Ibovespa fecha acima dos 136 mil pontos e renova recorde pela segunda vez este ano | Bolsas e índices

• A carteira teórica avançou 0,23%, encerrando o dia aos 136.087 pontos. No mês, já subiu 6,61%. No acumulado do ano, registra ganhos de 1,42%.

• O giro financeiro foi inferior ao registrado nos últimos dias, atingindo apenas R$ 15,2 bilhões, abaixo da média diária de R$ 16,6 bilhões dos últimos 12 meses.
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Apesar da nova alta, a cautela limitou os ganhos do Ibovespa, marcando desaceleração no ritmo de crescimento em relação a segunda-feira, quando subiu mais de 1%. No exterior, o clima é de apreensão, com as bolsas em queda em Nova York.

Os investidores aguardam a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos. O mercado analisará o texto em busca de pistas que corroborem a tese do corte dos juros em setembro. Embora o documento seja publicado três semanas após a última reunião, com alguns dados obsoletos, pode conter detalhes capazes de direcionar ou afastar o mercado do risco.

A semana também é de forte expectativa por comentários do presidente do Fed, Jerome Powell. Ele estará no seminário de Jackson Hole, que acontece nos dias 22 e 24 de agosto. O evento anual é um dos mais aguardados pelo mercado.

Nesta terça-feira, a diretora do BC americano, Michelle Bowman adotou um discurso mais conservador ao afirmar que ainda vê riscos de inflação elevada. A declaração questiona a narrativa cortada na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Ela estava preocupada com o elevado nível dos salários, que poderia exercer força inflacionária, apesar da redução na criação de empregos.

Porém, se as palavras de Powell forem amigáveis, o mercado poderá deixar de lado as reticências do diretor. O receio da autoridade monetária é dar um passo em falso que possa afastar ainda mais a inflação da meta de 2% ao ano.

Para alguns agentes de mercado, o Fed está atrasado na realização dos cortes. As críticas são as mesmas do início do ciclo de aumento das taxas, quando a autoridade foi acusada de esperar muito antes de tomar uma iniciativa.

No Brasil, os discursos mais brandos do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enfraqueceram a tese de alta da taxa Selic ainda este ano. Assim, a curva de taxas de juro inclinou-se, com o segmento curto a cair e o segmento longo com um aumento do prémio de risco.

• As taxas de Depósito Interbancário (DI) referentes a janeiro de 2025 passaram de 10,84% para 10,79%. Os prêmios em contratos de prazo mais curto estão mais ligados às expectativas dos investidores em relação à Selic;
• Para janeiro de 2034, passaram de 11,31% para 11,42%. Estas taxas mais longas geralmente medem o “risco fiscal”, que é a capacidade do governo de manter as contas públicas atualizadas.

O movimento também afetou o câmbio, que compensou a queda do dólar vista ontem. A busca pela moeda, que é reserva de mercado, também aumentou diante do clima de aversão ao risco no exterior.

• A moeda americana subiu 1,35%, sendo negociada a R$ 5,49. Em agosto, a queda foi de 3%. Este ano, a valorização é de 13%.

Em mais um dia de alta nos preços do minério de ferro, OKque corresponde a cerca de 12% do Ibovespa, encontrou terreno fértil para subir. Bancos e exportadores de proteína animal e de papel e celulose ajudaram a sustentar o avanço tímido do índice.

Entre as maiores altas observadas na bolsa brasileira hoje estão a Braskem, JBS e WEG. Segundo Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital, a Braskem está subindo impulsionada por recomendação de compra emitida pelo Citi.

“A JBS, por sua vez, se beneficia de análise do Itaú BBA que destaca a redução do endividamento da empresa, o que viabilizaria futuras aquisições em nichos atualmente pouco atendidos pela empresa, como alimentos processados. sessão e dando continuidade à tendência de alta, que já ultrapassa os 50%, observada desde o início do ano”, avalia.