Executivos do setor participaram de painel de debate no Fórum Global de Agronegócios Aumentar a capacidade de escoamento da produção agrícola envolve incentivos para investimentos de longo prazo, regulamentação adequada e atenção às mudanças climáticas. Essa foi a avaliação de executivos que participaram de painel de debate sobre o tema, nesta sexta-feira (28/6), no Global Agribusiness Forum, que faz parte da programação do Global Agribusiness Festival, em São Paulo. Leia também SC busca reforçar sua posição como corredor logístico Rodovias paranaenses devem começar a receber obras de duplicação em 2025 O presidente interino da VLI, Fábio Marchiori, vinculou o avanço da logística no Brasil a três fatores. A primeira é a regulação, através de uma avaliação mais eficiente, por exemplo, de renovações de contratos de concessão ferroviária. A própria empresa negocia atualmente com o governo a renovação antecipada do contrato da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que vence em agosto de 2026. O segundo aspecto importante para alavancar investimentos em infraestrutura é o tributário, segundo o executivo. Ele argumentou que, por ser um importante fornecedor global de produtos do agronegócio e de outros segmentos, o Brasil não pode “exportar impostos”. “Mas o transporte não é considerado parte das exportações. Sou tributado e tenho dificuldade de repassar. E esse imposto vira um custo”, afirmou. Marchiori também defendeu mudanças na forma de aplicação das subvenções pagas pelas concessionárias de infraestrutura ao governo. Na visão do presidente interino da VLI, é importante determinar que esses valores que vão para os cofres públicos sejam destinados a novos investimentos em infraestrutura e logística no país. Além da Ferrovia Centro-Atlântica, a VLI possui a concessão de um trecho norte da Ferrovia Norte-Sul. Segundo o CEO interino, pelo menos dois terços das movimentações de cargas da empresa são provenientes da agricultura, principalmente soja, milho, açúcar e fertilizantes. “A logística é a grande parceira da agricultura, mas exige investimentos de longo prazo. Pensar no curto prazo dentro da logística, principalmente a granel, não funciona”, disse o executivo. Ele afirmou que o custo para formar um trem padrão de carga de grãos, com uma locomotiva e 80 vagões, gira em torno de R$ 75 milhões. Segundo ele, nos seus primeiros dez anos de existência, a VLI investiu, em valores nominais, cerca de R$ 10 bilhões. Hoje, investe, em média, R$ 2 bilhões por ano. “Precisa de dinheiro a longo prazo e de acionistas a longo prazo. E precisa de estabilidade regulamentar e estabilidade macroeconómica que garantam que o retorno do investimento corresponda ao risco”, argumentou. Saiba mais taboola Licenciamento Para Marcos Marinho Lutz, CEO do grupo Ultra, aumentar o ritmo dos investimentos em logística no Brasil envolve acelerar os processos de licenciamento ambiental sem perder a qualidade das avaliações das autoridades. Para se ter uma ideia do impacto dessa situação, ele usou como exemplo um terminal de granéis líquidos no porto de Santos (SP). Lutz afirmou que, atualmente, há quase R$ 1 bilhão em demourrage (multas por atrasos nos portos) por ano. Esse, segundo ele, seria o custo da ineficiência na aprovação da parte ambiental dos projetos. Atualmente, são quase R$ 1 bilhão em demourrage (multas por atrasos nos portos) por ano Porto de Santos / Divulgação “O BNDES é rápido para estruturar projetos financeiros, a economia privada tem condições de financiar grandes projetos. Existem investidores individuais globais colocando dinheiro, temos capacidade de gestão, devemos manter e aumentar a qualidade e a velocidade do licenciamento ambiental”, afirmou. A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa, destacou que os projetos de infraestrutura devem levar em consideração os riscos relacionados aos efeitos das mudanças climáticas. Ela disse ainda que mudanças na legislação tendem a incentivar investimentos em energia limpa e sustentabilidade nos transportes. “Temos que fazer um esforço no Congresso para aprovar uma legislação verde, que nos permitirá desbloquear investimentos em biocombustíveis, em biobunkers, SAF (Combustível Sustentável de Aviação). O Brasil pode ser uma solução para descarbonizar a navegação, a aviação no mundo”, disse. disse. Luciana reconheceu que o Brasil, por ser um país em desenvolvimento, ainda tem um custo de capital mais elevado quando comparado a outros países. Ela ressaltou, porém, que muitos investimentos não acontecem porque os interessados em investir não querem lidar com os riscos da falta de regulamentação. Logística e combate à fome Geyze Diniz, presidente do Conselho do Pacto Contra a Fome, defendeu que a logística tem um papel importante no combate à fome e na segurança alimentar, pois evita a perda e o desperdício de alimentos. Ela destacou a necessidade de tornar o transporte da produção mais eficiente também para os pequenos produtores rurais. “Temos que pensar na pequena cadeia. Nesse local temos muito desperdício. Esse transporte de produtos, frutas, verduras, tem uma reflexão importante sobre o que pode melhorar na cadeia logística de transporte. Isso vem por meio de políticas públicas, incentivos e gestão”, afirmou.
taxa de juros para empréstimo
o que cai na prova da pmmg
como fazer empréstimo no bradesco
bpc loas pode fazer empréstimo
sac banco bmg
bradesco empréstimo consignado
saturação idoso tabela
0