Você Certificados de Operações Estruturadas (COEs) apoiado pelo risco de créditoque ganharam espaço em corretoras e plataformas de investimentos, finalmente regras mais claras que fornecem informações que devem ser levadas ao público adequar a oferta ao perfil do investidor. Na prática, a nova resolução publicada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamenta certificados que permitem investir sem a necessidade de adquirir diretamente um título de renda fixa lastreado em derivativos de crédito ou títulos de dívida de um emissor.
O resolução que altera as condições de emissão COEs “referenciados ao risco de crédito” pelas instituições financeiras está em vigor desde 2 de setembro.
Odilon Costahead de renda fixa na consultoria de investimentos SWM, explica que, antes da nova regulamentação, era possível estruturar COEs com risco de crédito de duas maneiras: ou adquirir diretamente o título emitido pela empresa e as respetivas operações de cobertura cambial (cobertura cambial) e indexador. Ou comprar um fundo que transportasse derivativos de crédito (instrumentos utilizados para gerenciar e mitigar riscos de crédito).
“Os respectivos hedges cambiais e indexadores foram feitos localmente. Agora no novo formato, a estrutura do COE pode ser mais direta. Por outras palavras, já não é necessário colocar derivados de créditocomo CDS (Credit Default Swap) dentro de um fundo para montar a estrutura indiretamente. Em nossa opinião, Isto dá maior visibilidade ao investidor final sobre o ativo subjacente (que deixa de ser um fundo)”, explica.
O COE começou a ser vendido por bancos brasileiros em 2014 e foi regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um ano depois. O produto de financiamento bancário, que no exterior é conhecido como “nota estruturada“atua como uma “concha” com vários tipos de ativos dentro dela, que são emitidos por uma instituição financeira. O novo produto tem como referência o “notas vinculadas a crédito” (CLN), criada na década de 1980 nos Estados Unidos e na Europa, que são títulos emitidos por instituições financeiras no exterior relativos a outros créditos.
O produto utiliza estratégias complexas, baseadas na combinação de instrumentos financeiros derivativos (termos, opções e swaps), e ganhou fama por permitir acesso a ativos e mercados que os investidores teriam dificuldade de acessar caso realizassem operações por conta própria.
O resultado final para o investidor depende do desempenho desse grupo de ativos vinculados a essa “casca” em relação aos índices, portanto, Os COE basearam-se essencialmente no risco de mercado, que está relacionado com o preço dos ativos.
Mas, com o passar do tempo, COEs começaram a adotar o respaldo de ativos de crédito (sujeito a padrão), que só eram permitidos em situações restritascom frequência crescente. E o produto, com esta dose de complexidade financeira adicional, tornou-se ainda mais difícil de ser compreendido pelo investidor. Ligado a isso, o longo período de resgateque dura cinco anos, o custos pouco claros envolvidos na fase pré e pós-negociaçãobem como baixa liquidez – sendo negociado apenas no mercado de balcão – são algumas das críticas mais recorrente das operações estruturadas locais.
Portanto, um dos pontos abordados pela nova resolução, em vigor desde 2 de setembro, é adaptar o COE do risco de crédito à capacidade dos investidores de compreender e gerir riscos. A resolução estabelece terminologia, requisitos de informação e tipos de eventos de crédito que devem ser cumpridos “em linha com a mais recente regulamentação de derivados de crédito”.
Isso ocorre porque, em todos os cenários o investidor corre o risco de garantias (derivativo ou título de dívida do emissor) e a instituição financeira emissora do COE.
“O principal resultado da regulação é direcionar o risco do produto que está dentro do COE para o tipo de investidor: profissional, qualificado ou investidores em geral. A regulação é positiva para reconstruir a imagem de um produto muito distorcido e mal utilizado pelo mercado”, resume.
