Cinco passageiros do voo da Espanha que passou por turbulência seguem internados em Natal | Brasil

Dos cinco pacientes internados, quatro estão na UTI. Porém, não foram revelados detalhes sobre o estado de saúde de cada pessoa e quais procedimentos foram submetidos.

Ainda segundo a Sesap, 36 dos 325 passageiros da aeronave foram atendidos pela rede estadual de saúde.

O voo da Air Europa que saía de Madri, na Espanha, com destino a Montevidéu, no Uruguai, teve que ser desviado para o Brasil na madrugada desta segunda-feira (01), após dezenas de passageiros ficarem feridos devido a uma forte turbulência.

O avião fez um pouso de emergência no aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte, por volta das 2h30.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) mobilizou 15 ambulâncias para transportar os feridos. Veículos do Corpo de Bombeiros e do aeroporto de Natal também participaram do resgate. A maioria dos passageiros foi encaminhada ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, referência em acidentes e traumas no Estado. Outros pacientes também foram atendidos nos hospitais Deoclécio Marques de Lucena e Dr. José Pedro Bezerra (Santa Catarina), ambos da Sesap, e no hospital São Gonçalo do Amarante.

Segundo o ministério, todos os pacientes foram tratados, medicados e passaram por diversos exames. O grupo, além do atendimento hospitalar, foi atendido por equipe multidisciplinar, com psicólogos e assistentes sociais.

O voo, que ia da Espanha para o Uruguai, teve passageiros da Espanha, Uruguai, Israel, Alemanha e Bolíviasegundo a Sesap.

Em nota na manhã desta terça-feira (02), a Air Europa afirmou que seis passageiros permanecem internados, com apoio direto da equipe de solo da empresa, que foram levados para Natal na tarde desta segunda-feira.

Segundo a empresa, o avião enviado pela Air Europa para transferir passageiros do voo UX45 pousou normalmente em Montevidéu.

“Estavam a bordo 303 passageiros, exceto os que ainda se encontram nos hospitais da cidade brasileira juntamente com alguns acompanhantes, bem como um passageiro que já regressou a Espanha”, afirmou em comunicado.

A Air Europa transferiu passageiros de ônibus para a cidade do Recife, onde as características do seu aeroporto facilitam a operação da frota de longo curso. Chegando lá, embarcaram em um novo avião vindo de Madri, enviado especialmente para esta viagem, e voaram para Montevidéu nas primeiras horas da manhã.

“A Air Europa lamenta profundamente o ocorrido, bem como os transtornos causados ​​aos seus clientes. A empresa espera uma rápida recuperação dos passageiros afetados e está à disposição de todos os seus clientes para ajudá-los no que for necessário. sempre prestado pelas autoridades e serviços de emergência de Natal”, concluiu a nota.

Claudio Fernández Arbes, psicólogo uruguaio de 43 anos, relatou o incidente à AFP.

“Não foi turbulência, foi uma queda livre. O avião não apenas tremeu: caiu”, relatou.

Quando a aeronave se estabilizou, “foi como uma colisão de trânsito”. Muitas pessoas foram atingidas por objetos ou pessoas voadoras, uma criança de dois anos ficou presa nos bagageiros e outros passageiros ficaram suspensos e ficaram feridos na queda.

“Foi uma loucura”, disse Arbes ao descrever a cena, com passageiros ensanguentados e gritando.

“Houve alguns segundos de terror absoluto e depois longos minutos de incerteza e desespero”, acrescentou.

Fernández Arbes informou que um passageiro teve um pré-infarto e uma mulher quebrou o quadril. Entre os passageiros havia médicos que ajudaram vários feridos, explicou.

“O pior foi o martírio daqueles 40, 50 minutos até Natal, quando não sabíamos o que iria acontecer. A certa altura, disseram que seguiríamos para Montevidéu e as pessoas começaram a protestar”, disse.

Mariela Jodal, que disse estar entre os passageiros, escreveu na rede X que várias pessoas ficaram feridas devido a “turbulências muito fortes”. Ela escapou da pior parte da difícil experiência “graças” ao fato de seu cinto de segurança estar colocado, disse ela.

Mais tarde, Jodal escreveu novamente a X para relatar que “a tripulação partiu” e os passageiros ficaram “presos no aeroporto de Natal”.

Fernández Arbes também criticou a falta de comunicação da companhia aérea: “Ninguém veio nos contar nada, não sabíamos de nada”.