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“Trabalho em uma equipe de sete pessoas. Todos nós temos um bom relacionamento, mas um deles está constantemente bajulando nosso empresário. No início isso não me incomodou, mas comecei a temer que essa pessoa se aproveitasse no trabalho por causa desse comportamento. Não comentei com ninguém, mas sinto que outros colegas também notaram, mas nosso gestor (que é alvo de elogios) se sente lisonjeado com os elogios excessivos. A pessoa em questão chega a discordar de toda a equipe apenas para provar o ponto de vista do chefe. Como lidar? Analista de comércio exterior, 29 anos
O contexto organizacional não foi criado para sermos quem somos. O sistema quer quem lhe seja útil. Portanto, somos convidados a abandonar nossa coerência íntima e nos articular em cenas dramáticas, com entrada e saída de personagens, conflitos e políticas para sobreviver ao ego e à vaidade impostos por muitas culturas. Porém, ao final desse ato, nem sempre o mais aplaudido é aquele que tem melhor desempenho, mas sim aquele que mais resiste à máscara social, traje mais valorizado neste espetáculo da vida corporativa.
As articulações fazem parte deste jogo político enquanto escalamos a montanha do trabalho.
Convenhamos: é um jogo desgastante, pelo gasto de energia que poderia ser canalizada para algo mais produtivo – para a empresa, para a equipe e para o indivíduo. É cansativo para quem age e um sofrimento para quem presencia atitudes que às vezes chegam a certo grau de perversidade.
Mas você já parou para pensar por que sua colega elogia o chefe? Quão pesada é essa máscara para ela? Ou por que seu líder de repente aceitou e incentivou tal comportamento, depois de uma equipe inteira contradizer ou rejeitar suas sugestões ou exigências? E esse jogo de equipe, essa combinação de apoio entre iguais? É espontâneo ou elimina o indivíduo? Qual a alternativa dada ao colega: jogar com a equipe ou com o chefe? Qual é a alternativa dada a você?
No ambiente corporativo parece haver apenas uma opção: ou colocamos a armadura, pagando o preço por isso, ou estamos fora do jogo.. Como diz a carta, quando “pensamos” que estamos lá fora, criamos fantasmas que são autodestrutivos e nos levam a lugares que não gostamos de visitar, como por exemplo questionar a nossa própria competência. Deixamos de acreditar no resultado para olhar o outro e acreditar que o que o outro faz, apesar de repreensível, pode encurtar caminhos e levá-los mais longe. É mesmo?
Ambientes seguros devem ser apoiados por confiar e não há confiança sem liberdade ser quem somos, nos comportar de acordo com o que acreditamos e dizer o que pensamos, independentemente do grupo do qual fazemos parte e da nossa posição na cadeia corporativa. Não deveria ser um ato polarizado do tipo “eu ou eles”; deveria ser um jogo nosso, um grupo de indivíduos únicos, dando voz e talento a uma causa maior, um compromisso com o aprendizado coletivo da organização.
Acredito que uma cultura que nasce do compromisso mútuo, baseada no diálogo respeitoso, não precisa vir de cima para baixo, como sempre idealizamos, mas precisa começar por uma pessoa disposta e firme a não renunciar às suas verdades, nem a entregar o seu brilho à dor corporativa. Dores que talvez nunca consigamos eliminar completamente, dada a nossa real falta de controlo e a natureza do negócio.
Por mais dolorosa que seja esta verdade, cada um de nós deve fazer a sua parte, encontrando possíveis formas de autopreservação para não perder a graça, o brilho e o encanto, através da fonte infinita de possibilidades de crescimento que é o trabalho. .
Que o nosso exercício dinâmico e social seja o de nos blindarmos e nos despojarmos da pesada máscara social para reverter os jogos em curso e alcançar um resultado com menos sintomas e uma sensação mais leve para esta equação. Para isso, a primeira pergunta a se fazer é: afinal, qual é o meu jogo?
Mariana Clark é psicóloga, especialista em saúde mental, perdas e lutos no contexto organizacional e escolar.
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Esta coluna tem como objetivo responder questões relacionadas às carreiras e situações vivenciadas no mundo corporativo. Reflete a opinião dos consultores e não a do Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza decorrentes do uso dessas informações.
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