As primeiras estimativas de participação na primeira volta das eleições legislativas francesas indicam a abstenção mais baixa dos últimos 40 anos.
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Ao meio-dia de Paris (7h em Brasília) 25,9% dos eleitores já haviam ido às urnas, ante apenas 18,4% no mesmo horário da eleição anterior, em 2022. Esse é o índice mais alto desde 1981. Diante disso, prevê A expectativa é que mais de dois terços dos inscritos votem neste domingo (30). A última vez que a participação foi tão alta (67,9%) foi em 1997. As urnas encerram às 20h, horário local (15h em Brasília).
Este índice é uma demonstração do enorme interesse suscitado pelas eleições entre os 49 milhões de eleitores franceses. Existe, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, a possibilidade de a ultradireita ser o bloco com maior número de assentos na Assembleia Nacional.
Se isso acontecer, o presidente da Reunião Nacional (RN), o maior partido da ultradireita, Jordan Bardella, muito provavelmente se tornará primeiro-ministro. Bardella afirmou, durante a campanha, que só aceitará o cargo se seu partido obtiver maioria absoluta das 577 cadeiras da Assembleia. Ele poderia, no entanto, alcançar esta maioria através de alianças com outros partidos de ultradireita, de direita e até de centro.
Bardella votou às 10h (5h em Brasília) em Garches, um subúrbio rico na periferia oeste de Paris. Ela saiu sem se manifestar porque, por lei, no dia da votação, os políticos não podem falar antes do fechamento das urnas.
O presidente Emmanuel Macron votou às 12h45 (7h45 em Brasília) no balneário de Le Touquet, no norte da França, onde ele e a esposa, Brigitte, têm uma residência de verão, herdada do pai da primeira-dama. Após a votação, Macron passou mais de meia hora conversando e tirando selfies com eleitores e crianças.
Macron anunciou a dissolução da Assembleia Nacional em 9 de junho, assim que foram divulgados os primeiros resultados das eleições para o Parlamento Europeu. Neles, seu partido, o Renascença, ficou em segundo lugar, com apenas 14,6% dos votos, menos da metade dos 31,4% do RN.
A decisão de Macron causou perplexidade até entre os seus aliados. As sondagens indicam o risco de o seu grupo político, que actualmente detém quase metade dos assentos, se tornar apenas a terceira força no parlamento, atrás dos partidos de ultra-direita e de esquerda unidos sob a coligação chamada Nova Frente Popular (NFP).
Na França, o sistema eleitoral é distrital, majoritário e em dois turnos. O segundo turno está marcado para domingo (07).
O aumento da participação poderá resultar na eleição de mais de 80 deputados no primeiro turno. A condição para isso é obter um total de votos superior a 50% dos inscritos naquele distrito. Há cinco anos, apenas cinco deputados, menos de 1% do total, eram eleitos desta forma.
Outro indicador de queda na abstenção é o elevado número de eleitores que pediram voto por procuração: 2,6 milhões, contra 1 milhão em 2022. Na França, é possível entregar um documento autorizando outra pessoa a votar em seu nome. É provável, no entanto, que grande parte deste aumento se deva ao momento destas eleições fora de época, que coincide com o início das férias de verão na Europa. Durante este período, milhões de franceses tiram férias e abandonam as cidades onde votam.
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