A renúncia do presidente americano, Joe Bidenconcorrer à reeleição no Estados Unidos (EUA) impactou o ânimo dos investidores, que especulam quais mudanças isso poderia trazer ao mercado. Segundo analistas, porém, ainda é cedo para concluir quais serão os efeitos desta mudança. Por enquanto, existem algumas pistas que podem ajudar os investidores a adaptar as suas carteiras ao que está por vir.
Em primeiro lugar, é preciso compreender o perfil (bem como as propostas) de cada um dos dois partidos que disputam as eleições nos EUA. Ao lado de Donald Trumpde Partido republicano, a agenda tende a ser mais protecionista. Isto porque o próprio Trump costuma pedir aumento nas tarifas de importação, redução de impostos e limites à entrada de imigrantes. Este “pacote” até foi chamado de “Comércio de trunfo” (ou “Fator trunfo“) no mercado. E essa política, segundo analistas, deveria se refletir em inflação e taxas de juros mais altas lá, pelo menos no curto prazo. Não é à toa que, enquanto Biden ainda estava na corrida, a tese de que o possível retorno de Trump ao poder ganhava cada vez mais força e se refletia em uma “corrida ao dólar”, que levou a moeda a R$ 5,60 na semana passada.
“Se Trump vencer, a expectativa é de um cenário mais protecionista para os Estados Unidos. O que sugere mais tarifas de importação, especialmente sobre a China, que é um forte parceiro comercial do Brasil. Então, uma eleição de Trump teria um impacto negativo deste ponto de vista, porque os EUA se tornariam mais protecionistas, mais egocêntricos”, afirma. Paula Zogbigerente de análise na Nômade. Ela explica que os efeitos disso foram sentidos até na bolsa na semana passada. À medida que Trump ganhava força nas casas de apostas, as ações mais ligadas à economia doméstica de lá ganhavam força.
O analista destaca, porém, que toda a agenda de Trump poderá culminar em mais inflação. E é aí que o Brasil poderá ser (ainda) mais afetado. Para quem não se lembra, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) tenta há muito tempo combater a inflação elevada por lá. Não é de surpreender que as taxas de juros americanas estejam em níveis recordes, entre 5,25% e 5,5%, o que tem atraído muito capital (inclusive capital estrangeiro) para títulos públicos e outros ativos de renda fixa norte-americanos que têm seus rendimentos vinculados a juros.
E o que o Brasil tem a ver com isso? Como as taxas de juros americanas são altas, o Brasil também precisa mantê-las um pouco mais altas para que seus títulos possam “competir” com os americanos e também atrair investimentos..
O resultado de uma eleição de Trump, portanto, poderia ser taxas de juro mais elevadas nos EUA e, consequentemente, taxas de juro mais elevadas também aqui, o que pode penalizar a bolsa brasileira. Sem falar na perspectiva de que o dólar possa subir, caso os investidores entendam que, mesmo com a Selic alta, é melhor investir lá do que aqui.
Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos, considera que, num cenário mundial “mais complicado”, torna-se ainda mais importante que o Brasil “faça o dever de casa” do ponto de vista fiscal. Simplificando: contas públicas saudáveis reduzem a percepção de risco sobre o governo, ou seja, reduzem a possibilidade de um aumento da inflação ou mesmo de um calote. E esse ambiente de maior confiança tende a atrair investidores para o país, pessoas dispostas a emprestar dinheiro para esse governo e colocar dinheiro nesse mercado.
E com a retirada de Biden, como será?
Segundo analistas, ainda é cedo para dizer o que acontecerá daqui para frente. Porque ainda não há certeza sobre quem é o candidato ao Partido Democrático. Embora a vice-presidente Kamala Harris tenha sido apoiada por Biden na sua declaração de retirada, a decisão ainda não foi tomada.
“A princípio nem sabemos quem será o candidato. Biden apoiou a vice-presidente Kamala Harris, assim como muitos membros do partido. Mas isso só será decidido mais tarde, provavelmente em agosto, na convenção do partido. De qualquer forma, o cenário visto por Trump e pelos apoiadores de Trump é que Biden era um candidato mais fraco que Kamala”, afirma Paula Zogbi, do Nomad.
De qualquer forma, um governo democrata poderá ter um perfil diferente, com menos protecionismo e com a continuidade da atual agenda de combate à inflação. A Reserva Federal até deu sinais de que um corte nas taxas de juro está mais próximo do que o esperado. Embora a inflação ainda não tenha voltado à meta de 2% ao ano, tem dado sinais de arrefecimento, o que fez com que membros da autoridade monetária, (bem como o próprio presidente do Fed, Jerome Powell) sugeriu um corte em breve.
Seja como for, o cenário ainda é nebuloso. Mesmo que após a desistência de Biden as apostas em Trump tenham perdido um pouco de força, o republicano ainda é o favorito. No entanto, ainda há “muita água para passar por baixo da ponte”. Antes de saber como, efetivamente, as eleições afetarão o Brasil, a bolsa brasileira e o real, é preciso saber quem será o candidato do Partido Democrata, quais serão suas chances de vitória e, principalmente, qual será sua agenda .
juros emprestimo bancario
simular emprestimo pessoal itau
emprestimo aposentado itau
quem recebe bpc pode fazer financiamento
empréstimo caixa simulador
quanto tempo demora para cair empréstimo fgts banco pan
empréstimo consignado do banco do brasil