IGP-DI sobe 0,50% em junho, diz FGV Ibre | Brasil

Segundo André Braz, coordenador de índices de preços do FGV Ibre, o índice do produtor antecipa a flexibilização das pressões sazonais sobre os alimentos in natura, ao mesmo tempo em que mostra a desaceleração na variação dos preços dos alimentos processados. “Esses movimentos indicam uma redução da influência dos alimentos na inflação ao consumidor, medida pelo IPC, que também registrou desaceleração na taxa de variação do grupo alimentação.”

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,55% em junho. No mês anterior, o índice havia registrado alta de 0,97%. Na análise por etapas de processamento, a alíquota do grupo Bens Finais variou de 0,73% em maio para 0,41% em junho. A principal contribuição para esse resultado veio do subgrupo alimentos processados, cuja variação passou de 1,92% para 1,14%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para consumo, subiu 0,50% em junho, ante alta de 0,78% em maio, segundo o FGV Ibre.

A alíquota do grupo Bens Intermediários passou de 0,88% em maio para 0,45% em junho. O principal responsável pela queda na taxa do grupo foi o subgrupo materiais e componentes para a indústria de transformação, cuja taxa passou de 1,74% para 0,30%, conforme destaca o FGV Ibre. O Índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para produção, variou 0,48% em junho, inferior ao aumento de 1,26% do mês anterior.

O estágio Matérias-Primas subiu 0,80% em junho, mas com menor intensidade que o aumento de 1,33% em maio. Contribuíram para esse movimento os seguintes itens: minério de ferro (4,75% para -2,66%), soja (5,01% para 2,69%) e bovinos (-0,65% para -2,15%). Na direção oposta, o FGV Ibre cita os seguintes itens: café em grão (-0,21% para 11,73%), cacau (-18,95% para 20,10%) e cana-de-açúcar (-1,97% para -0,07%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,22% em junho, após ter registrado variação de 0,53% em maio. Seis das oito classes de despesa que compõem o índice apresentaram queda em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (0,87% para -0,75%), Habitação (0,41% para 0,13%), Transportes (0,49% para 0,19%). ), Alimentação (0,72% para 0,50%), Comunicação (0,46% para -0,08%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,67% para 0,57%). As principais contribuições para esse movimento vieram dos seguintes itens: passagens aéreas (5,52% para -4,81%), aluguel residencial (1,24% para 0,17%), transporte via aplicativo (8,60% para -7,03%), verduras e legumes (5,54 % para 1,57%), combo telefone, internet e TV paga (0,96% para -0,29%) e itens de higiene e cuidados pessoais (1,66% para 1,44%).

Por outro lado, os grupos Vestuário (-0,54% para 0,36%) e Despesas diversas (0,21% para 0,44%) apresentaram aumento em suas taxas de variação. Nessas classes de despesas, as maiores influências vieram dos itens: vestuário (-0,73% para 0,33%) e serviços bancários (0,00% para 0,86%).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,71% em junho, ante 0,86% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações de maio para junho: Materiais e Equipamentos (0,37% para 0,38%), Serviços (0,54% para 0,20%) e Mão de obra (1,55% para 1,23%).

Índice Central e de Difusão do IPC

Segundo o FGV Ibre, o núcleo do IPC registrou taxa de 0,34% em junho, 0,03 ponto percentual acima do resultado registrado no mês anterior, de 0,31%. Dos 85 itens que compõem o IPC, 38 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 28 apresentaram taxas abaixo de 0,06%, limite inferior, e 10 registraram variações acima de 0,63%, limite superior. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com variação positiva, foi de 54,19%, 7,10 pontos percentuais abaixo do registrado em maio, quando o índice foi de 61,29%.