Militares invadiram a sede do governo boliviano na tarde desta quarta-feira (26). Pouco antes, uma “mobilização irregular” de militares em La Paz foi denunciada pelo presidente do BolíviaLuis Arce, que apelou ao “respeito pela democracia”.
“Denunciamos movimentos irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano. A democracia deve ser respeitada”, disse Luis Arce no X (Twitter), em tradução literal para o português.
Depois que o presidente nomeou um novo general, os soldados deixaram a área e recuaram da tentativa de golpe, segundo a agência de notícias Associated Press.
General ameaça ex-presidente e é afastado
O movimento começou depois que o comandante do exército boliviano, general Juan José Zúñiga, foi afastado do cargo por ameaçar prender o ex-presidente Evo Morales durante uma entrevista para um canal de televisão local.
Na segunda-feira (24), Zúñiga disse que poderia prender Morales caso tentasse concorrer às eleições presidenciais de 2025, alegando que o Exército é o “braço armado” do povo. O general lembrou que o ex-presidente é inelegível pela constituição boliviana.
A declaração não foi bem recebida por Morales, que pediu a Arce que destituísse o general do cargo de liderança do Exército, pedido que foi atendido hoje pelo presidente.
A má relação entre o ex-general e Evo Morales não é nova. O general ocupa o cargo máximo do exército boliviano desde 2002 e, desde então, está envolvido em escândalos de corrupção e conflitos com o Executivo do país.
Militares tomam praça na capital
Liderados por Zúñiga, soldados armados e tanques do exército boliviano invadiram o palácio presidencial, localizado na Praça Murillo, em La Paz, Bolívia. O ex-general apelou à “restauração da democracia” e à liberdade dos presos políticos.
Zúñiga disse que “haverá uma nova formação de gabinete” e que “por enquanto” reconhece Arce como presidente do país.
Imagens compartilhadas pelo ex-presidente mostram tropas militares armadas e com escudos tomando conta da praça.
Soldados das tropas ainda leais ao governo cercaram o palácio durante a tarde, segundo correspondentes da agência internacional de notícias “Reuters”.
Em defesa, Morales apelou ao “povo com vocação democrática” que “defende a Pátria de alguns grupos militares que agem contra a democracia popular” em seu perfil no X.
Pedido de ajuda internacional
O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia emitiu um comunicado pedindo à comunidade internacional que aja para condenar os movimentos do exército boliviano “que ameaçam a democracia, a paz e a segurança” no país.
“Apelamos à comunidade internacional e à população boliviana para que respeitem os valores democráticos e apoiem o governo do presidente Luis Arce Catacora, eleito constitucional e legalmente pela vontade soberana do povo boliviano”, diz o comunicado.
Em comunicado, o presidente Luis Arce disse que ele e seus ministros “estão firmes para enfrentar qualquer tentativa que ameace a democracia”.
“Hoje o país enfrenta uma tentativa de golpe de Estado. Hoje o país se vê mais uma vez confrontado com interesses que visam arruinar a democracia na Bolívia. Aqui estamos nós, o governo nacional com todos os seus ministros, firmes, com o nosso vice-presidente, firme aqui na Casa Grande [edifício do governo] para enfrentar qualquer tentativa de golpe, qualquer tentativa que ameace a nossa democracia. O povo boliviano se chama hoje: precisamos que o povo se organize e se mobilize contra o golpe, em favor da democracia. Não podemos permitir que tentativas de golpe custem mais uma vez vidas bolivianas. Queremos exortar todos a defenderem a democracia. Aqui estamos firmes com todo o gabinete, com as nossas organizações sociais. Viva o povo boliviano. Viva a democracia.”
Soldados recuam após mudança de comando
Depois de o presidente nomear uma nova liderança militar que substituiu Zúñiga, José Wilson Sánchez, soldados e veículos militares blindados foram vistos por testemunhas saindo do local, assim como o ex-general, segundo a “AP”.
“Sem dúvida, hoje foi um dia atípico na vida de um país que quer a democracia”, declarou o Presidente Arce, após o início da retirada militar. E referiu-se a “uma tentativa de golpe de Estado de soldados que mancham as fardas, que atacam a nossa Constituição”.
Além disso, Morales disse que Zúñiga deve ser preso e enfrentar imediatamente um processo penal.
“Além da mudança do Alto Comando Militar, o processo penal e a destituição do General Zúñiga e dos seus cúmplices devem ser imediatamente instaurados, nos termos da Constituição Política do Estado e da Lei Orgânica das Forças Armadas”.
Governo brasileiro condena tentativa de golpe
O governo brasileiro publicou uma nota oficialatravés do Itamaraty, condenando a tentativa de golpe militar na Bolívia e afirmando que o Brasil manterá contato com “autoridades bolivianas legítimas”.
“O governo brasileiro condena nos termos mais veementes a tentativa de golpe de Estado em curso na Bolívia, que envolve a mobilização irregular de tropas do Exército, uma clara ameaça ao Estado democrático de direito no país”, afirmou. (Pedro Borg, de São Paulo, colaborou).
consignado para servidor público
empréstimo pessoal banco pan
simulador emprestimo aposentado caixa
renovação emprestimo consignado
empréstimo com desconto em folha para assalariado
banco itau emprestimo