O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta sexta-feira (5) a ampliação dos investimentos na área social e criticou a elite e seus antecessores no governo por não ampliarem as ações de combate à desigualdade no país.
Para um público de estudantes, professores universitários e ativistas em Osasco, região metropolitana de São Paulo, Lula reforçou o discurso “nós contra eles”, dos trabalhadores contra a elite.
“Neste país, sempre que tentamos implementar uma política social, alguém diz ‘gastamos demais’. Fico me perguntando quanto custou para esse país não ter reforma agrária na década de 50? Quanto custou a este país não ter universidade há 300 anos?”, disse o presidente. “Tem gente da elite brasileira que não gosta que eu fale isso. Tem gente que diz que não pode dizer ‘eles e nós, somos todos iguais’. Não é verdade. Nós não somos todos iguais. Tem gente que come dez vezes ao dia, tem gente que fica dez dias sem comer. Este é o país que queremos consertar”, disse ele.
Lula participou da inauguração das novas instalações do prédio acadêmico e administrativo da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios, no Campus Osasco da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O governo federal investiu R$ 102 milhões na obra.
“Vocês podem não gostar, mas vamos investir na formação de meninos e meninas deste país. Queremos os mais pobres, queremos a classe média e queremos que os mais ricos sejam tratados em igualdade de condições”, afirmou o presidente.
“Tem gente que não gosta que essas coisas aconteçam. Porque este país pensava que os trabalhadores pobres tinham que trabalhar. Que quem podia estudar era o filho do rico, que foi para Londres, para Chicago, para Paris, para Madrid, para Coimbra. Queremos que a filha de uma empregada doméstica seja médica. Não queremos uma sociedade dividida pelo berço em que a pessoa nasceu. O papel do Estado é garantir a todos, independentemente de religião, raça, time de futebol, condição financeira, a mesma oportunidade.”
Sem citar os nomes dos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), Lula afirmou que seus antecessores deixaram de investir nas universidades. Durante seu discurso, o presidente incentivou os estudantes da Unifesp, que cobravam melhorias na universidade, como a ampliação das moradias estudantis, a continuarem reivindicando.
“É lógico que você tem o direito de fazer exigências e todos os dias você tem que exigi-las, mas é importante lembrar que isso foi interrompido por muitos anos devido à falta de responsabilidade por parte dos governantes e dos ministros da educação”, disse Lula, em mensagem aos estudantes que cobravam melhorias no campus.
Ao lado de Lula, participaram do evento os ministros Camilo Santana (Educação), Fernando Haddad (Finança), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.
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