Estudo publicado na revista Science Advances mostra que a fuligem dos incêndios provavelmente contribuiu para mais de 52 mil mortes prematuras na Califórnia entre 2008 e 2018 Fumaça cobre a Baía de Guanabara, no Rio, em 9 de setembro PABLO PORCIUNCULA/AFP via Getty Images Os incêndios florestais que se espalharam as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste criaram nos últimos 30 dias ondas de fumaça que se espalharam por vários estados e até pela América Latina. Essa nuvem densa formada por material particulado e monóxido de carbono impacta diretamente na qualidade do ar e, consequentemente, na saúde humana. Um estudo recente publicado na revista Science Advances mostra a gravidade da situação. Os pesquisadores descobriram que a fuligem dos incêndios provavelmente contribuiu para mais de 52 mil mortes prematuras só na Califórnia entre 2008 e 2018, com um impacto econômico de mais de US$ 430 bilhões (aproximadamente R$ 2,4 trilhões a preços atuais). Bombeiro combate chamas em incêndio florestal em São Carlos, São Paulo, em 11 de setembro LOURIVAL IZAQUE/STR/AFP via Getty Images Resultados de mais de uma década sugerem que em anos com muita atividade de incêndio – 2017 e 2018, por exemplo – e a fumaça dos incêndios florestais contribuiu para mais de 10.000 mortes anualmente na Califórnia, relata The Conversation. Para efeito de comparação, cerca de 4.000 pessoas morrem em acidentes de trânsito nos EUA a cada ano. A exposição a partículas finas (PM 2,5) é o principal fator de risco. Estas minúsculas partículas – que medem 2,5 micrómetros de diâmetro ou menos, cerca de 30 vezes mais pequenas que a largura de um fio de cabelo humano – podem entrar nos pulmões e até na corrente sanguínea. Inicialmente, causam problemas respiratórios, principalmente em populações vulneráveis, incluindo pessoas com asma, idosos e crianças. A longo prazo, provocam uma resposta inflamatória no organismo e contribuem para o desenvolvimento de doenças crónicas, como aterosclerose, asma e diabetes. Um conjunto crescente de pesquisas indica que as PM2,5 provenientes de incêndios florestais podem ter componentes físicos e químicos únicos que aumentam a toxicidade, conforme relatado pelo The Conversation. Outro estudo da Universidade da Califórnia mostrou que a fumaça dos incêndios florestais causou mais inflamação nos pulmões dos ratos do que as PM 2,5 provenientes de outras fontes, como automóveis e indústrias. Isto torna o poluente potencialmente mais prejudicial à saúde respiratória humana, em comparação com as PM 2,5 típicas a que as pessoas estão expostas em ambientes urbanos. Evidências crescentes mostram que a má qualidade do ar também afeta a saúde mental, de acordo com uma reportagem da BBC. Esta condição tem sido associada a problemas de julgamento, menor desempenho acadêmico e níveis ainda mais elevados de criminalidade. Além disso, acredita-se que as micropartículas podem afetar o metabolismo do corpo – pesquisas ligaram PM2,5 à obesidade – e o sentido do olfato (um estudo de 2021 descobriu que pessoas que sofrem de perda de olfato, conhecida como anosmia, em Baltimore, Maryland, viviam em áreas com níveis “significativamente elevados” de PM2,5). Mesmo quem está longe dos incêndios pode sofrer. É importante ressaltar que não são apenas aqueles que vivem perto de florestas e incêndios que sofrem o impacto. A BBC destaca que os incêndios podem enviar ondas de fumo até 23 quilómetros para a estratosfera, de onde se espalham por todo o globo. Em 2023, incêndios florestais na Sibéria, alimentados por temperaturas extremamente altas, libertaram fumo que atravessou o Oceano Pacífico para chegar ao Alasca e Seattle. O Brasil está passando pela mesma coisa. A fuligem que cobre o céu do país é resultado principalmente de queimadas na região sul da Amazônia, que inclui os estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso. À medida que a fumaça viaja pelas correntes de ar, ela pode chegar a outros locais em pouco tempo. Aqui, pelo menos dez estados foram afetados. E dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que mais de 200 cidades brasileiras vivem um “clima desértico”, com índice de umidade relativa abaixo de 20% – São Paulo é a cidade com pior classificação.
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