É fundamental reconhecer que cada desafio superado e cada lição aprendida fortalece não só a minha trajetória pessoal, mas também a luta coletiva pela equidade e inclusão Getty Images É Julho Negro! 25 de julho é o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, e este momento do ano me lança quase automaticamente à reflexão: o que aprendi como executiva negra ao longo dos meus 20 anos de carreira, nove deles à frente da Kairós Management, e que gostaria de compartilhar com outros executivos em geral, mas, sobretudo, com executivos negros? Nunca pensei que a jornada como empreendedor pudesse me trazer tantos novos aprendizados. Afinal, quando fundei a Gestão Kairós já trabalhava há dez anos em grandes empresas. Neste último, em posição executiva em que liderou um orçamento de R$ 40 milhões em projetos no Brasil, Peru, Colômbia, EUA e China, inclusive dialogando com autoridades públicas e lideranças comunitárias de alguns desses países. Mas estamos sempre aprendendo e como era de se esperar, a Kairós Management me trouxe novos aprendizados. Naturalmente, todo o conhecimento acumulado nas empresas onde trabalhei foi base fundamental para esta jornada. Destaco tudo o que aprendi sobre sistemas de gestão em empresas nacionais e internacionais, a capacidade de construir relacionamentos, sobretudo, de dentro, e com outras áreas, para garantir que a sustentabilidade e a diversidade permeiem as mais variadas áreas de negócio das empresas. . Lidar com o racismo e o machismo estrutural com muita inteligência emocional, pois nos atinge em todos os lugares, além de construir e liderar projetos nas mais variadas culturas e nacionalidades. Nesse sentido, o que houve de realmente novo na Gestão Kairós? Compreender e vivenciar o poder das redes de relacionamento profissional foi, sem dúvida, o primeiro de todos os meus maiores aprendizados. Como mulher negra, “sem uma herança que importe”, como diz a socióloga Dona Bira, minha rede de relações no mundo do trabalho não foi herdada dos meus pais. Uma reflexão como essa pode parecer estranha, mas entre meus colegas C-Level é muito comum que as pessoas se conheçam desde a escola, ou que seus pais tenham trabalhado juntos em outras empresas, etc. Comecei a construir minha rede em 2005, enquanto ainda era estagiário. E, pasmem, minha rede se expandiu, consolidou e fez toda a diferença. Não teria sido possível empreender um empreendimento de tanto sucesso sem uma rede tão consistente! O segundo aprendizado foi: perceber que nem todo mundo tem perfil (conhecimentos, habilidades e atitudes) para ser empreendedor. Muitos de nós empreendemos negócios por talento, outros por necessidade e alguns, pela combinação dos dois. Todos os casos legítimos! Porém, também tenho visto muitas pessoas abrindo negócios porque estão cansadas dos modelos atuais de mercado de trabalho, do seu próprio trabalho ou do patrão. Bom, eu digo, empreendedorismo não é para quem está cansado, empreendedorismo é para quem quer trabalhar muito e fazer acontecer. Para ser um empreendedor no Brasil, e agora parafraseando Miss Bira, “com receitas que importam”, é preciso ter um forte apetite pela gestão de riscos, uma capacidade de lidar de forma criativa e inovadora e – por que não? – até feliz diante de desafios e dificuldades, sabendo que são sempre experiências de aprendizagem. Saber se adaptar ao mercado, às demandas e às mudanças do mundo com muito mais rapidez! Terceiro aprendizado: não é obrigatório, mas ser multidisciplinar e multifacetado ajuda muito. É claro que você terá consigo um excelente profissional de administração e finanças, mas se você mesmo não entender nem um pouco o negócio não vai avançar. O mesmo vale para inovação, técnicas de vendas, relações institucionais e, porque não, governamentais. E por aí vai. Não basta entender o produto e serviço que você oferece ou sua área de atuação, é preciso entender de empresas e de gestão. Quarto: se você tiver algum marcador de diversidade, quer seu negócio tenha algo a ver com isso ou não, um pouco de alfabetização é essencial. Quando nos tornamos empreendedores, não nos teletransportamos para fora da estrutura do racismo estrutural, do sexismo, entre outros. Pelo contrário: em maior ou menor grau, continuamos a lidar com as mesmas situações. Eu poderia dar uma lista interminável de exemplos em que, mesmo lidando com questões ESG, Sustentabilidade e Diversidade com algumas empresas, senti o peso de preconceitos inconscientes em minhas interfaces. Saber lidar com isso é essencial. Este ano, marcado, entre outros temas, pela reação ao tema ESG, incluindo a diversidade, em alguns setores de negócios, acredito que o poder da comunicação e poder falar em um dos veículos de comunicação mais importantes do Brasil, especialmente o lições aprendidas com uma mulher negra, no mês do Julho Negro para inspirar outras mulheres negras, é motivo de avanço e prova de comemoração. Portanto, ao celebrarmos o Julho Negro e refletirmos sobre minha trajetória como executiva negra na Gestão Kairós, é fundamental reconhecer que cada desafio superado e cada aprendizado adquirido fortalece não só minha trajetória pessoal, mas também a luta coletiva pela equidade e inclusão. Que possamos continuar construindo redes de apoio sólidas, enfrentando obstáculos com resiliência e inspirando outras mulheres negras a assumirem um papel de liderança no mundo dos negócios. Afinal, nosso sucesso não é apenas individual, mas um passo significativo rumo a um futuro mais justo e representativo para todas as mulheres. Liliane Rocha é CEO e fundadora da Gestão Kairós, consultoria especializada em Sustentabilidade e Diversidade, autora do livro Como ser um Líder Inclusivo e premiada como os 101 Principais Líderes Globais em Diversidade e Inclusão Mais Lidos
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