A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma lista de registros de procedimento aborto, dentro dos casos permitidos por lei, realizados em hospitais da capital. Quatro deles ocorreram após a 22ª semana.
A manifestação enviada nesta segunda-feira (24) atendeu a uma intimação do ministro Alexandre de Moraes. O magistrado determinou que a administração Ricardo Nunes (MDB) comprovar se estava cumprindo a decisão liminar do Tribunal que suspendeu uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM). A norma proibia o uso de assistolia fetal interromper a gravidez além de 22 semanas em casos de estupro.
A lista apresentada pela prefeitura mostra a data dos procedimentos, as iniciais dos pacientes e a idade gestacional. Foram relatados 68 abortos espontâneos – em quatro deles a gravidez durou mais de 22 semanas. Esses quatro procedimentos ocorreram em janeiro, fevereiro (2) e abril, todos antes de Moraes suspender a resolução.
A Decisão de Moraes, de caráter temporário, datada de 17 de maio e foi em resposta a uma ação do Psol questionando a legalidade da resolução. O ministro entende que há evidências de “abuso de poder regulatório” do CFM, porque iria além do que a legislação prevê. Atualmente, o aborto é autorizado em casos de anencefalia, estupro e quando há risco de morte da mulher —e a legislação não impõe prazo para interrupção nessas circunstâncias.
Dias depois da liminar, em decisão complementar, Moraes também determinou que seriam proibidos processos judiciais e procedimentos administrativos e disciplinares contra profissionais com base na resolução do CFM.
Foi em reação às decisões de Moraes que o banco evangélico propôs o projeto de lei para mudar a legislação sobre o aborto no país. A redação proposta equiparou a pena por interrupção da gravidez após a 22ª semana à pena por homicídio. A reação negativa ao projeto fez com que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)adiar o processamento da proposta.
No decisão mais recente, datada de 24 de maio de Moraes mencionou suspeitas de que médicos da capital paulista tenham sido suspensos por realizarem abortos após a 22ª semana. Na resposta enviada ao STF, a prefeitura não menciona possíveis procedimentos administrativos, nem detalha o motivo de cada aborto realizado ou se algum pedido teria sido negado no primeiro semestre.
Moraes encaminhou a liminar para análise dos demais ministros no dia 31 de maio no plenário virtual, mas Nunes Marques pediu que o julgamento ocorresse no plenário físico. Ainda não há data prevista.
Como é de praxe, o CFM já conversou com o STF e defendeu a proibição do método. A Advocacia-Geral da União (AGU), que representa o governo federal, afirmou que esse tipo de regulamentação só pode ser feita pelo Congresso, e não pelos conselhos de classe.
Prefeitura suspendeu atendimento
Em São Paulo, o Hospital Vila Nova Cachoeirinha foi a unidade de referência para a realização de abortos através assistolia fetal, mas desde dezembro de 2023 o atendimento está suspenso por ordem da prefeitura. O procedimento, reconhecido Organização Mundial de Saúde e previsto em lei, utiliza medicamentos para interromper os batimentos cardíacos fetais antes de ser retirado do útero.
A direção justificou que aumentaria a capacidade da unidade para prestar outros serviços médicos e o procedimento passaria a ser realizado em outros quatro hospitais municipais. Mas Reportagem da Globonews registrou pelo menos dois casos em que mulheres tiveram o aborto legal negado. Em outro processo, a Justiça de São Paulo obrigou a prefeitura a garantir interrupções de mais de 22 semanas em todas as unidades. A ação ainda está em andamento.
A suspensão do atendimento na Vila Nova Cachoeirinha é anterior à resolução do CFM, de abril de 2024 e de autoria do conselheiro Raphael Câmara, ex-secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde no governo Jair Bolsonaro.
Na resposta enviada ao STF, a secretaria municipal listou os procedimentos realizados entre janeiro e junho deste ano em hospitais Fernando Mauro Pires da Rocha, Maré Setúbal e Professor Mário Degni. O hospital Cármino Caricchio Também faz parte da rede autorizada para realizar aborto legal, mas não houve procura, segundo a prefeitura. A entidade afirma que está cuidando dos procedimentos cancelados na Vila Nova Cachoeirinha em outros hospitais.
Questionado por Valor caso as demais unidades realizem o método assistolia, a secretaria respondeu simplesmente que o órgão atende “as demandas de procedimentos com determinação legal em atendimento à legislação”.
consignado para servidor público
empréstimo pessoal banco pan
simulador emprestimo aposentado caixa
renovação emprestimo consignado
empréstimo com desconto em folha para assalariado
banco itau emprestimo