Congresso Brasileiro do Agronegócio discute biocompetitividade

Entre as aparições previstas estão as do ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, embaixador Roberto Azevêdo; Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA); Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura; Christopher Garman, diretor do Eurasia Group para a América Latina; e Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, justifica a escolha do tema, por um lado, na atual visão de descarbonização da economia associada à segurança alimentar. Por outro, na percepção de que existe um protecionismo crescente no mundo.

“Para um país como o Brasil, com grande capacidade competitiva, com produtividade, produzindo muito usando menos, essa é a lógica que o Brasil tem que buscar. Daí a razão da biocompetitividade poder ser protagonista nesse novo cenário que o mundo vive”, afirma.

Carvalho explica ainda que o atual cenário global afeta o agronegócio brasileiro, pois o país sofre as consequências do protecionismo e das iniciativas regulatórias adotadas em outras partes do mundo. Para ele, os setores público e privado precisam se unir para dar a resposta necessária.

“O contexto interno deve estar unido e preparado para enfrentar esta pressão protecionista, esta tendência à regulação externa de uma forma que vá ao encontro da realidade do mundo tropical”, argumenta.

Um dos temas em discussão será o atual cenário geopolítico em meio às crescentes demandas por práticas sustentáveis. No site oficial do evento, a Abag destaca a “necessidade de alinhamento” do agronegócio para reafirmar seu papel no multilateralismo global.

Na visão da entidade, a geopolítica baseada na sustentabilidade tem influência cada vez maior na bioeconomia. E, com sua diversidade, além de uma matriz energética com fontes renováveis, o Brasil consegue consolidar seu papel de liderança em uma economia global de baixo carbono.

Outro tema do Congresso da Abag é o diálogo do Brasil com a comunidade internacional. Na visão da entidade, o mundo vive um momento de fragmentação, evidenciado por guerras, como as da Rússia e da Ucrânia, e chama isso de “escalada de tensões” entre os Estados Unidos e a China.

A entidade avalia que a situação coloca o Brasil numa “encruzilhada”: “manter a sua postura tradicional, baseada no diálogo simultâneo com diferentes nações e grupos de países, ou colocar-se formalmente como parte de “clubes” de países estruturados pela lógica da aproximação ou internalização de cadeias produtivas”.

O Congresso Brasileiro do Agronegócio também terá uma mesa redonda sobre Competitividade e oportunidades para o agronegócio brasileiro. E homenageará personalidades do setor, com a entrega do Prêmio Norman Borlaug – Sustentabilidade e do Prêmio Ney Bittencourt de Araújo.

No ano passado, o tema principal do evento foi “Integrar para fortalecer”. Segundo a Abag, o evento contou com a presença presencial de mais de 850 pessoas e teve mais de 6,4 mil acessos em seu canal de transmissão online.

23º Congresso Brasileiro do Agronegócio – Presencial e Online
Tema: Biocompetitividade
Data: 5 de agosto de 2024
Horário de funcionamento: 9h às 18h
Localização: Hotel Sheraton WTC São Paulo – Av. das Nações Unidas, 12559