Inovação reforça avanços na logística do agro

“A substituição do diesel pelo biodiesel reduz as emissões de carbono em até 99%. O mercado exigirá cada vez mais empresas que tenham compromisso ambiental”afirmou o executivo. A iniciativa faz parte das ações da Amaggi, uma das empresas do agronegócio do país, para perseguir a meta de zero emissão de carbono até 2050.

Para poder realizar a navegação fluvial na região amazônica e enfrentar o constante assoreamento dos rios, a Transportes Bertolini criou seu próprio estaleiro, desenvolveu balsas para navegar em rios rasos e inventou empurradores adaptados. Em 2023, esse somatório de inovações foi responsável pelo transporte de 6 milhões de toneladas de soja e milho, informou Paulo Caleffi, diretor da empresa.

Os esforços de inovação em logística não se restringem às operações de transporte da produção. Em parcerias com diversas concessionárias de rodovias, a operadora de telefonia TIM passou a oferecer internet rápida nas rodovias que fazem parte dessa obra, o que também melhorou a conectividade nas propriedades rurais dessas rotas.

“Já temos 4,7 mil quilômetros de rodovias com o serviço. Veículos conectados trazem benefícios para o escoamento da colheita”, afirma Leonardo Belotti, diretor comercial corporativo São Paulo da TIM.

O presidente da SCPar Porto de São Francisco do Sul (SC), Cléverton Vieira, mostrou que inovação não é necessariamente sinônimo de gastos elevados. “Investimos cerca de R$ 4 milhões para automatizar os portões e obtivemos ganhos de eficiência e produtividade”, disse Vieira. Com o novo empreendimento, a movimentação no porto cresceu 33% no ano passado.

Além da inovação, os especialistas que participaram do fórum também destacaram que é fundamental que o país melhore o planejamento de longo prazo da sua logística. “Nossa infraestrutura sobe as escadas e a produção sobe o elevador”, resumiu o coordenador da EsalqLog/USP, Thiago Péra.

Elisângela Pereira Lopes, assessora técnica da CNA, reiterou o recado. “O setor precisa de previsibilidade. No Brasil nada pode dar errado, porque se acontecer alguma coisa que interfira, o setor agrícola fica na mão”, disse ela.

O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale Rodrigues, destacou que o governo federal aumentou o orçamento para obras em rodovias, portos, ferrovias e hidrovias e pretende incentivar concessões e parcerias público-privadas, além de melhorar o quadro regulamentar. “Temos um plano logístico de longo prazo. Identificaremos gargalos, faremos investimentos e flexibilizaremos contratos de concessão [para] atender melhor a produção rural”, afirmou.

O porto de Santos receberá R$ 12 bilhões em investimentos nos próximos cinco anos, destacou o presidente da Capitania dos Portos de Santos, Anderson Pomini. “O Brasil tem que priorizar investimentos em logística, assim como fizeram os Estados Unidos e a China”, disse.

O Fórum marcou o fim dos Caminhos da Colheita. No projeto, equipes de reportagem do “Globo Rural” percorrem as principais rotas da produção agrícola brasileira para produzir reportagens sobre logística agrícola.