Estudo aponta dados sobre panorama da pequena indústria | Dino

O relatório aponta que, apesar da queda na confiança, as perspectivas para os próximos seis meses continuam favoráveis. O Índice de Perspectivas, que mede as expectativas dos empresários em relação ao futuro, registrou 49,5 pontos, acima da média histórica de 47,0 pontos. Este resultado, segundo o relatório, evidencia a resiliência do setor, especialmente da Indústria Transformadora, que continua a dar sinais positivos mesmo em meio aos desafios.

De acordo com os dados publicados, a análise por segmento industrial revelou comportamentos distintos. A Indústria Extrativa apresentou aumento de desempenho, enquanto a Indústria Transformadora manteve-se estável. Por outro lado, a Indústria da Construção registrou queda significativa, impactando o desempenho geral das pequenas indústrias em junho de 2024. De acordo com o Panorama da Pequena Indústria, o Índice de Desempenho permaneceu em 45,3 pontos, refletindo estabilidade em relação a maio, mas ainda abaixo do valores registados nos dois anos anteriores.

No segundo trimestre de 2024, o Índice de Situação Financeira das pequenas indústrias também apresentou melhora, passando de 40,5 pontos para 41,1 pontos. Tal como referido na publicação, este aumento foi impulsionado sobretudo pelo desempenho positivo da Indústria Transformadora, que registou um aumento da margem de lucro operacional. Contudo, as indústrias extractivas e de construção enfrentaram dificuldades, especialmente no acesso ao crédito, o que continua a ser um desafio para os empresários destes segmentos.

José Antônio Valente, diretor do franquia de máquinas e equipamentos Trans Obra, afirmou que essa retração na confiança, refletida na redução para 49,3 pontos, é um indicador relevante para o setor de aluguel de equipamentos de construção, especialmente porque a confiança empresarial influencia diretamente as decisões de investimento e expansão. “Para o setor de aluguel de equipamentos, essa resiliência do mercado, principalmente da Indústria de Transformação, sinaliza que há espaço para otimismo. As empresas que conseguirem ajustar as suas operações, oferecendo soluções mais flexíveis e adaptadas às necessidades atuais, poderão beneficiar desta perspetiva de recuperação.”

Ainda no relatório é possível encontrar informações sobre os principais problemas enfrentados pelas pequenas indústrias no segundo trimestre de 2024. O documento informa que a elevada carga tributária liderou as preocupações, com 43,5% das indicações na Indústria de Transformação e 33,3 % % na Indústria da Construção. Em segundo lugar, a procura interna insuficiente e as taxas de juro elevadas foram identificadas como os principais obstáculos, afectando negativamente o sector e dificultando o acesso ao crédito.

Questionado sobre o estudo, José Antônio afirmou que os setores da pequena indústria devem continuar atentos às oscilações do mercado, aproveitando as oportunidades que surgem, principalmente em segmentos que mostram resiliência. “Com estratégias bem alinhadas às novas demandas e oferecendo soluções inovadoras, é possível não só superar esse período de incertezas, mas também se posicionar competitivamente para o futuro.”