Gonet deve decidir sobre denúncia contra Bolsonaro até 16 de agosto, para não contaminar eleições | Política

Segundo fontes próximas de Gonet, este não quer ser acusado de intervir no processo eleitoral e, por isso, acredita que este é o melhor “timing” para agir e não contaminar as eleições autárquicas de outubro.

Nesta quinta-feira (4), a Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre joias e indiciou Bolsonaro (PL) e outras 11 pessoas, incluindo o tenente-coronel Mauro Cid, que era o ex-ajudante de campo. Presidente. O grupo estaria envolvido no desvio de joias, relógios, esculturas e outros artigos de luxo que Bolsonaro recebeu quando era presidente. Os presentes deveriam ter sido incorporados ao acervo do Estado brasileiro, mas foram vendidos no exterior.

Bolsonaro e os demais foram indiciados pela Polícia Federal por crimes como lavagem de dinheiro, peculato e associação criminosa. O ex-secretário da Receita Federal, Julio César Vieira Gomes, também foi indiciado pela prática do crime funcional de advocacia administrativa perante a administração tributária. Ou seja, o crime ocorre quando um servidor público defende interesses privados junto ao órgão da administração pública onde exerce suas funções.

O relatório final ainda será enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). O próximo passo é enviar o processo à Procuradoria-Geral da República (PGR). É a partir deste momento que Gonet analisará o material e decidirá se há provas para registrar denúncia contra o ex-presidente.

A PGR também poderá optar por arquivar a investigação ou solicitar novas providências. Foi este o caminho que tomou em relação à investigação sobre a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19. Em março, a PF indiciou Bolsonaro, Mauro Cid e outras 15 pessoas no caso, mas Gonet pediu o aprofundamento das investigações.

Internamente, o caso da vacina é considerado o mais frágil para condenar Bolsonaro, por isso Gonet quer evitar o estresse de denunciar um ex-presidente da República por um crime que seria menos grave.

Entre as investigações contra Bolsonaro, a considerada mais robusta é a investigação sobre a suspeita de que o ex-presidente e aliados articularam uma golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após sua derrota nas eleições de 2022. A expectativa é que a PF também conclua essa investigação em breve.