A governança e a preparação podem ajudar a prevenir cenários como incêndios descontrolados, cujo impacto financeiro deverá ultrapassar R$ 1 bilhão somente no estado de São Paulo. Há falta de preparo e de cultura de prevenção. Seja no ambiente público ou privado, na cidade ou no campo e nos mais diferentes segmentos econômicos, fica cada vez mais evidente que há necessidade de uma evolução nas práticas de gestão empresarial, principalmente no que diz respeito às formas de evitar cenários que caso contrário, deixar o presente e o futuro à lógica ditada pelas “ações emergenciais”. Saiba mais taboola Especificamente para a agricultura, 2024 foi um ano desafiador, apesar dos bons resultados já colhidos e das expectativas positivas em relação às próximas colheitas. Todo o planejamento cuidadoso que muitos fizeram foi destruído e, para outros, corre o risco de ser incinerado. Há alguns meses, vimos a economia do Sul enfraquecer devido às ações da natureza, com inundações devastadoras ainda refletidas nas infraestruturas locais, que não foram capazes de deter a violência das alterações climáticas. Agora, uma nova crise se espalha por vários estados: incêndios descontrolados estão engolindo áreas equivalentes a inúmeros campos de futebol. Se muitos mais uma vez creditam a situação à natureza, com a expectativa de ações de controle dos governos estaduais e federais para contê-la, outros que, como eu, já tiveram a experiência de assessorar clientes em segurança cibernética, sabem que a crise nem sempre resolve. é obra do acaso. Os três Ds – descuido, desleixo e falta de conhecimento – também fazem parte da equação. Para piorar a situação, conforme noticiado, ainda existe a atuação de agentes criminosos. Arte: Globo Rural Foto: Claudio Belli Mas até que se decida quem foi o responsável, se o homem ou a própria natureza, pode ser tarde para reverter os prejuízos que já chegam a um bilhão de reais, só no estado de São Paulo. E o tempo nunca trabalha a nosso favor. Ao longo desses quase 20 anos como consultor de gestão empresarial, agora dedicado ao Agro, me deparei com diversas histórias de líderes que precisaram “aprender com a dor” para reverter situações de crise. Precisamos quebrar esse padrão de só agir quando as sirenes disparam e temos que correr para mitigar os danos. Pelo contrário. Esta ação pode, e deve, ser sanada com gestão de riscos e um olhar holístico e amplo sobre os problemas. Seja na agricultura, no mundo digital ou em qualquer outro segmento, medir riscos e identificar alavancas é essencial. No mapeamento de riscos podem ser identificados agentes que aproveitam os eventos para se tornarem uma ameaça explorando vulnerabilidades, impactando o negócio. Para evitar que esse tipo de incidente emergencial aconteça, é necessário mapear cuidadosamente os possíveis riscos no gerenciamento de campo. Por exemplo, existe a possibilidade de estes eventos ocorrerem novamente? Como é que o clima agrava esta situação? Qual é o impacto cada vez que isso acontece? É possível medir perdas? É possível elencar possíveis medidas de proteção? Existe um padrão? Como as colheitas são impactadas com cada incêndio? Além dessas questões, é necessário contar com algumas lições e pilares de gestão, como as sugestões abaixo: Tecnologia: as soluções tecnológicas ampliam a capacidade humana e nos permitem ir mais longe. Drones (que já estão sendo usados para suprimir surtos), softwares de rastreamento e controle, maquinário inteligente, tudo isso pode ajudar a medir riscos no campo. Governança: um processo sistemático de governança permite calibrar os riscos, destravando as alavancas de ação para mitigar os danos, impactando a longevidade do negócio. É fundamental ter processos robustos e bem definidos para antecipar riscos e garantir precisão na avaliação de cenários. Pessoas: ações de sensibilização e formação constante, tendo em conta que as pessoas fazem a gestão e que também podem tornar-se detratores, são fundamentais para fortalecer uma cultura de prevenção e gestão da mudança. Leia mais opiniões de especialistas e líderes agrícolas É essencial que os líderes agrícolas assumam a liderança na partilha de conhecimentos e no fortalecimento desta cultura de prevenção, para evitar não só riscos no presente, mas ameaças ao futuro e à vida das pessoas. É preciso também que, das grandes às pequenas propriedades, saibam mapear os agentes externos que podem impactar os resultados no longo prazo. Definitivamente, a boa gestão de riscos é uma bandeira que precisa ser hasteada e divulgada em todo o país, como forma de garantir o legado das próximas gerações, principalmente em mercados como o agrícola, tão importantes para a economia e a sociedade como um todo . *André Paranhos é VP da unidade de negócios Falconi que oferece soluções específicas para gestão do Agronegócio Nota: As ideias e opiniões expressas neste artigo são de exclusiva responsabilidade de seu autor e não representam necessariamente a posição editorial do Globo Rural
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