ETFs de ethereum já estão sendo negociados: o que será do preço? | Criptomoedas

É a segunda maior criptomoeda em valor de mercado, um token nativo da maior rede blockchain utilizado para desenvolver aplicações de finanças descentralizadas (DeFi), contratos inteligentes, tokenização, memecoins e NFTs (tokens não fungíveis, normalmente de obras artísticas).

A Aprovação pela Securities and Exchange Commission (SEC) ocorreu em maio. O movimento surpreendeu parte do mercado, já que o regulador americano tinha, até então, relutância em liberar esse tipo de produto de investimento. A indefinição se as chamadas altcoins (todas as criptomoedas que não o bitcoin) são um valor mobiliário ou não – o que, na verdade, permanece muito incerto.

Os gestores que tiveram seus ETFs Ethereum aprovados (Veja o gráfico) são as mesmas que lançaram produtos com exposição direta ao bitcoin, em janeiro deste ano, focando, notadamente, nos recursos de investidores institucionais.

Os ETFs de Bitcoin marcaram uma nova etapa na história do mercado de criptoativos e levaram o principal representante do setor a um novo recorde de preço em março, quando atingiu US$ 73,7 mil.

• A expectativa é que o mesmo aconteça com o ethereum. A exigência dos gestores para compor suas carteiras deve destravar o valor do criptoativo, cuja máxima histórica é de US$ 4.800, registrada em novembro de 2021. Atualmente é negociado na casa de US$ 3.500.

Jose Artur Ribeiropresidente da Coinext, avalia que o início das negociações do ETF já pode estar embutido no preço do ethereum, que valorizou 50% no primeiro semestre deste ano. Nos últimos meses tem “caminhado para os lados”, com pouca volatilidade.

Segundo Ribeiro, dos quase US$ 40 bilhões já destinados aos ETFs de bitcoin, 20% a 25% devem ser redirecionados para ETFs Ethereum. “O efeito no preço do ativo com essa enxurrada de dólares deverá ser consideravelmente maior do que o observado no bitcoin”, pontua. “Espera-se uma valorização considerável do ethereum nos próximos dias ou semanas.”

Sebastião Serranopresidente e cofundador da Ripioavalia que “se o preço do ethereum evoluir exatamente como evoluiu no ETF pós-Bitcoin, a suposição é que o valor do ativo deverá ficar em torno de US$ 6 mil nos próximos meses”.

“Nos próximos meses teremos uma visão mais clara do verdadeiro alcance dessa união entre ferramentas financeiras nascidas no mercado tradicional e ativos digitais”, aponta Serrano. “E, no longo prazo, entenderemos também qual será o papel desses contratos na valorização do ativo que é atualmente a segunda tecnologia mais importante do ecossistema.”

“O início das operações do ETF fortalecerá setores cruciais do ecossistema e influenciará positivamente todos os protocolos diretamente associados ao Ethereum, como protocolos de staking [investimento semelhante à renda fixa]”, avalia Teodoro Fleurygerente e diretor de investimentos da Ativo QR. “Com isso, a expectativa é de aumento na adoção do segundo maior ativo digital, à semelhança do que aconteceu com o bitcoin, que continua ganhando espaço tanto entre investidores institucionais quanto de varejo.”

Para Fleury, não deveria haver competição entre ETFs de bitcoin e ethereum. “Pelo contrário, vemos uma condição de complementaridade, oferecendo maior diversificação de investimentos dentro do criptomercado”, explica.

Já Ron Szusteranalista em MBavalia que, nos primeiros dias de negociação, pode haver uma força vendedora maior do que a força compradora, devido à realização de lucros que os investidores que ficaram “presos” ao Grayscale Ethereum Trust, fundo fechado que foi convertido em um ETF, pode fazer.

Segundo Szuster, além de embolsar os ganhos, também pode haver uma migração desse fundo para o de outros gestores pela busca por taxas de administração mais baixas. A guerra tarifária foi um movimento que marcou também a chegada dos ETFs de bitcoin.

Os ETFs Ethereum estão disponíveis no mercado brasileiro desde agosto de 2021, sendo o QETH11, da QR Asset, e o ETHE11, da Hashdex.