O universo das criptomoedas, marcado pela volatilidade da qual o bitcoin é o seu maior exemplo, assume duas formas. Por um lado, há quem investe em investimentos de longo prazo. Por outro lado, a utilização da tecnologia blockchain, rede de dados que suporta este setor, está a crescer para utilização como meio de pagamento, especialmente em transações grossistas.
Para o presidente da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcritpo), Bernardo Srur, essa vocação das criptomoedas para servirem como meio de pagamento — especialmente as “moedas estáveis”, que são lastreadas em algum índice ou moeda do mundo físico e, portanto, menos volátil que o bitcoin — tende a crescer em operações que envolvam grandes quantias, com taxas baixas e com muita agilidade.
No varejo, no dia a dia da economia, ele vê as moedas digitais do banco central (Moeda Digital do Banco Central, ou CBDC) desempenhando essa função. No caso do Brasil, essa alternativa será o Drex, o real digital em fase de projeto piloto. “O Bitcoin vem se consolidando como reserva de valor, o ouro digital. E às vezes é usado como meio de pagamento”, afirma Srur. “É muito volátil e apresenta riscos de mercado”, acrescenta.
Outro que também vê a expansão da tecnologia facilitando a disseminação das criptomoedas como meio de pagamento é o head de ativos digitais da BB Asset Management, Luiz Eduardo Terra de Faria. No entanto, ele ressalta que, mesmo que as moedas estáveis sejam mais utilizadas para essa função, tais iniciativas continuam privadas. “Isso acarreta riscos, embora sejam considerados moeda de troca”, destaca.
Segundo Faria, à medida que a tecnologia evolui e se interliga, mais produtos e serviços serão transacionados na rede. “Se a experiência for interessante, se a infraestrutura se mostrar eficiente e segura, a tendência é que todas as transações ocorram nesse ambiente”, afirma. Porém, destaca o executivo, as criptomoedas — um universo de cerca de 15 mil delas — enfrentarão a concorrência dos CBDCs como meio de pagamento.
“O Bitcoin funcionou como meio de pagamento, foi incorporado aos meios tradicionais, como os cartões pré-pagos, e visto como reserva de valor. Mas não é possível definir bitcoin e ethereum [outra das mais conhecidas criptomoedas] como moeda”, diz ele. Ambas, ressalta Faria, possuem características semelhantes às da moeda, mas não todos os atributos de uma moeda nacional. E dá um exemplo prático: “Se você vai ao mercado ou paga com reais um prestador de serviço, ele tem que aceitar. Bitcoin, não.”
Segundo Ricardo Dantas, CEO da Foxbit, corretora brasileira de criptomoedas, uma pesquisa da Foxbit Business mostra que cerca de 80% das pessoas no mundo têm interesse em usar a criptomoeda como meio de pagamento. O comércio eletrônico, aponta Dantas, tem sido um exemplo importante na adoção dessa possibilidade. “Isso se deve à facilidade técnica de implementação desse tipo de solução”, observa.
Dantas vê um mercado de investimentos positivo para este ano, com potencial para o bitcoin renovar suas máximas históricas, mas destaca que há, principalmente, um desejo corporativo e de massa por mais soluções baseadas nesses instrumentos digitais. “O mercado de criptoativos tem duas vertentes: uma que busca resultados e lucros e outra que foca na facilidade de transacionar valores, principalmente internacionalmente”, pontua.
O máximo histórico do Bitcoin atingiu US$ 73.000 em março passado. No início de agosto, o ativo caiu quase 20% devido ao colapso da bolsa japonesa. “Um provável novo ciclo de queda dos juros nos Estados Unidos tende a favorecer ativos de maior risco, como as criptomoedas”, afirma Jéfferson Colombo, professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP).
Para ele, a volatilidade não é um problema considerando prazos longos, retornos médios e uma alocação adequada ao contexto da carteira de investimentos. Contudo, ele ressalta que a volatilidade excessiva é prejudicial em outro contexto. “Por exemplo, é muito difícil contabilizar os preços econômicos do bitcoin. Esses desafios poderão ser superados no futuro, à medida que o ativo se torne mais consolidado e potencialmente menos volátil”, destaca Colombo.
Um estudo da CoinWire, plataforma de pesquisa de criptomoedas, mostra que, em 2024, o volume global de transações com esses ativos deverá atingir US$ 108,5 trilhões. O Brasil responderá por US$ 354 bilhões, liderando esse tipo de movimento na América do Sul.
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