Ao falar sobre o mudanças climáticas, é preciso fazer com que a linguagem seja compreendida por todos. Esta é uma obrigação moral dos cientistas especializados no assunto, argumenta Luciana Gattipesquisador em gases de efeito estufa e as alterações climáticas em Amazonas. O especialista esteve nesta sexta-feira (21) no Festival LEDem um painel que discutiu crise ambiental e como diferentes gerações devem lidar com os desafios impostos pela aquecimento global.
Além de Gatti, o painel incluiu comunicador indígena Isso é ativista Alice Pataxóo empreendedor social Raul Santiago e o jornalista da TV Globo Sónia Bridimoderador da conversa. Os quatro chegaram a um consenso sobre a importância de saber comunicar com um público mais vasto – sobretudo num momento marcado pela divulgação de informação falsa.
“Em termos de alterações climáticas, estamos a falar da nossa sobrevivência. Portanto, todos os habitantes deste planeta têm o direito de saber porquê condições de vida estão a mudar e como a vida neste planeta está a ser ameaçada. Para mim, é uma obrigação moral que os cientistas aprendam a falar e a explicar o que está acontecendo de uma forma que todos entendam”, disse Gatti.
Segundo o pesquisador, a academia e o ambiente científico Eles ficam presos em sua própria língua e não conseguem se fazer entender. Gatti diz que começou a entender melhor essa situação após a pandemia de covid-19, quando informações falsas sobre a doença circularam mais rápido do que aquelas baseadas em Ciência.
“A ciência é muito marginal para a sociedade. A ciência vive isolada no seu castelo. Aprendemos a falar muitos termos que só seus colegas entendem”, criticou. “Temos que entender que estamos nesta situação porque estamos destruindo a natureza.”
Raull Santiago reforçou a necessidade de ter cuidado com a forma como a informação é comunicada:
“Comunicar é a principal disputa que temos que fazer. E refletir sobre como comunicar é muito difícil, principalmente porque vivemos numa guerra de comunicação, onde muitas vezes as notícias falsas chegam mais rapidamente do que as nossas atividades diárias.”
O ativista de Complexo do Alemãoum grupo de favelas da zona norte do Rio, acrescentou que a comunicação deve ser realizada mesmo diante de possíveis ataques motivados por desconhecimento ou mesmo negações.
“Algumas palavras precisam ser ditas, mesmo que às vezes sejam difíceis para quem as diz, diante do ataque do todo por falta de conhecimento. Quando falamos de racismo ambiental, de justiça climática e das desigualdades que existem dentro deste tema, é muito sobre isso”, disse Santiago, afirmando que a forma de enfrentar a falta de conhecimento é através Educação.
Ele continuou: “É muito urgente contextualizar o racismo ambiental no sentido de compreender que a desigualdade do país cria situações diferentes e que as pessoas vivem essas emergências desde o nascimento”.
Alice Pataxó, por sua vez, alertou que vivemos numa “era onde tudo é duvidoso” e “nada do que está escrito pode passar despercebido”. Em relação às mudanças climáticas, o comunicador indígena afirmou que é preciso saber falar com o público dentro e fora das aldeias, reforçando a consciência de preservação do meio ambiente.
Citando o próximo Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas que terá sede no Brasil em 2025, a COP30Pataxó também defendeu que as comunidades indígenas e as minorias do país não podem ser deixadas de lado nas discussões do fórum internacional.
“Não queremos ser excluídos da próxima COP. É inaceitável que isto esteja a acontecer num país onde os povos indígenas gritam por ajuda e falam há muito tempo sobre os problemas climáticos. Temos que ter cuidado para não excluir minorias e povos tradicionais”, afirmou.
Ó Festival LED — Luz na Educação é uma conquista de Globo e de Fundação Roberto Marinho em parceria com a plataforma Educação 360de Editora Globo. O evento já está em sua terceira edição e tem como objetivo debater o futuro da educação e formas de democratizá-la.
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