“Quando você tem ativos de crédito do governo ou de empresas consolidadas e listadas, espera-se que você possa distribuir [o COE] entre investidores de diferentes tipos de perfil. Mas Quando se trata de risco de crédito de empresas menores, não é possível colocar isso no produto e vendê-lo sem a designação mínima para um investidor profissional ou qualificado e considerando os riscos de crédito do ativo. Por que, se a instituição financeira emissora do instrumento entrar em incumprimento [calote] mediante pagamento, a empresa é obrigada a cobrir. Portanto, há uma combinação de riscos que precisa ser conhecida”, afirma Costa, do SWM.
Outra mudança trata das exigências para estipulação de preços de ativos. Antes da nova resolução, a exigência era que as negociações fossem guiado pelo preço públicopara promover maior transparência. Porém, nem todos os produtos incluídos no COE atenderam à exigência, como algumas debêntures, por exemplo.
Com o modelo de preços novo e mais flexível o CMN espera contribuir para a superação dos obstáculos identificados pelos participantes do mercado e fornecer “a segurança necessária à emissão do COE referenciado ao risco de crédito”, diz a nota.
Para Hudson Bessa, economista e sócio da HB Consultoria e Educação Executivao reconhecimento da modalidade COE “referenciado em risco de crédito” institucionaliza a exigência do investidor de prestar ainda mais atenção à estrutura que forma o certificado.
“A nova regra é boa para muitos emissores, pois abre novas fontes de financiamento para algumas empresas. Mas É preciso ler o regulamento, entender quais são as debêntures, qual a liquidez que existe – e se existe -, e de quem você depende. Lembre-se que emitentes menos conhecidos pagam remunerações mais elevadas, mas isso implica maiores riscos. O O COE, por si só, é um produto arriscado e complexo que o investidor pode não precisar ter em sua carteira”, observa.
Primeira emissão de Crédito COE
Dentro da nova resolução, o Itaú Unibanco concluiu esta semana o primeira emissão de COE referenciada ao risco de crédito, no valor de R$ 500 mil. A emissão feita pelo Itaú está ligado a riscos de crédito provenientes da Colômbiapossibilidade de que o novo regulamento também permita. Em uma nota, Luciano Diaferiasuperintendente de produtos da Itaúdestaca que a nova modalidade visa dar mais dinâmica ao mercado de crédito.
As operações na modalidade risco de crédito, bem como operações com risco de mercado, precisa ser registrado na bolsa de valores. Otávio Emmert, superintendente de produtos derivativos de balcão e COE da B3 diz, em nota, que “a nova resolução era muito aguardada e que [… esse novo normativo, em conjunto com as atualizações dos derivativos de crédito ocorridas desde 2023, deve ajudar na precificação de operações de crédito no mercado brasileiro”, comenta.
A Anbima, associação que representa entidades do mercado financeiro, disse que as novas regras estão sendo analisadas em profundidade e debatidas junto às comissões da entidade, mas sinalizou que a resolução atende aos pleitos da Anbima e, entre os benefícios para o mercado em geral, gera incentivo ao mercado secundário de títulos privados de renda fixa pelo fomento a novas originações e ampliação da liquidez dos ativos subjacentes.
Para Costa, chefe de renda fixa da SWM, a nova resolução não deve gerar uma enxurrada de emissões de certificados no mercado, já que esse movimento está mais atrelado à elevação das taxas futuras de juros. “A mudança vai ser mesmo na forma que ocorre a distribuição e para quem se distribui no varejo”.
Eduardo Nassar, líder da área de vendas de produtos estruturados e renda fixa do Banco Genial, nota que algumas instituições talvez precisem de um período de adaptação para alinhar as práticas com as novas formalizações, terminologias e formas de construção de preços. Mas reforça que as novas regras publicadas pelo CMN são um avanço importante para alinhar o mercado brasileiro com padrões internacionais.
“A regulamentação aprimorada contribui para um ambiente de investimento mais transparente e seguro, refletindo um importante passo na aproximação do mercado brasileiro com o mercado internacional. Atualmente, utilizamos o COE de forma pontual, seja para acessar ativos offshore [fora do país] ou para explorar derivados altamente exóticos. Nos próximos 12 meses pretendemos expandir significativamente nosso portfólio geral de operações estruturadas.”
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