A seguradora americana Chubb, que estreou no Brasil na década de 1970 e ficou conhecida por atuar no setor automobilístico de luxo – carteira vendida à Porto Seguro anos atrás – começa a pensar em vender apólices diretamente ao consumidor.
Hoje integrante do grupo ACE, que fechou a aquisição da operação global em 2016, a Chubb teve uma experiência de sucesso na oferta de seguros de vida em parceria com o Nubank, com mais de 2 milhões de apólices ativas. Agora, dentro do portfólio de seguros pessoais, é o segmento de viagens que ganha destaque, via marketing digital.
Até agora, a estratégia de marketing era através de parceiros, sobretudo agências de turismo, mas o grupo percebeu que estava a deixar de fora 75% dos consumidores que planeiam as suas viagens de lazer ou de negócios de forma independente.
Segundo os últimos dados da Susep, o seguro viagem gerou R$ 854 milhões em prêmios diretos em 2023, um crescimento de 44,2% em relação a 2019, na fase pré-pandemia da covid-19.
Helena Cunha, diretora de seguros de viagens e acidentes pessoais da Chubb, comentou que a empresa detém 24,1% de participação no segmento. Nas agências de viagens, o perfil dos compradores de pacotes é composto majoritariamente (53%) por pessoas com 45 anos ou mais, sendo 71% das classes C, D, E. Os consumidores que contratam seguros por conta própria são mais jovens. , tem até 45 anos e pertence às classes A e B. “Queremos atingir esse cliente”, afirmou o executivo em reunião com a imprensa. “Incluir o seguro no planejamento não evitará a ocorrência de imprevistos, mas caso aconteçam o viajante terá apoio”, afirmou.
Estão cobertas despesas médicas e odontológicas, despesas farmacêuticas, atrasos e danos a bagagens e cancelamentos de viagens. Planos de viagens internacionais oferecem, por exemplo, remunerações entre US$ 15 mil e US$ 300 mil. Em uma simulação para dois viajantes entre 55 e 60 anos por 20 dias para os Estados Unidos, o custo varia de R$ 405,62 a R$ 1.942,86, entre o plano mais barato e o mais caro. Ter presença global, em 54 países, com uma rede de atendimento parceira, é uma das vantagens que o grupo vai vender na sua comunicação.
O presidente da Chubb no Brasil, Leandro Martinez, diz ver uma correlação no aumento da procura por seguros de viagem após a pandemia. “Em todas as áreas houve crescimento quando você olha os números do mercado. Talvez a percepção das pessoas que estão expostas a riscos tenha ficado mais clara”, afirmou. “No caso do seguro viagem, você não compra até que sua mala se perca no México. A percepção de risco aumentou em sentido amplo.”
Cunha acrescentou que, com o advento da telemedicina, o atendimento também ficou mais fluido, já que o viajante pode ter acesso a um médico brasileiro caso não seja um caso de emergência. Tem total suporte desde o momento da denúncia do sinistro, não é um serviço que inclui apenas reembolsos.
Ao ser questionado se a base do Nubank poderia ser uma forma de também fazer essa oferta, Martinez discordou, afirmando apenas que é um grande parceiro, que aceitou lançar o seguro de vida em plena pandemia, em 2020. “É sempre um a quatro mãos. trabalho. ”
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