Consultora reclama que candidato desistiu de demissão por aumento: “Fingiu te valorizar” | Carreira

A publicação, que gerou milhares de reações em poucos dias, foi um desabafo de Tamires Cruz ao ver um cliente aceitando contraproposta da empresa em que “reclamava todos os dias de falta de reconhecimento” e “liderança tóxica”, disse Valor.

“Não te entendo. Tem gente que fica sete anos na mesma empresa, na mesma função sem nenhuma promoção. Aí a pessoa consegue um emprego melhor, pede demissão da empresa atual, o patrão dá um aumento de 150 [reais] ou muda o papel e a pessoa fica”, escreveu Tamires no post.

Tamires disse ainda, na publicação, que a liderança não valorizou o esforço do seu cliente durante sete anos, terminando por escrever que “é preciso acabar com velhos ciclos” e que as pessoas não podem “agarrar-se ao mal por medo do desconhecido”.

“O cara não valorizou seu esforço durante sete anos. Então, você desiste de uma nova oportunidade de trabalhar por mais sete anos para alguém que fingiu te valorizar quando viu que você estava indo embora? Ele continuará o mesmo e verá você da mesma maneira”, escreveu ela.

Outros usuários do LinkedIn também manifestaram insatisfação com o caso relatado por Tamires. “Infelizmente isso é o que acontece com mais frequência, e direi mais, tem empresas que fazem isso para o funcionário não sair e deixá-lo na mão, contratam um novo funcionário e depois de 1 ou 2 meses eles mande o antigo funcionário embora e fique com o novo”, escreveu um seguidor.

Aceitar uma nova proposta ou um aumento?

No caso relatado pelo autor da publicação, um trabalhador que estava há sete anos na mesma empresa e se sentia insatisfeito em seu lugar, conseguiu uma nova oferta, mas desistiu de mudar de emprego após conseguir um aumento salarial.

Para o CEO da Trilha Carreira Interativa, Bruno Martins, a escolha não foi a melhor. Segundo o especialista em carreiras, o valor adicional oferecido foi “só um mimo”, e a valorização deveria ter acontecido antes da nova proposta.

Mesmo assim, não é uma regra. Martins explica que o trabalhador precisa reorganizar a vida financeira e buscar oportunidades interessantes para o seu perfil profissional antes de deixar o emprego atual, caso não consiga permanecer desempregado enquanto procura novas vagas.

“Se o profissional tiver uma proposta que ofereça um salário melhor, ele deve sair. Caso contrário, não. Ele pode ficar onde está e continuar buscando melhores oportunidades no mercado”, afirmou.

Como saber quanto e quando pedir aumento salarial?

Martins explica que para saber quando e quanto pedir aumento salarial é necessário que o profissional colete diversas informações para fundamentar seu pedido.

De acordo com ele, A melhor forma de convencer a liderança a dar um aumento salarial é com uma apresentação de suas contribuições para a empresa, dos projetos, do valor gerado para a empresa e da remuneração dos pares do mercado.

Dessa forma, o profissional precisa fazer uma autoanálise da própria carreira e ter uma compreensão clara de todos os projetos que realizou, seja na empresa atual ou nas anteriores. Martins também destaca que É preciso ter confiança para defender o próprio valor, e muitos não sabem a importância dos seus projetos.

“Para solicitar aumento salarial é preciso ter uma relação dos resultados da empresa, suas conquistas dentro dela e fazer uma análise de remuneração. O profissional precisa conhecer a política salarial da empresa, bônus, remuneração anual e níveis de trabalho para saber se seu salário está abaixo do praticado pela empresa”, disse Martins.

Outro conhecimento crucial que o trabalhador deve ter ao pedir aumento salarial é o seu próprio conhecimento. valor profissional dentro da empresa e tenha confiança ao solicitar um aumento. Também é importante Demonstrar interesse em permanecer na empresa no longo prazo e traçar metas futuras pode gerar mais valor ao seu trabalho, aumentando o valor da sua permanência e a probabilidade de conseguir um aumento ou promoção.

“Muitos profissionais também falam de problemas pessoais ao pedir aumento salarial, mas isso precisa ser evitado. O foco precisa ser no nível profissional, porque essa questão pessoal não é do interesse da empresa”, disse Martins.