Ibovespa conquista sucessão de 11 altas e bate os 129 mil pontos um dia após atentado contra Trump | Bolsas e índices

• O Ibovespa subiu então 0,33%, aos 129.321 pontos, acumulando alta de 4,37% no mês. No ano, porém, o índice cai 3,9%;

• O volume negociado foi de R$ 11 bilhões, abaixo da média de R$ 16,7 bilhões em 12 meses.
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Este fim de semana, o candidato presidencial dos EUA, Donald Trump, foi atacado. Num país que permite fácil acesso a armas de fogo, foi um tiro que feriu o empresário. (A história parece familiar para os brasileiros que também viram um candidato de direita ser atacado durante a campanha de 2018).

A tentativa de assinatura do candidato nos mercados teve um impacto limitado no mercado, mas ajudou na valorização do dólar e aumento das taxas de juros. O bom humor que animou as bolsas também se deveu aos discursos de Jerome Powell, presidente do Banco Central Americano (Federal Reserve).

Ele voltou a dizer que esperar até que a inflação atinja a meta poderá ter efeitos muito negativos. O executivo disse ainda que os últimos dados de inflação dão mais confiança ao Federal Reserve (Fed) para começar a cortar os juros. A maioria das apostas é que as taxas cairão em setembro

• O dólar comercial subiu 0,26%, sendo negociado a R$ 5,44. No mês, acumulou queda de 2,56%. No acumulado do ano, porém, ainda mantém alta de 12,2% frente ao real.

“Acredito que os desenvolvimentos nas pesquisas eleitorais nos EUA, a inflação na zona do euro na quarta-feira e a decisão de política monetária do banco europeu na quinta-feira poderão trazer volatilidade para a semana. A temporada de lucros ainda poderá trazer muita volatilidade para a bolsa de valores brasileira” , avalia Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital.

O indicador IBC-Br, considerado uma espécie de prévia do PIB, ficou abaixo do esperado. Apesar de ter implicações negativas para a economia, notícia pode ser bem interpretada pelos investidorespois é mais um indício de que a taxa básica de juros (Selic) não deverá subir mais e poderá até cair novamente.

O Boletim Focus desta semana reduziu novamente as perspectivas para a inflação neste ano. Porém, o índice de preços previsto para 2025 aumentou, algo que preocupa o Banco Central do Brasil. Os entrevistados pelo BC também reajustaram as expectativas para o dólar neste ano, passando de R$ 5,20 para R$ 5,22. Ainda assim, o número significaria uma queda no preço atual da moeda.

Para entender o que fez o Ibovespa voltar a subir após atingir 119 mil pontos em junho, veja alguns acontecimentos importantes que levaram o índice a atingir 11 altas consecutivas. Em ordem do mais recente para o mais antigo:

As taxas de juro no Brasil voltaram a subir esta segunda-feira, acompanhando o movimento das taxas do Tesouro dos EUA, que registaram uma tendência ascendente com Donal Trump a ser visto como o vencedor da corrida eleitoral. As taxas de juros americanas têm sido um dos principais fatores que influenciam as taxas brasileiras. Com o entendimento de que a inflação deveria continuar controlada e a Selic poderia até cair, a taxa mais curta teve leve queda.

• A Taxa de Depósito Interbancário (DI) referente a janeiro de 2025 foi reajustada de 10,59% para 10,57%. Os prêmios em contratos de prazo mais curto estão mais ligados às expectativas dos investidores em relação à Selic;
• Para janeiro de 2033, a alíquota passou de 11,77% para 11,86%. Os vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com a inadimplência do governo (o chamado “risco fiscal”).
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Das 86 ações do Ibovespa, 53 subiram, 31 caíram nesta segunda-feira. Com mais um dia de crescimento, as ações de metais (setores de mineração e siderurgia) registraram ganhos.

Entre as maiores altas do dia está a empresa de papel e celulose Suzano, que na semana passada teve destaque negativo quanto à devolução de parte dos ganhos registrados no final de junho após desistir da compra da International Paper. “Na sexta-feira, a Suzana comprou duas fábricas da Pactiv Evergreen nos Estados Unidos por US$ 110 milhões, o que aumenta a presença da empresa na América do Norte. Ambas as empresas também assinaram um documento de fornecimento de longo prazo, o que fez com que a empresa tivesse essa aliança mais sólida para o próximos anos”, diz Hemelin da AVG Capital.

Segundo ela, outro destaque é a EZTec, líder de resultados neste pregão. A empresa divulgou os dados operacionais do segundo semestre do ano, registrando um sólido desempenho operacional baseado no crescimento de suas vendas líquidas, R$ 508 milhões, um aumento anual de 21%. “A MRV também sobe devido à divulgação de dados que mostram que a empresa está se recuperando, lançou R$ 2,2 bilhões, um aumento de 74% olhando o ano e 40% no trimestre, e as margens dos novos lançamentos atingiram 34% em o segundo trimestre”, ressalta.