Na próxima semana, esses elementos deverão estar na agenda de discussão do Comitê de Política Monetária (Copom)do Banco Central, que se reúne para definir a Selic, a taxa básica de juros do país.
Segundo Tatyana Pinheiroeconomista-chefe para o Brasil da Capital de Galápagoso Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial do país, apresentou inflação “indigesta” em julho.
O IPCA-15 avançou 0,3% em julho, acima da mediana de 0,23% captada pelo Valor Data e dos 0,2% previstos por Galápagos. “Tudo piorou um pouco”, diz Pinheiro.
“Todos esperavam deflação alimentar, aumento de passagens aéreas, o que pressionaria os serviços, além das pesquisas indicarem aumento nos serviços bancários. Esperavam também pressão nos serviços administrados, por causa da bandeira amarela e do aumento do preço de gasolina e botijão da Petrobras Tudo isso, de forma qualitativa, veio, mas os números foram um pouco mais pesados”, afirma.
“Embora uma inflação mensal de 0,3% esteja ok, nada que seja incontrolável, a abertura é um pouco indigesta, principalmente nos serviços, que não deram salto, mas continuam em patamar elevado”, diz Pinheiro.
Em 12 meses, a inflação nos serviços intensivos em mão de obra, que tem recebido atenção do BC, por exemplo, ficou estável em julho, na comparação com junho, mas no patamar de 5,72%, segundo Pinheiro.
Na avaliação dele, os números divulgados hoje reforçam a estratégia do BC de manter a taxa básica de juros (Selic) elevada por mais tempo.
“O IPCA de junho apresentou número melhor que o esperado, o que levantou alguns questionamentos sobre o bom comportamento da inflação. Mas isso é muita volatilidade, não podemos ficar olhando o número na margem. “, ele afirma.
Além do elevado nível de serviços, Pinheiro observa que o aumento dos preços administrados gera pressão de custos que poderá resultar num aumento de preços mais generalizado no futuro. A desvalorização cambial, com números mais próximos de R$ 5,50 ou mais por dólar do que R$ 5,30, também poderia contrair preços mais elevados no horizonte. A isto soma-se a actividade económica que continua forte e um mercado de trabalho muito apertado.
“Diante de todas essas possíveis pressões que temos pela frente, esse compromisso com maior cautela deve ser reforçado”, afirma.
O IPCA-15 de julho trouxe número pior do que o esperado, com surpresas para cima no indicador cheio e nas medidas mais “qualitativas”, o que provavelmente levará para cima o IPCA fechado de julho, avalia Adriano Valladãoeconomista de Santander.
Todas as cinco medidas básicas (para suavizar itens mais voláteis) monitoradas pelo Banco Central e os serviços subjacentes (mais ligados ao ciclo econômico) subiram na métrica de média móvel trimestral anualizada e ajustada sazonalmente, observa Valladão.
Apesar disso, ele afirma que o resultado, qualitativamente, não foi tão ruim quanto parecia à primeira vista. “A maior parte da deterioração dos serviços subjacentes foi impulsionada pelo seguro automóvel, enquanto o resto da parte qualitativa ficou em linha com as expectativas”, afirma.
Do índice geral, grande parte da surpresa de alta também se deveu a itens mais voláteis, como passagens aéreas e alimentação em casa, observa Valladão.
“Pelo lado positivo, a maior parte das aberturas de serviços ainda desacelerou ligeiramente no mês”, afirma, citando serviços inerciais, serviços ligados à atividade e serviços dependentes de salários, na média móvel de três meses anualizada e ajustada sazonalmente.
Luís Otávio Leal, economista-chefe da Parceiros G5, afirma que a prévia da inflação oficial do país em julho não foi boa. O resultado não foi muito superior à projeção do G5 de 0,27%, mas a composição do índice completo foi “completamente diferente”, diz.
Ele projetou uma deflação de 0,10% em alimentos e bebidas, mas veio uma deflação de 0,44%. “Ao mesmo tempo, também esperávamos um aumento nas passagens aéreas muito inferior aos 19% que vieram”, afirma. Esses, porém, são movimentos mais específicos, segundo Leal.
Ainda assim, a composição mais “qualitativa” do índice também não foi boa.
“Os serviços subjacentes [mais ligados ao ciclo econômico] regressaram a níveis próximos de 0,6%, depois de terem oscilado entre 0,3% e 0,4%. Isso é um banho de água fria para o mercado”, diz Leal, lembrando que o Banco Central “coloca muito peso nessa questão”.
A inflação na média móvel trimestral anualizada e ajustada sazonalmente, métrica que tem sido cada vez mais utilizada, segundo Leal, também foi “muito ruim”, diz.
Nessa medida, o índice cheio saltou de 4,94% em junho para 6,32% agora, o maior aumento desde maio de 2023, segundo Leal.
O número “não foi bom” e, aliado à mais recente desvalorização cambial, “aumenta muito” a chance de o Comitê de Política Monetária (Copom) alterar seu equilíbrio de risco para assimétrico e para cima na próxima reunião, na próxima semana, diz Leal. “Ainda não é o meu cenário base, mas acredito que haverá um movimento muito forte nos próximos dias de discussão”, afirma.
Para o IPCA cheio de julho, Leal ajustou sua projeção de 0,3% para 0,32%, mantendo a previsão de 4,1% para o ano.
Com informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico.
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