Lindenberg estão lançando o Design Tower, segunda fase do Lindenberg Ibirapuera. O empreendimento é resultado de uma joint venture entre as duas construtoras e tem VGV superior a R$ 650 milhões, incluindo a primeira fase, lançada no ano passado: a Art Tower. O projeto inspirado em ousadas residências internacionais é do designer de arte uruguaio Carlos Ott.
EDIFÍCIO EM ITAPEMA TERÁ PUB COM VISTA MAR
O Edify One, em Itapema, litoral catarinense, se destaca por oferecer comodidades aos moradores, com área de lazer de 2.700 metros quadrados ocupando dois andares. O empreendimento tem 140 metros de altura, com apartamentos que variam de 227 a quase mil metros quadrados. O preço varia de R$ 9,5 milhões a R$ 40 milhões. Um dos destaques é o pub com varanda e vista para o mar.
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