Dólar opera em alta e encosta em R$ 5,61 seguindo exterior | Moedas e Juros

O real segue tendência de pressão sobre moedas ligadas a commodities industriais. Hoje, o petróleo cai no mercado de futuros e o minério de ferro caiu 3% na bolsa de Dalian, na China, dadas as incertezas do mercado relativamente à procura global de commodities num contexto de enfraquecimento da economia chinesa.

Ontem, o governo apresentou o relatório de despesas e receitas do terceiro bimestre. Felipe Salto, economista da Warrenanalisa que o documento aponta um cenário mais realista, com despesas discricionárias que podem diminuir em R$ 12,1 bilhões.

A receita líquida estimada para 2024 diminuiu R$ 13,2 bilhões, atingindo R$ 2.168,3 bilhões. As despesas aumentaram R$ 20,7 bilhões, totalizando R$ 2.229,6 bilhões. Assim, o resultado primário estimado para 2024 piorou em R$ 33,9 bilhões, totalizando déficit estimado de R$ 61,4 bilhões, ante R$ 27,5 bilhões do 2º trimestre.

O governo indica, porém, que R$ 28,8 bilhões em despesas programadas referem-se a despesas não computadas para fins de verificação da meta legal. Assim, o déficit primário projetado de R$ 61,4 bilhões representa um déficit de R$ 32,6 bilhões. Breve, Faltariam R$ 3,8 bilhões para cumprir a meta zero com faixa, valor indicado como contingencial no decreto de 30 de julho. Além disso, haverá redução de R$ 8,3 bilhões nas despesas discricionárias.

“Apesar do aumento da receita federal em junho, o governo ajustou a previsão de déficit primário para este ano para R$ 32,6 bilhões, contra R$ 14,5 bilhões projetados anteriormente. Com essa revisão, o déficit permanecerá em 0,3% do PIB, acima da previsão de 0,1% em maio”, diz Elson Gusmão, diretor de câmbio da corretora Ourominas

Do lado da receita, Salto destaca a revisão para cima de R$ 12,5 bilhões no Imposto de Renda, devido aos efeitos da tributação sobre offshores e fundos fechados. O IPI projetado subiu R$ 3,9 bilhões devido à evolução da taxa de câmbio e limitação de compensações tributárias, diz o governo.

O governo aponta que, de julho a dezembro, espera entrada de R$ 87,1 bilhões em receitas relacionadas a medidas de aumento de arrecadação. Do lado das despesas, o aumento de R$ 20,7 bilhões nas despesas primárias é explicado pelo aumento de R$ 29 bilhões nas projeções de despesas obrigatórias e pela redução de R$ 8,3 bilhões nas despesas discricionárias.

Ontem (22), o dólar subiu 0,61%, e encerrou o dia cotado a R$ 5,56.