Ó dólar subiu mais de 1% em relação ao real e fechou o pregão desta quarta na casa dos R$ 5,65, maior nível das últimas três semanas. O baixo apetite pelo risco no exterior e a pressão proveniente da forte valorização do iene devido à ligação entre o real e a moeda japonesa nas operações de “carry-trade”, levaram à desvalorização do real e impuseram à moeda brasileira o pior desempenho do dia entre as 33 moedas mais líquidas monitoradas pelo Valor. No corte de 2024, o dólar já acumula valorização de 16,57% frente ao real.
Ao final da sessão, o dólar à vista apresentava alta de 1,27%, a R$ 5,6566 — maior cotação de fechamento desde 3 de julho — após bater a máxima intradiária de R$ 5,6617 e a mínima de R$ 5,5974. O euro comercial subiu 1,17%, a R$ 6,1311.
O real dividiu o papel negativo do dia com o peso mexicano, outra moeda associada às operações de carry-trade com o iene japonês. Por volta das 18h, o dólar subia 1,06% frente à moeda mexicana, enquanto caía 1,20% frente ao iene. Tanto o real quanto o peso mexicano caíram mais de 2% em relação à moeda japonesa.
A estratégia de carry-trade consiste em pegar recursos de países com taxas de juros baixas, como o Japão, e alocá-los em economias com taxas mais altas, como Brasil e México, para que o investidor que realizar essa operação ganhe com o diferencial de juros.
Esta operação tornou-se popular no mercado financeiro quando várias economias desenvolvidas e emergentes aumentaram as taxas de juro para controlar o aumento da inflação global, enquanto o Japão as manteve próximas de zero para estimular a actividade económica. Contudo, com a perspetiva de um ciclo de flexibilização monetária nos Estados Unidos e na Europa ao mesmo tempo que o Banco do Japão (BoJ) começou a aumentar as taxas de juro, o mercado aproveitou a oportunidade para desfazer o carry-trade e embolsar o lucros. , o que afetou particularmente as moedas mais sensíveis a estas operações.
Segundo estrategistas do BBVA, o fato de o avanço do iene em relação ao dólar ter ocorrido sem qualquer gatilho técnico sugere que o movimento poderá se estender pelo menos até o dia 31, quando o Federal Reserve (Fed, banco central americano) e o BoJ publicarão seu próximas decisões de política monetária, no mesmo dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
“A queda dos rendimentos do Tesouro e o aumento da volatilidade do dólar face ao iene também favorecem o desmantelamento de algumas operações de carry-trade, ajudando a reforçar a valorização do iene. As decisões do banco central na próxima semana determinarão se o movimento será prolongado ou se veremos alguma consolidação antes do {Simpósio” de Jackson Hole, dizem os profissionais dos bancos espanhóis, referindo-se à reunião anual dos diretores do Fed que acontece em agosto.
Para Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de derivativos da Commcor, o mercado está aproveitando o ambiente de incerteza mais ampla para obter lucros tanto no câmbio quanto nas bolsas. Hoje, os índices de ações de Nova Iorque caíram até 3%, após resultados trimestrais negativos da Tesla e da Alphabet (empresa-mãe da Google), e tanto o S&P 500 como o Nasdaq tiveram os seus piores dias desde dezembro de 2022.
“O mercado está passando por alguns ajustes profundos. Em geral, é decidir lucrar nas mais diversas frentes”, diz Machado, que cita as decisões sobre taxas de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, as guerras ainda em curso no Oriente Médio e no Leste Europeu e uma presidência “super nebulosa”. eleição. ” nos Estados Unidos como os principais fatores que mantiveram os investidores longe de ativos de risco.
Neste ambiente, os sinais e atitudes positivas do governo na agenda fiscal perderam protagonismo para o ambiente externo, diz Machado, uma vez que o mercado ainda não está convencido de que os esforços feitos até agora serão suficientes para cumprir a meta do défice anual. zero – com tolerância ao déficit de até 0,25% do PIB, ou cerca de R$ 29 bilhões.
“Estou pessimista com o câmbio”, diz o gerente da Commcor, para quem o dólar tem espaço para subir ainda mais. Caso isso aconteça e ultrapasse a marca dos R$ 5,70 – máxima recente -, Machado acredita que o Banco Central pode tentar conter a alta da moeda americana vendendo dólares de suas reservas no mercado à vista. , com descontos para operações de swap cambial reverso, de forma que suporte o real sem alterar o saldo total da instituição.
Segundo o profissional, essa foi uma estratégia utilizada outras vezes pelo BC em períodos de estresse cambial, e poderá ser adotada novamente, por ter menor grau de intervenção nos movimentos do mercado. “Como é que [presidente do Banco Central, Roberto] Campos Neto é orientado para o mercado, este é um BC que não tende a ‘respeitar’ movimentos cambiais”, afirma.
consignado para servidor público
empréstimo pessoal banco pan
simulador emprestimo aposentado caixa
renovação emprestimo consignado
empréstimo com desconto em folha para assalariado
banco itau emprestimo