O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu mais uma vez os gastos sociais para que a sociedade não perca a fé em suas instituições. Lula falou sobre o assunto ao mencionar o caso de uma mulher que foi flagrada, no ano passado, em condições análogas à escravidão em Santa Catarina. Após a denúncia, porém, a vítima teve que voltar a morar na mesma residência onde estava hospedada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Se a sociedade deixar de acreditar nas instituições, sabemos o que pode acontecer. Muitas dívidas ficam impagáveis. não pagar as coisas certas na hora certa? Quanto custou a este país não fazer a reforma agrária, não aumentar o custo da alimentação escolar?” perguntou Lula.
O caso citado pelo presidente é o de Sônia Maria de Jesus. Em 2023, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que autorizava o desembargador Jorge Luiz Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, a voltar a ter contato com Sônia – mesmo após o Ministério Público do Trabalho ter acusado sua família de mantê-la em situação análoga à escravidão.
No dia 6 de junho do ano passado, uma operação do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal retirou Sônia, de 50 anos, da casa onde morava desde criança. Ela é surda desde criança e não conhece a Língua Brasileira de Sinais. O juiz sempre negou as acusações de trabalho forçado e condições degradantes, afirmando que ela era tratada como seus filhos.
Sobre isso, Lula disse que tem interesse no caso e pedirá aos seus ministros que estudem o assunto. “Como pode haver uma decisão para que uma pessoa que está numa casa há 40 anos [em condições análogas à escravidão] voltar para aquela mesma casa? A casa onde ela trabalhava pertencia a um juiz, me interessei pelo caso e vou verificar o que realmente está acontecendo”, disse o presidente.
Lula falou sobre o assunto após participar da cerimônia de encerramento da 5ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, em Brasília. O presidente admitiu que foi orientado a ler o discurso para não cometer nenhuma gafe capacitista, termos usados para identificar discriminação e preconceito social contra pessoas com deficiência.
“Janja [primeira-dama] Ele me alertou sobre uma coisa: ‘cuidado com cada palavra que você fala porque essas pessoas têm uma sensibilidade aguçada’. Então decidi ler [meu discurso] para não dizer uma palavra que pudesse me causar problemas. Sou analfabeto e preciso aprender muito. Você veio aqui para dizer que merece ser tratado com respeito e dignidade”, completou.
Por fim, Lula disse que, apesar de reconhecer que um governo deve trabalhar para todos os brasileiros, seu governo sabe que os pobres e os deficientes são os que mais precisam.
“Você sabe que o mais importante para um homem público é quando ele faz a coisa certa. Normalmente, um governante tem que governar para todos, para os banqueiros, para os empresários, para todos. pessoas deste país. As pessoas reais e, entre elas, as pessoas com deficiência. É nojento para uma pessoa não gostar de outra porque tem um problema”, destacou.
No evento, o governo federal anunciou a criação do Sistema Nacional de Cadastro de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (SisTEA), que visa facilitar a emissão padronizada da Carteira de Identificação de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). O sistema é administrado pelo Ministério dos Direitos e Cidadania e operacionalizado junto aos órgãos implementadores da Política Nacional de Proteção dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista nos estados, Distrito Federal e municípios.
Foi também anunciado o Relatório Final do Grupo de Trabalho sobre Avaliação Biopsicossocial Unificada da Deficiência. Essas iniciativas, segundo o governo federal, se juntam ao Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Novo Viver sem Limite), lançado em 2023. O plano tem cerca de dez ações e conta com R$ 6,5 bilhões de investimento em ações para esse público.
Em outra frente, o governo lançou uma consulta pública sobre o quarto relatório nacional sobre o cumprimento da Convenção Interamericana sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas com Deficiência (Ciaddis). A consulta, que ficará aberta por um mês, permite o envio de dúvidas, observações, sugestões e críticas aos indicadores presentes no relatório.
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