Humilhados são exaltados: Ibovespa e real encerram semana com ganhos | Bolsas e índices

• O Ibovespa subiu quase 2% nesta semana (1,91% para ser mais exato), aos 126.267 pontos. Julho segue a tendência ascendente observada em Junho. Na sexta-feira, o aumento foi mais modesto, de apenas 0,08%. No entanto, o índice ainda cai 5,90% no ano.
• Apesar da aparente empolgação, o volume de negócios na bolsa permaneceu baixo, R$ 14,5 bilhões nesta sexta-feira, abaixo da média de 16,8 bilhões dos últimos 12 meses.
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A volta do feriado de 4 de julho, Dia da Independência nos Estados Unidos, trouxe a notícia de que o mercado de trabalho americano não está mais tão forte, segundo dados do relatório denominado “folha de pagamento”. Por mais que à primeira vista isto possa parecer um mau sinal, o mercado entende que menos empregos e menos pessoas remuneradas fazem cair o consumo e, portanto, a inflação. Portanto, o cenário é visto com entusiasmo, pois desta forma o Banco Central dos EUA (Federal Reserve ou apenas Fed) não precisaria manter os juros por tanto tempo.

“Esses resultados reforçam a tese de que a reunião do Fed em setembro será decisiva para um possível corte nos juros, o que poderá beneficiar indiretamente o Brasil, aliviando a pressão sobre o Banco Central, considerando os debates sobre um possível aumento dos juros aqui em setembro”, avalia Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

A folha de pagamento apenas corroborou o que outros relatórios de emprego e vagas já mostraram esta semana, que o mercado de trabalho americano parece estar enfraquecendo. Isto é um sinal de que o aperto monetário em curso está a funcionar.

Imaginando que haverá redução das taxas, houve uma descompressão dos juros nos EUA, com queda na rentabilidade dos títulos públicos. Esse movimento ajudou o real a ganhar força em relação ao dólar, já que a moeda americana perdeu parte de sua atratividade devido à queda das taxas de juros e à desaceleração da economia.

• O dólar caiu 2,27% na semana, sendo negociado a R$ 5,46. Nesta sexta, a queda foi de 0,46%, mas no ano ainda acumula alta de 12,6%.

Com o bom humor interno, sugerindo um governo preocupado com o equilíbrio das contas e com a queda dos juros nos Estados Unidos, as taxas brasileiras não tinham para onde ir senão para baixo.

• A Taxa de Depósito Interbancário (DI) referente a janeiro de 2025 foi reajustada de 10,69% para 10,63%. Os prêmios em contratos de prazo mais curto estão mais ligados às expectativas dos investidores em relação à Selic;
• Para janeiro de 2033, a alíquota passou de 12,27% para 12,17%. Os vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com a inadimplência do governo (o chamado “risco fiscal”).

Lanternas se recuperam

O real não é a única coisa exaltada. As empresas que vinham sofrendo com o ciclo de aperto monetário estão finalmente vivenciando um momento de redenção. Títulos que dependem de juros mais baixos, consumo e crédito foram os destaques da sessão. Varejistas e companhias aéreas entram aqui. E os bancos que não estavam propriamente em dificuldades também subiram.

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A moeda brasileira mais forte alivia a pressão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Quando o dólar sobe, os produtos e serviços que dele dependem também ficam mais caros e impactam a inflação. Um cenário de inflação controlada exige menos juros para permanecer na meta. Assim, as taxas caem, para se readaptarem ao atual nível de risco.

Para o Petrobrásque sofreu quedas nos últimos pregões, conseguiu fechar a semana com nota positiva, alcançando ganhos de 1,74% (PETR3, ações ordinárias com direito a voto em assembleia) e 0,54% (PETR4, ações preferenciais com preferência no recebimento de dividendos).

Das 86 ações do Ibovespa, 70 tiveram uma semana de ganhos e apenas 16 acumularam perdas.