Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) sugere que houve uma “troca do tipo emenda” após decisão do Tribunal que proibiu a orçamento secretoem dezembro de 2022. Segundo o documento, de 2020 a 2022, os recursos destinados aos municípios tiveram origem apenas em alterações do relator (RP9). Em 2023, todos os recursos vieram de emendas de comitês (RP8).
O relatório de 319 páginas foi elaborado conforme solicitado pela decisão do ministro Flávio Dino e levou em consideração os dez municípios mais beneficiados por emendas parlamentares por número de habitantes nos anos de 2020 e 2023. Segundo o documento, o Amapá tem 5 das 10 cidades que mais receberam emendas proporcionalmente à população – Tartarugalzinho, Pracuúba, Cutias, Amapá e Vitória do Jari. Os outros estados com cidades na lista são Goiás, Tocantins, Santa Catarina, Bahia e Paraíba.
A cidade de Tartarugalzinho, no Amapá, recebeu o maior orçamento de R$ 87,5 milhões, ou seja, R$ 6.765,42 para cada um dos seus 12.945 moradores. Apenas os 10 municípios listados receberam cerca de R$ 330 milhões de 2020 a 2023.
Entre os ministérios do governo federal, os que mais direcionaram recursos aos municípios selecionados foram Integração e Desenvolvimento Regional, Cidades e Defesa.
Outra conclusão do relatório foi que o dinheiro foi atribuído a novos projectos e não a projectos em curso. Segundo a CGU “quase a totalidade dos recursos repassados via Transferegov.br foram destinados a novos instrumentos, o que parece ir contra a realidade que o país enfrenta com obras paralisadas ou em ritmo lento, por falta de recursos em diversos ministérios; às prioridades definidas nas diversas LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] para projetos em andamento; e o entendimento de que tais recursos ficariam a critério dos ministérios”.
Outro tema levantado pelo relatório mostra que a maior parte dos recursos foi destinada a atividades de pavimentação. O programa do governo federal que mais repassou recursos foi o Programa 2.217, “Desenvolvimento Regional, Territorial e Urbano”, responsável por mais de 50% dos valores empenhados nos municípios analisados pela CGU. Os objetivos do programa incluem o financiamento de obras de pavimentação e recapeamento.
O documento mostra ainda que muitas obras com dinheiro de emendas não foram iniciadas e não foram feitos investimentos nas principais demandas municipais —por exemplo, muitas emendas foram direcionadas para campos de futebol e não para saúde e educação. A reportagem cita os exemplos das cidades de Gameleira (GO) e Pracuúba (AP). Segundo o documento da CGU, os campos de futebol de Pracuúba, por exemplo, foram contratados há mais de 2 anos e meio e, mesmo sendo de simples execução, não foram iniciados.
Em relação especificamente à educação básica, das oito obras objeto das alterações, três ainda não haviam sido iniciadas, tendo seus termos de compromisso cláusula suspensiva, em caso de não execução.
Em relação à transparência, a CGU informou que os ministérios tiveram dificuldades em indicar o parlamentar patrocinador das emendas. As exceções foram os ministérios da Defesa, Turismo, Educação, Desenvolvimento Social e Integração e Desenvolvimento Regional. Ainda segundo a CGU, o Ministério da Defesa era o único que tinha informações no site sobre o autor da alteração de determinado projeto financiado.
A CGU destaca ainda que os municípios têm dificuldades de transparência e que o Transfere.gov é mais transparente e permite maior rastreabilidade do que as transferências fundo a fundo. “A maioria dos municípios não dispõe de ferramentas capazes de garantir a publicidade e transparência dos dados, de forma a permitir o controle institucional e social do orçamento público e, com efeito, promover a eficiência da gestão pública e o combate à corrupção”, diz a conclusão do documento.
A CGU analisou 115 instrumentos de transferência, totalizando R$ 341.535.831,13; 17 termos de compromisso educacional, acompanhados dos sistemas Simec (Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação), e 98 instrumentos no Transferegov.br, sendo 44 contratos de transferência e 54 convênios. Dos 115 instrumentos, 98 são relativos a obras e 17 a aquisições de equipamentos, móveis ou veículos.
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