A ex-presidente do Brasil e atual presidente do Banco de Desenvolvimento do Brics, Dilma Rousseff, criticou as condições de financiamento globais. Segundo ela, são proibitivos devido às taxas de juros e às taxas de câmbio —cenário em que o dólar é incluído como “moeda hegemônica” no sistema monetário internacional.
“Existe uma dicotomia, que é o fato do dólar ser uma moeda doméstica, nacional, e cumprir o papel de reserva internacional”, disse Dilma, na abertura do “Estados do Futuro”, evento paralelo do G20 que discute o modelo de Estado para o desenvolvimento sustentável e socialmente justo, que vai até sexta-feira (26).
Dilma acrescentou ainda: “Essas contradições aumentaram a desconexão entre a redução de riscos praticada pelos Estados Unidos e pela Europa, produzindo um protecionismo nunca antes visto. [para as nações desenvolvidas]”.
O presidente do banco BRICS enfatizou o peso da dívida pública, que se tornou um obstáculo para os países mais pobres investirem na saúde, educação, infraestruturas e adaptação climática. Para ela, os desafios de financiamento estão no centro dos problemas de enfrentamento das crises sobrepostas do mundo e são um desafio para alcançar, por exemplo, os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS).
“Não só o volume da dívida externa está a aumentar, o que reduz o espaço fiscal dos países, mas também está a tornar-se ainda mais difícil, ou impossível, para alguns países obter financiamento acessível devido a restrições ou falta de liquidez no mercado internacional”, ele disse.
Dilma também declarou que o Brasil não pode continuar sendo “mero exportador de commodities e mero consumidor dos benefícios da 4ª Revolução Industrial”, referindo-se ao contexto da digitalização, e defendeu a transferência de tecnologias entre países do Sul Global.
O ex-presidente da república também criticou a defesa de um Estado mínimo. “O chamado pensamento único, que construiu uma falsa oposição entre o Estado e o mercado e impôs preconceitos às ações do Estado no Sul Global, tem sido questionado pelas ações das economias desenvolvidas, que adotaram políticas para desenvolver a sua própria industrialização ”.
Reduzindo as desigualdades
Ainda no evento, o ex-presidente do Chile Michelle Bachelet — que foi Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos e ex-Diretora Executiva da ONU Mulheres — falou sobre as desigualdades e a importância da cooperação entre os países.
“A única maneira de resolver problemas [do século] é com colaboração e solidariedade internacional. A nossa única esperança é encontrar uma solução multilateral”, afirmou Bachelet. “Precisamos de um sistema multilateral que proteja a democracia e preserve a dignidade dos indivíduos.”
Bachelet disse ainda que as democracias estão a falhar por não criarem os resultados esperados pelos cidadãos, o que gerou uma crise de confiança e a popularização de ondas autoritárias e de extrema-direita.
A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Francoacrescentou que, apesar dos desafios, o Brasil tem experiências na promoção da dignidade que devem ser exemplos para o futuro.
“O Estado tem a responsabilidade de não deixar ninguém para trás. O Estado do futuro deve ser o Estado onde ninguém mais passe fome e onde a cor da pele não seja um factor determinante para decidir se uma pessoa viverá ou não, se terá habitação digna, acesso à educação, protecção ambiental, e segurança climática ou não”, afirmou.
No evento, o Ministra da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweckacrescentou que o Estado do futuro é “verde, digital e inclusivo” e que “deve reduzir as desigualdades entre as pessoas e entre os países em todas as suas dimensões”.
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