Os chamados fundos alternativos estão se espalhando entre os investidores individuais, uma vez que grandes corretoras passaram a vender esses produtos em suas plataformas de investimento. Porém, ainda são destinados apenas a pessoas qualificadas, que possuem mais de R$ 1 milhão em investimentos. Os distribuidores e gestores destes fundos esperam que em algum momento eles cheguem aos investidores em geral.
Os fundos alternativos se diferenciam porque não investem em títulos ou ações de renda fixa, mas compram infraestrutura (projetos de infraestrutura de empresas que não estão em bolsa), private equity (participações em empresas que não estão em bolsa), situações especiais (empresas que estruturam operações que geralmente envolvem crédito) ou venture capital (participações em startups).
Apesar de menos conhecidos e mais arriscados, esses produtos são uma opção para diversificar a carteira de investimentos para quem está disposto a esperar para resgatar em troca de boas chances de remuneração. Por terem lógica e ritmo diferentes, podem ser atrativos em ambientes de crise do que os fundos mais tradicionais, já que os multimercados estão agora em meio a altas taxas de juros.
As duas características mais importantes dos fundos alternativos são a baixa liquidez e o longo prazo. É difícil se desfazer desses investimentos quando se precisa dos recursos de volta, por isso esses produtos são recomendados para quem pode deixar o dinheiro investido por muito tempo. Além disso, o rendimento não é previsível nem garantido. Ou seja, são indicados para investidores com perfil mais agressivo e abertos a avaliar riscos com cautela.
Até há pouco tempo, a participação dos particulares diretamente nestas aplicações era muito pequena porque eram pouco conhecidas e havia menos ofertas. Porém, grandes corretoras passaram a vender esses produtos em suas plataformas, o que está mudando esse cenário.
Na plataforma XP, por exemplo, há R$ 301 bilhões alocados em fundos de investimento. Desse montante, 68% são aplicados em fundos mais tradicionais (como fundos de ações, multimercados ou de renda fixa), 22% em fundos listados (como fundos imobiliários), 6% em fundos alternativos (como fundos de infraestrutura, private equity , situações especiais ou capital de risco) e 4% em fundos estipulados (fundos negociados em mercado de balcão).
O volume investido em fundos alternativos na corretora disparou de R$ 3 bilhões em 2020 para R$ 17 bilhões em 2023. A plataforma tem investido dinheiro para distribuir mais esses produtos nos últimos anos. Vale lembrar que se trata de um cenário em que há dificuldade para que fundos multimercados e outros produtos de renda variável atraiam demanda de investidores.
“Por questões regulatórias, os fundos alternativos ainda são destinados a investidores qualificados, mas nossa expectativa é que em algum momento cheguem ao investidor de varejo”, disse Fabiano Cintra, responsável pela área de fundos de investimento da XP, ao Valor Investe, em evento sobre esses fundos estavam em poder da XP nesta terça-feira (16). A corretora orienta que a alocação nesses fundos seja no máximo entre 3% e 7% da carteira, pois são pouco líquidos.
A indústria de fundos alternativos avança independente das altas taxas de juros no Brasil e no exterior, afirma Marina Procknor, sócia do escritório Mattos Filho. Segundo o advogado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) discute a possibilidade de o público em geral, com menos de R$ 1 milhão em investimentos, poder ter acesso a esses recursos em algum momento.
“Esse movimento deve acontecer. Há a perspectiva de esse mercado ser aberto, mas é claro que com isso vem mais responsabilidade para gestores e distribuidores. A análise do perfil do investidor e a transparência são importantes”, afirmou.
Segundo Procknor, a CVM está modernizando as regras e gestores e distribuidores estão mais livres neste momento do que no passado para criar novos fundos, mas é importante que a indústria use essa liberdade com responsabilidade e venda produtos para investidores que os entendam.
Priscila Pereira Rodrigues, presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), afirmou que a associação tem feito um trabalho ao trazer as melhores iniciativas globais e desenvolver esta indústria do ponto de vista regulatório. “É nosso papel melhorar a educação dos investidores para que entendam o que estão comprando e como serão rentáveis”, disse ela.
Segundo o executivo, um dos maiores desafios do setor é a baixa liquidez, já que os investidores só conseguem resgatar seus recursos depois de muitos anos. Uma forma de diminuir esse problema é investir em fundos de fundos, que oferecem mais liquidez aos investidores.
Jorge Langes, responsável por fundos alternativos da XP Asset, afirmou que existem relativamente poucos gestores de fundos alternativos (cerca de 200) comparado ao tamanho do universo de ativos para comprar, o que torna a dinâmica de fazer negócios muito favorável. Além disso, destacou que as empresas são de setores mais variados em relação às empresas da bolsa.
“No mercado privado você pode investir em setores mais não correlacionados e ter uma diversificação setorial mais saudável”, afirmou. “Muitos gestores de fundos de ações têm as mesmas empresas em seus portfólios, mas isso não acontece nos fundos de private equity”, disse.
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