Ó drexnome dado ao projeto de moeda digital do Banco Central (BC), entra na segunda fase de implementação. Para as empresas, esta etapa deve sanar dúvidas sobre o grau de aplicabilidade da tecnologia. Este é o momento em que as instituições financeiras poderão testar o sistema com novos casos reais e colocar à prova as funcionalidades da realidade virtual. Sobre isso, 82% da população ainda nem sabe o que é Drex, segundo pesquisa feita pela TecBan e Datafolha.
Nesta fase de experimentação institucional, as empresas podem vislumbrar o dia a dia do sistema financeiro com a tecnologia Drex. Mas para as pessoas comuns, no final de uma cadeia de acontecimentos de mercado, ainda não está claro: como pode o real digital mudar a vida quotidiana?
“Ainda temos o desafio de melhorar o entendimento geral desta tecnologia, paralelamente aos avanços nos testes Drex. Este é o momento da sociedade entender a diferença causada por esse novo sistema”, afirma Solange Parisoto, consultora de desenvolvimento de novos negócios do Sicredi.
O executivo participou do painel “Os novos passos na evolução do Drex”, promovido no estande da Accenture, nesta quarta-feira (26), durante o Tecnologia Febraban 2024.
Na perspectiva dos usuários finais do sistema financeiro (pessoas físicas), Vito Castanha, gerente sênior do Santander, destaca que, devido ao baixo conhecimento sobre o Drex, os brasileiros tendem a ser mais desconfiados. “Mais do que a questão da privacidade, aqui as preocupações com a segurança das operações nesta economia tokenizada podem impedir a adoção massiva de ativos digitais”, pondera.
Ou seja, para superar qualquer resistência da sociedade à tecnologia, as instituições financeiras e o BC, que está no comando da Drex, enfrentarão dois desafios:
- consolidar uma plataforma funcional e eficiente com capacidade para realizar milhares de operações com segurança;
- desenvolver e oferecer soluções relevantes em uma economia tokenizada.
“O serviço prestado ao usuário final precisa ser transformado com o Drex. No nosso caso, por exemplo, onde os clientes do agronegócio representam 50% das operações, podemos desenvolver novas operações baseadas na tokenização de um ativo”, afirma Solange.
O token é a representação digital de ativos reais, como investimentos, contratos de crédito, imóveis, entre outros. Depois que um bem é tokenizado, ele pode ser fragmentado em infinitas partes.
Na prática, tomemos como exemplo um investimento que atualmente exige aplicação mínima de R$ 1.000. Este ativo poderia ser fragmentado em partes menores e disponibilizado a qualquer valor, diminuindo a barreira de acesso ao ativo.
A Drex tem potencial para mudar esta realidade porque a sua plataforma pode tornar-se um ecossistema financeiro para ativos digitalizados. Nesta rede baseada na tecnologia blockchain, as instituições poderão operar em rede e compartilhar a mesma estrutura para transacionar ativos digitais e registrar ativos neste mesmo ambiente.
“Um produtor que precisa de uma colheitadeira não precisa da máquina em todas as etapas da colheita. Com a tecnologia da Drex, esse ativo poderia ser fracionado. Ou seja, proporcionamos aos clientes novas formas de acesso a um ativo e estabelecemos pontes entre proprietários e potenciais investidores”, exemplifica o consultor do Sicredi.
Larissa Santos Moreira, líder da equipe de negócios de Correspondente Bancário do Itaú Unibanco, considera que, para as novas gerações, a tokenização já é uma realidade tangível e próxima do seu dia a dia devido ao contato desse público com o universo dos jogos eletrônicos.
Castanha compara a transformação possibilitada pela estrutura Drex com a possibilitada pelos smartphones. “A tecnologia móvel com uma nova geração de dispositivos permitiu que aplicações como o Uber surgissem num período de três anos. E um ‘atrito’ que deve ser resolvido com esta tecnologia é o momento da liquidação financeira das transações. No passado, o mercado lutou para reduzir os tempos de liquidação no sistema cambial T+3 [dia da solicitação mais três dias úteis] para D+2 [dia da solicitação mais dois dias úteis]. Com o Drex, estamos falando de liquidação instantânea de transações financeiras”, afirma.
Bruno Batavia, ex-gerente assistente da Drex no BC e atual diretor de tecnologias emergentes da Valor Capital, explica que o projeto representa um novo caminho para o mercado financeiro no mundo. Isso porque, enquanto essa estrutura é implementada no Brasil, outros projetos semelhantes, baseados na tecnologia blockchain, ocorrem simultaneamente em outros países.
“Estamos à beira de uma terceira onda de revolução na infraestrutura financeira, desta vez global”, diz Batavia.
E isto levanta uma questão: poderá o Drex permitir a adopção de uma moeda global para o comércio internacional? Ainda não está lá.
João Gianvecchio, gerente de estratégia e inovação do Banco BV, explica que o blockchain deverá facilitar a internacionalização das transações financeiras se as redes estiverem interligadas. “Mas a questão aqui é transfronteiriça. É preciso desenvolver um sistema tributário único para as transações entre moedas”, pondera.
Ou seja, a ideia de uma moeda global não é o foco do sistema baseado em blockchain, mas sim a possibilidade de criação de redes que permitam a interoperabilidade dos sistemas financeiros.
“E há também um problema de infraestrutura, na ‘canalização’ deste ecossistema financeiro global, em que existem muitas entidades intermediárias e disparidades na capacidade de liquidação de operações. No plano de ação da Drex, já existem iniciativas e projetos para sistemas de pagamentos nacionais para interligar infraestruturas reais digitais. Mas, falando em termos globais, ainda há uma série de desafios até termos uma nova realidade global: questões regulatórias, legais, de implementação e fiscais. Quer dizer, é muito mais complexo”, finaliza Batavia.
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