Ex-governador Beto Richa desiste de candidatura a prefeito de Curitiba | Política

“Foi uma decisão difícil porque não sei se houve candidato que estivesse mais disposto a concorrer nestas eleições do que eu, mas nem sempre depende exclusivamente da nossa vontade”, disse em entrevista.

Richa não conseguiu apoio de outros partidos e avaliou que não tinha estrutura para a campanha. “É uma combinação de fatores. Um deles é a falta de espaço no rádio e na televisão. O PSDB tem menos de 30 segundos para apresentar as propostas”, disse.

Em março, Richa também tentou migrar para PT em JairBolsonaropartido com a maior bancada na Câmara dos Deputados, mas a resistência dos líderes partidários de Curitiba e o veto do PSDB nacional frustraram o movimento.

Outro ponto que interferiu na decisão de Richa segundo o parlamentar está relacionado à cisão local na federação formada pelo PSDB e Cidadania. Conforme mostrou o Painel da Folha de S.Paulo na semana passada, o Cidadania em Curitiba já havia declarado apoio à candidatura de Eduardo Pimentel (PSD) em fevereiro.

“Eles já haviam assumido o compromisso de apoiar o candidato ao governo e à prefeitura e isso também gerou constrangimento interno na nossa federação”, disse Richa. Pimentel conta com o apoio do grupo que está no poder, o prefeito Rafael Greca (PSD) e o governador Ratinho Júnior (PSD).

Segundo Richa, o PSDB já decidiu pela neutralidade, sem indicar nomes para a disputa. “Deixamos nossos eleitores, apoiadores, em Curitiba, livres para fazerem a melhor escolha por este ou aquele candidato”, resumiu o deputado.

Outro ex-governador do Paraná que tem dificuldade em fazer alianças é Roberto Requião (Mobiliza), que segue disposto a registrar seu nome nas urnas, mas ainda não tem vice-prefeito para formar a chapa. Segundo o partido, o nome deve ser anunciado em até dez dias.

Além de Requião e Pimentel, outros sete nomes se apresentam como candidatos a prefeito de Curitiba: Andrea Caldas (PSOL), Cristina Graeml (PMB), Luciano Ducci (PSB), Luizão Goulart (Solidariedade), Maria Victoria (PP), Ney Leprevost (União Brasil) e Samuel de Mattos (PSTU).