Quando falamos em alocação diversificada sempre pensamos em quanto devemos contribuir entre renda fixa e renda variável. Mas, como definir a alocação ideal uma vez que ambas as classes estão expostas a fatores de risco semelhantes, como trajetória das taxas de juros, inflação, liquidez e variação cambial, entre outros?
Considerando o mês de agosto como data base, recomendei, em uma carteira local, uma alocação estrutural com perfil moderado com 61% em renda fixa, contra 14% em ações, ao contrário do que geralmente vemos em outros países — no exterior , especialmente entre os investidores norte-americanos, é mais comum uma maior alocação no mercado de ações do que em renda fixa. A principal razão para esta inversão se deve ao fato de a taxa de juros brasileira ser estruturalmente mais elevada. Recentemente, passei a recomendar menor exposição ao mercado de ações local, ao mesmo tempo em que carregava uma parcela adicional em títulos de renda fixa indexados à inflação. Considerando a situação atual, acredito que esta é uma estratégia vencedora para uma carteira bem diversificada no médio prazo. Dito isto, vamos explorar mais a fundo a lógica deste movimento.
Quando olhamos para um longo período, vemos que desde 2006 tivemos seis episódios em que a taxa real (acima da inflação) nas NTNB-s de 10 anos ficou acima de 6%, mesmo nível que vemos hoje. Em cinco desses seis momentos, a alocação nesse ativo gerou retorno superior ao Ibovespa, em média equivalente a 9,7% no período de 12 meses e acima de 15% em 2 anos.
Quando ajustamos esses retornos pela volatilidade, destaca-se também o investimento em juros reais. E por que ajustar a volatilidade? Os investimentos em ações tendem a ter um risco maior, pois apresentam maiores oscilações em seus preços quando comparados aos ativos de renda fixa (sim, os ativos de renda fixa também se depreciam, mas isso é assunto para outra coluna). O natural é esperar que ativos com maior flutuabilidade, ou seja, com maior risco de perda de capital, apresentem um retorno superior para compensar esse risco.
Uma das formas de fazer esse ajuste é calculando o SHARPE INDEX (SI), que mede o excesso de retorno de um investimento em relação a um ativo livre de risco, por unidade de risco adicional. A comparação dos índices de Sharpe de ativos com diferentes graus de risco fornece uma análise mais justa. E respondendo à pergunta acima sobre qual teria sido a justificativa para nosso posicionamento mais concentrado em renda fixa do que em bolsa neste momento: em períodos com taxas de juros reais acima de 6%, o IS da cesta de NTN-B analisada é positivo. Quanto ao Ibovespa, o IS é negativo, ou seja, nestes mesmos períodos, o retorno do investimento no Ibovespa não compensou o risco.
Diversos fatores contribuíram para esse melhor desempenho dos juros reais nos períodos mencionados. Normalmente, vemos taxas de juros reais elevadas em momentos de aversão ao risco ou quando há um ciclo de aumento da taxa Selic. Esses mesmos fatores que jogam a favor dos juros reais tendem a funcionar como obstáculos para o mercado de ações, pois aumentam o custo de financiamento das empresas e destacam a atratividade dos investimentos em renda fixa, reduzindo a base de investidores dispostos a comprar ações. Além disso, o mercado de ações está mais exposto aos riscos internacionais, o que significa que muitas vezes são os fatores externos que ditarão a direção dos retornos. A renda fixa local, por sua vez, apresenta sensibilidade menos expressiva à situação internacional.
Atualmente, temos um ambiente desfavorável para as ações domésticas, com expectativa de manutenção de taxas de juros elevadas por um período prolongado no Brasil, ou mesmo risco de aumento da taxa Selic, num cenário em que a taxa de câmbio permaneça na alta atual níveis. Por outro lado, o cenário internacional de queda das taxas de juros nos EUA poderia ser benigno para os ativos de risco em geral, mas isso ocorre em um ambiente de incerteza quanto ao risco de recessão, o que poderia mitigar os efeitos nos mercados acionários globais num primeiro momento. . Sem falar na presença de riscos geopolíticos importantes.
Portanto, acreditamos que o momento atual, com todos os fatores descritos acima, é mais propício para uma menor alocação na bolsa local aliada a uma sobrealocação em renda fixa, por meio de NTN-Bs ou títulos privados isentos ou incentivados indexados a o IPCA.
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