A institucionalização do ecossistema criptográfico deu um novo passo, última sexta-feira (13), quando representantes do Banco Central e de bancos BTG e Bradesco foram ouvidos com atenção e aplausos ao final de suas apresentações por um público jovem engajado no movimento disruptivo que nasceu para ser o sistema antifinanceiro.
O evento NFT Brasil, realizado na capital paulista, discutiu novidades que estão acontecendo em entretenimento, engajamento social e negócios com a adoção da tecnologia blockchainonde está sendo construída a chamada Web3, uma nova etapa evolutiva da internet.
Neste contexto, os projectos que estão a ser desenvolvidos no âmbito do drex, (o plataforma tecnológica para tokenização digital de reais e ativoscriado pelo Banco Central), deve trazer novas opções de produtos financeiros e de investimentonum ambiente digital que pode – ou não – ser visto e percebido dentro das aplicações de bancos e outras empresas financeiras.
Drex está finalizando a fase 1 do Projeto Pilotoem que foram testadas transações financeiras e a emissão e negociação de títulos públicos tokenizados entre grandes instituições financeiras reguladas, tanto tradicionais quanto cripto-nativas.
Segundo Fábio Araújocoordenador do projeto do Banco Central, entre o segundo semestre deste ano e 2025 acontecerá a fase 2, para o qual novos participantes do mercado são convidados a propor, desenvolver e testar novos projetos, com casos de uso específicos.
Entre os casos de uso que entraram na nova fase do Projeto Piloto estão recebíveis de cartões, empréstimos garantidos por títulos públicos e CDBs (Certificados de Depósito Bancário), além de transações com os chamados ativos do mundo real (RWA, na sigla em inglês). Entre eles eles são debêntures, Certificado de Crédito Bancário (CCB), Crédito de Descarbonização (CBIO), além de ativos do agronegócio, automóveis e imóveis.
Nesta nova etapa, o O BTG está lançando projeto de emissão de debêntures, em parceria com Santander e B3, e Bradesco para empréstimos garantidos por CDBs.
Sim, todos esses produtos já existem. Então, onde está a evolução?
É da mesma forma que a humanidade vivenciou ao trocar o papel caução pelo computador, a caneta pelo teclado e a agência bancária pelo internet banking e aplicativos de bancos, corretoras e seguros no celular.
Os sistemas de pagamento também existem há muito tempo, mas evoluíram, no Brasil, até chegar ao Pix, que é um meio de pagamento instantâneo único no mundo. Em muitos países desenvolvidos, a forma de pagamento mais comum ainda é o cheque, preenchido e assinado com caneta. E em alguns casos, enviado em envelope, pelo correio.
Drex é um ambiente em que novas “experiências” com produtos já conhecidos serão criadas para os clientescom ganhos financeiros, como redução de custos e taxas, além de novos formatos e funcionalidades.
Uma das discussões em torno do projeto é como o Drex será apresentado à sociedade, aos correntistas, pequenos investidores e compradores de seguros.
Quando chegou ao mundo, o Pix recebeu um botão para chamar de seu dentro de todas as aplicações bancárias e de investimentos. O sistema de pagamento é fácil de identificar e utilizar, de forma clara e transparente.
A Drex terá um botão especial ou uma aba separada no aplicativo para o cliente clicar e ver quais debêntures ou empréstimos tokenizados estão disponíveis para ele investir ou contratar?
“Quanto mais invisível for a tecnologia, melhor”, destacou André Portilhoparceiro de BTG e fundador da plataforma criptográfica Mento. Para ele, estar tokenizado ou estar no Drex não interferirá na decisão do investidor. O que conta é a vantagem e o benefício que esse formato apresentará, como menores custos e menos burocracia.
“O investidor não precisa saber se está em Drex ou não, separadamente”, completou. Marcel Smetanaespecialista em pesquisa e inovação na Bradesco. “Mas poderá haver uma identificação na aba de investimento caso aquele produto esteja na plataforma Drex.”
Para Smetana, a separação criaria mais uma “fragmentação” na experiência do cliente, como no caso do Pix, onde você ainda precisa escolher se o dinheiro virá da conta corrente ou da conta poupança.
Araújo afirma que a proposta do BC para promover o Drex é diferente do Pix e que a autoridade quer apresentar a tecnologia e suas vantagens para a sociedade.
É fato que os cidadãos brasileiros descobriram e começaram a usar o Pix quando ele já estava em pleno funcionamento e não têm ideia de qual é a tecnologia por trás da ferramenta que utilizam no dia a dia, seja para enviar ou receber dinheiro.
Para Drex, os planos do BC são diferentes. “A chegada do Drex ao varejo será diferente do Pix”, disse Araújo. “Quando o cliente entrar no aplicativo, aparecerão novos empréstimos e investimentos que antes não eram possíveis”, acrescentando que, com o financiamento aberto, estes novos desenvolvimentos serão ainda mais evidentes.
No entanto, “ainda estamos longe da aba Drex no aplicativo”, ponderou Portilho. Isso porque até ele “entrar em produção”, como mencionou Smetana, quando um sistema realmente entra em operação, no jargão de TI, há uma longa jornada para a plataforma de tokenização do BC.
Como em qualquer processo de desenvolvimento tecnológico, Drex também tem seus problemas.
A maior delas é garantir sigilo e privacidade nas transações dentro do blockchain usado para construir o Drex. Esta dificuldade entra em conflito com a estrutura intrínseca de uma blockchain: todos os seus dados são públicos. Codificado, criptografado e inviolável, mas público. É destas características que nasceu a confiança nesta nova tecnologia.
“O problema é de programação, de código informático”, explica Araújo, reforçando que isso será resolvido em algum momento. “O BC se preocupa com a privacidade das pessoas, os processos devem estar de acordo com a LGPD [a Lei Geral de Proteção de Dados]as pessoas precisam ter tranquilidade para realizar suas transações.”
“Se não fosse essa preocupação o problema estaria resolvido”, destacou o coordenador do projeto Drex.
Neste sentido, Smetana destacou que “diferentes casos de utilização têm diferentes requisitos de privacidade” e que, quando o Drex estiver operacional, todos os produtos e serviços já estarão testados e aprovados.
E quando o Drex entrará em operação para os cidadãos?
“Não temos um encontro. Temos um marco que é resolver a questão da privacidade”, reforçou Araújo.
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