Embora existam muitas variáveis no mercado de criptomoedas, alguns fatores ajudam a explicar as flutuações de seus preços. Portanto, à medida que o ano avança, analistas e investidores ainda tentam compreender o passado e, na medida do possível, prever o futuro. Em 2024, este exercício revela-se ainda mais desafiante, dados os vários acontecimentos que movimentaram as notícias criptográficas até agora. Neste contexto, as análises são importantes para compreender em que direções olhar, mas é necessária cautela na interpretação e aplicação das mesmas nas decisões de investimento.
Em estudo realizado pela área de Pesquisa da Coinbase, divulgado no início de julho, foram aplicados dois modelos de análise baseados em aprendizado de máquina para descobrir se o desempenho do mercado de criptomoedas no primeiro semestre deste ano foi impulsionado mais por fatores macro (externos) ou por fundamentos das próprias criptomoedas (internos). O objetivo foi verificar se os fatores que influenciaram a indústria nesse período também poderiam ser relevantes no segundo semestre.
O primeiro modelo de análise, regressão linear, indica de forma simples e objetiva o quanto fatores internos e externos podem ter contribuído para o preço dos criptoativos dentro de um período de tempo, enquanto o segundo, denominado floresta aleatória (Random Forest), considera a importância de cada fator, fornecendo resultados mais complexos e detalhados.
Em relação ao Bitcoin (BTC), ambos os modelos identificaram o fluxo de capital fornecido pelos ETFs Bitcoin à vista como o principal fator que impulsiona o desempenho do ativo. Aprovados em janeiro pela SEC, órgão regulador do mercado financeiro dos Estados Unidos, os ETFs permitem que grandes gestores de ativos aloquem os recursos de seus clientes em produtos regulamentados, o que contribui para o aumento do volume de negociação e da liquidez dos ativos.
Contudo, apesar da concordância quanto ao principal fator impulsionador do mercado, os modelos de análise utilizados indicam divergências em relação aos demais agentes. Enquanto o modelo de regressão linear aponta características fundamentais do Bitcoin, como o número de endereços ativos, importante indicador de adoção, e a taxa de recompensa, indicador do controle da inflação do ativo, o modelo de floresta aleatória aponta fatores macroeconômicos, como o índice de preços de ações e commodities, tão importante na condução dos preços no primeiro semestre do ano.
A análise desta divergência de resultados leva-nos a reforçar a análise anterior que realizámos em Junho que, dada a falta de factores macroeconómicos, marcados principalmente pela incerteza quanto aos cortes nas taxas de juro e às decisões económicas tomadas pela SEC nos Estados Unidos, a Criptomoeda os fundamentos continuaram sendo o principal fator com impacto nos preços no curto prazo.
Se no primeiro semestre a falta de grandes movimentos macroeconômicos conferiu à própria criptoindústria um protagonismo no jogo, a perspectiva é que esse cenário se reverta no segundo semestre.
Embora as perspectivas de mercado não consigam captar antecipadamente o impacto de cada factor sobre os preços, há mais previsibilidade em relação às decisões e eventos que devem ser observados de perto. O primeiro deles é o impacto no mercado spot de ETFs Ethereum, que começou a ser negociado nos Estados Unidos no dia 23 de julho. Tal como acontece com os ETFs BTC, poderemos ver um grande fluxo de novo capital sendo injetado no setor nos próximos meses e anos, contribuindo para o aumento do volume de negociação e da liquidez da ETH.
Além disso, é mais um marco importante para a indústria e representa um endosso dos órgãos reguladores e do mercado quanto à legitimidade dos ativos digitais como parte do sistema financeiro global.
Além do início das negociações dos ETFs Ethereum, há também o corte da taxa de juros americana pelo Federal Reserve, adiado nos meses anteriores e previsto para ocorrer em setembro. Historicamente, as decisões do Fed têm impacto no mercado de criptoativos e existe uma relação de juros entre as taxas de juros e diversas classes de ativos. Em geral, os juros elevados favorecem os investimentos em renda fixa, desfavorecendo a escolha por criptomoedas e ativos de longo prazo. A queda desta taxa poderá, portanto, ser uma alavanca para a injeção de capital no setor por parte de investidores institucionais e de retalho.
Vale a pena notar, contudo, que os modelos de previsão também não conseguem captar o sentimento dos investidores relativamente aos movimentos do mercado. Assim, embora as reduções nas taxas de juro possam excitar o mercado e aumentar a liquidez, também podem prejudicá-lo, se forem vistas como uma medida tomada tendo em vista uma potencial recessão, o que aumentaria o medo dos investidores. .
Ainda nos Estados Unidos, as eleições presidenciais também estão diretamente relacionadas às criptomoedas, com um importante segmento de eleitores formado por criptoinvestidores e acenos positivos ao setor por parte dos candidatos. Além disso, também é discutida a postura futura, mais agressiva ou mais branda em relação às criptomoedas, que cada candidato deverá adotar em caso de vitória.
Entre os fatores internos, com impacto tão difícil de prever quanto os externos, estão: o comportamento dos fluxos de ETF Bitcoin e Ethereum, bem como o aumento da adoção de criptomoedas em alguns países; expansão dos casos de uso de criptoativos; maior conectividade com tecnologias blockchain e soluções financeiras locais em cada país, entre outras.
Por fim, embora as análises possam fornecer indicações e delinear as mais variadas perspectivas, como em todas as classes de investimento, é necessário cautela, estratégia e informação para tomar decisões de investimento conscientes. Mais do que respostas e orientações claras sobre como ou em quais ativos investir, os investidores devem estar atentos aos movimentos internos e externos que influenciam o mercado e analisá-los de forma fria e prudente.
Fábio Plein é diretor regional para as Américas da Coinbase
E-mail: fabio.plein@coinbase.com
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