Olhando superficialmente os dados da indústria de fundos de hedge, parece que tudo está muito bom. O patrimônio líquido aumentou 13%, para R$ 8,9 trilhões no primeiro semestre deste ano, em comparação aos primeiros seis meses do ano passado. Os investimentos descontados os saques totalizaram R$ 159 bilhões —a segunda melhor arrecadação líquida do primeiro semestre nos últimos cinco anos, conforme anunciou nesta sexta-feira (5) a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Na verdade, houve uma recuperação em relação ao primeiro semestre de 2023, quando esse mercado apresentou saques descontando aportes de R$ 124 bilhões. No entanto, dois mundos coexistem neste setor: os fundos de renda fixa vão bem em meio a altas taxas de juros, mas os fundos multimercados enfrentam dificuldades em meio à aversão a investimentos de risco.
R$ 192 bilhões entraram em fundos de renda fixa — R$ 149 bilhões apenas em fundos de crédito e de duração livre, que têm mais liberdade de escolha de ativos, e em fundos de média duração com grau de investimento, que são mais conservadores. Destacaram-se os fundos que investem mais de 70% de sua carteira em crédito privado, totalizando R$ 61 bilhões até maio.
Destes, os protagonistas foram principalmente os fundos de debêntures de infraestrutura, que receberam aportes de R$ 53 bilhões até maio. Além da captação, cresceram o patrimônio líquido desses fundos (de R$ 44 bilhões em junho de 2023 para R$ 118 bilhões em maio de 2024), o número de fundos (343 em junho de 2023 para 698 em maio de 2024) e o número de contas (de 195 mil em junho de 2023 para 524 mil em maio de 2024).
“Parte do dinheiro que antes era direcionado para títulos isentos de Imposto de Renda, que ficaram mais restritos, agora vai para fundos de infraestrutura”, disse Pedro Rudge, diretor da Anbima, em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira.
Por outro lado, saíram R$ 81 bilhões de fundos multimercados —R$ 45 bilhões apenas daqueles que podem investir mais de 40% em ativos no exterior. Quem está sacando são principalmente pessoas físicas, que sacaram R$ 49,6 bilhões nos multimercados.
“Esse movimento de saída já é observado há mais de um ano e a tendência é que em algum momento diminua, porque aqueles investidores que queriam sair já terão saído. Mas o cenário ainda é desafiador, sem sombra de dúvida”, afirmou o diretor da entidade.
O patrimônio líquido dos fundos multimercados caiu (quase 2% entre junho de 2023 e maio de 2024, para R$ 1,6 trilhão) e o número de fundos (13.688 em junho de 2023 para 13.286 em maio de 2024) e contas (de 5 milhões em junho de 2023 para 4,5 milhões em maio de 2024).
Segundo Rudge, esta redução no número de fundos pode ser atribuída em parte à tributação dos fundos exclusivos (de apenas um acionista muito rico). A maioria eram multimercados e 300 a 400 fundos exclusivos foram cindidos ou liquidados por meio de reestruturação tributária. Contudo, eventuais fechamentos de fundos multimercados podem decorrer de produtos que não apresentaram boa performance ou captação.
“A saída de recursos dessa classe tem sido bastante relevante. Muitos fundos estão diminuindo de tamanho e estamos vendo fusões de equipes e consolidações de gestão”, afirmou o executivo. “Ao longo dos meses poderemos observar uma redução no número de gestores e de fundos, dada a diminuição das captações”, afirmou.
Os dados contrastam com o aumento do número de contas (11%, para 40 mil), fundos (6%, para 31 mil) e gestoras (7%, para 10 mil) no conjunto do mercado e também em fundos de investimento . ações. Ainda assim, as remunerações multimercados não estão ajudando a atrair acionistas. As do tipo macro multimercado acumularam rentabilidade bem inferior ao CDI no primeiro semestre (0,67% ante 5,22% do CDI).
“Os gestores estão encontrando muita dificuldade para alcançar boa rentabilidade nos últimos meses devido ao ambiente desafiador, com dúvidas em relação ao mercado externo e ao equilíbrio fiscal do Brasil”, afirmou Rudge.
O restante da indústria de fundos está mais próximo de zero, incluindo os fundos de ações, que acumularam resgates de apenas R$ 111 milhões no primeiro semestre — e investimentos de R$ 2,3 bilhões de pessoas físicas até maio. No entanto, esta melhoria decorreu de movimentos concentrados em alguns fundos e não representa uma tendência de os investidores regressarem a investimentos de maior risco, na análise do diretor da entidade.
“Esse movimento de saída reduziu bastante, mas a aversão a investimentos de risco ainda é muito alta e a taxa de juros ainda elevada faz com que os investidores prefiram investimentos mais conservadores”, afirmou. “Não é por acaso que a renda fixa foi a principal fonte de financiamento no primeiro semestre”, afirmou.
Apesar dos resgates, o patrimônio líquido dos fundos de ações aumentou para R$ 597 bilhões em maio de 2024 e o número de fundos passou de 3.955 em junho de 2023 para 4.376 em maio de 2024. Essa evolução ocorreu apesar de remunerações inferiores ao CDI em geral.
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