No primeiro dia após o recesso do Judiciário, o ministro Flávio Dinodo Supremo Tribunal Federal, determinou uma série de medidas para regulamentar as transferências de alterações parlamentares ao Orçamento. Relator das ações sobre o tema que tramitam na Corte, Dino deu um giro em direção ao que chamou de “fim definitivo” da prática de orçamento secreto no brasil.
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Nesse sentido, concedeu liminar estabelecendo condições para as transferências das chamadas alterações Pix e dando prazo de 90 dias para que essas transferências sejam auditadas. Em outra frente, deu prazo de 30 dias para que os poderes Executivo e Legislativo esclareçam quais medidas estão sendo tomadas para garantir a rastreabilidade e publicidade dos recursos indicados pelos parlamentares.
Na liminar sobre as alterações do Pix, Dino manteve os repasses, mas com condições. Uma das determinações é que o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) acompanhem esse tipo de alteração, inclusive os repasses realizados antes da decisão. Caberá à CGU auditar as alterações do Pix no prazo de 90 dias.
Dino também solicitou que, no mesmo prazo de 90 dias, fosse aberta uma conta exclusiva para administração de valores em favor de municípios e Estados, como forma de garantir transparência, rastreabilidade e permitir o controle orçamentário.
Os beneficiários das alterações do Pix também deverão inserir antecipadamente na plataforma Transferegov.br o recebimento dos recursos, destinação, plano de trabalho, finalidade e estimativa de recursos. O ministro condiciona que o Executivo só poderá liberar os recursos das alterações do Pix depois que os destinatários da alteração cumprirem a obrigação.
Para facilitar o rastreamento dos recursos, o ministro restringiu a distribuição das emendas Pix pelos parlamentares aos Estados —e seus municípios— em que foram eleitos deputados ou senadores, a menos que o projeto tenha abrangência nacional e a execução ultrapasse os limites territoriais impostos.
Para evitar desvios de dinheiro no setor saúde, o relator condiciona os repasses da área aos casos em que haja parecer das autoridades competentes do Sistema Único de Saúde (SUS) de que estão sendo cumpridas normas técnicas no projeto para onde vai o dinheiro ser aplicado. As ONG e outras entidades do terceiro sector devem ser responsabilizadas
“A transparência exige ampla divulgação das contas públicas, de forma a garantir o controle institucional e social do orçamento público. Por sua vez, a rastreabilidade inclui a identificação da origem e do destino dos recursos públicos”, escreveu o ministro na liminar.
Também na quinta (1º), Dino realizou audiência de conciliação sobre o orçamento secreto, com base nas chamadas emendas do relator, consideradas inconstitucionais pelo Supremo em 2022. O objetivo é verificar se a prática foi realmente extinta. O ministro deu prazo de 30 dias para que os Poderes Executivo e Legislativo esclareçam os procedimentos adotados para garantir a rastreabilidade e publicidade dos dados orçamentários relativos à transferência de todos os tipos de emendas parlamentares. Durante a reunião, membros dos poderes Executivo e Legislativo discordaram sobre a competência da gestão da informação e os locais onde são alocadas as transferências.
Foi dado o mesmo prazo de um mês para que a CGU indique os 10 municípios mais beneficiados com emendas parlamentares nos anos de 2020 a 2023. A CGU também deverá informar o tipo de emenda, os anos, o processo, as etapas das obras ou ações para as quais os recursos foram alocados e como os municípios estão proporcionando transparência sobre o uso do recurso. O órgão de controle deverá também realizar uma análise de risco e eficiência sobre as alterações da comissão (RP8) atualmente em execução e as realizadas em 2024.
Além disso, Dino determinou que no prazo de 90 dias a CGU auditasse todas as transferências de emendas parlamentares, de qualquer modalidade, em benefício de ONGs e outras entidades do terceiro setor, realizadas nos anos de 2020 a 2024. Solicitou também que organizações não governamentais fornecer contas.
Também foi marcada para terça-feira (6) uma próxima reunião entre técnicos do Executivo e do Legislativo para deliberar sobre como as informações devem ser tornadas transparentes e acessíveis à população.
Durante a abertura da conciliação, Dino lembrou que a decisão do STF sobre o orçamento secreto não se restringe ao RP9 —as emendas do relator—, mas prevê transparência e publicidade dos repasses e uso do dinheiro público. “O STF não declarou inconstitucional a falta de transparência do RP9, o motivo da decisão do STF foi que qualquer tipo de orçamento secreto é proibido e é o fenômeno baseado na jurisprudência do STF da chamada continuidade normativa, ou seja, não basta mudar o número para mudar a essência”, afirmou.
Dados apresentados ao Supremo mostram que a União já transferiu mais de R$ 15 bilhões em emendas individuais por meio de transferências desde 2020, e comprometeu mais de R$ 20 bilhões no total.
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