Medalhista de prata na estreia do skate nos Jogos Olímpicos, em Tóquio, em 2021, Kelvin Hoefler avançou novamente para a final da modalidade street, em Paris. Sua participação na decisão, na ensolarada tarde francesa desta segunda-feira (29), não foi nada ruim, mas desta vez seu desempenho foi suficiente apenas para o sexto lugar.
O brasileiro obteve 270,27 pontos, em competição de altíssimo nível na arena montada na Place de la Concorde. A medalha de ouro foi para o japonês Yuto Horigome, que registrou impressionantes 281,14 pontos. Completaram o pódio os norte-americanos Jagger Eaton, com 281,04, e Nyjah Huston, com 279,38.
Sete dos oito finalistas tiveram pelo menos uma pontuação na década de 90, tratada como difícil e excelente no skate. Entre os três medalhistas, contando todas as nove pontuações que entraram na pontuação (três de cada), nenhuma ficou abaixo de 90, sob repetidos e entusiasmados aplausos do público no centro de Paris.
Hoefler, de 31 anos, apesar da prata obtida no Japão, não chegou à França entre os atletas apontados como favoritos. Desembarcou em Paris, nas suas palavras, “sem aquele peso nas costas”. “Estou chegando mais tranquilo, acredito que vou me divertir um pouco mais. Já fiz o meu trabalho”, disse ele, antes de cumprir a palavra.
O paulista de Itanhaém ficou em 11º lugar no ranking de qualificação olímpica. Mas começou muito bem sua participação na fase de classificação e chegou à decisão na sexta colocação, com 265,24 pontos. Na final, voltou a ter desempenho consistente, marcando 270,27 e não ficou insatisfeito com o resultado.
Kelvin não teve um ciclo olímpico tranquilo. Após a vitória em Tóquio, ele admitiu ter perdido o foco na temporada seguinte, prestando mais atenção em gravar vídeos do que em competir. Depois, também teve problemas com lesões, que ressurgiram em Paris. Após uma queda nas eliminatórias, ele precisou receber atendimento médico devido a uma lesão na mão esquerda.
“Quebrei há uns três meses, já deu problema. Agora, machuquei o cotovelo também. Mas deu tudo certo. Foi bom, acordar”, brincou, ao final do round, com sua confiança alto. “Fiquei muito feliz. Estamos treinando, na batalha. Fiquei feliz com meu desempenho. Agora é hora de ir para a final e representar o Brasil.”
Foi isso que ele fez. Na primeira parte da decisão, com dois períodos de 45 segundos para explorar a pista, alcançou sua maior pontuação, que entrou na contagem final, na primeira tentativa, um 87,25. Ele foi para a segunda parte, que conta com cinco manobras únicas, das quais as duas com maior pontuação são contabilizadas em sexto lugar.
Antes do momento final, o telão mostrou um animado Snoop Dogg na arquibancada. O rapper norte-americano, que tem atuado como comentarista da NBC nos Jogos e marcado presença em diversas modalidades esportivas, aplaudiu quando Kelvin Hoefler alcançou excelente pontuação de 90,14 na primeira tentativa.
O brasileiro também obteve 92,88, o que lhe deu um total de 270,27. Ficou provisoriamente em terceiro lugar, mas acabou sendo superado pelos concorrentes em estado de graça. O ouro de Horigome, que havia conquistado a medalha da mesma cor em Tóquio, foi obtido na última chance, com incríveis 97,08.
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