Em julho, a bolsa brasileira registrou seu melhor desempenho do ano. Mas engana-se quem pensa que isso encorajou os analistas a correr mais riscos em agosto. A Carteira Valor continua com uma seleção majoritariamente conservadora, com foco nos exportadores de commodities. De julho a agosto, a lista de estoques mais recomendados teve cinco alterações e o número de produtores de matéria-prima passou de cinco para seis, aumentando a hegemonia na seleção.
A Petrobrás aparece novamente na liderança, desta vez com seis indicações. Outros produtores de commodities que permanecem na seleção são a mineradora OK, apontado por cinco corretores, o fabricante de celulose e papel Klabin, indicado quatro vezes e a geladeira JBS, selecionado por três casas. Mas não são os únicos do segmento que aparecem na lista. O que há de novo são de responsabilidade da distribuidora de combustível Vibra, com quatro nomeações, e a companhia petrolífera Priocom três.
As empresas que fabricar e exportar matérias-primas muitas vezes trazem um função defensiva às carteiras dos investidores. Isso acontece porque eles Estão expostos a diferentes mercados e, portanto, ajudam a mitigar riscos relacionados ao cenário local e até mesmo a choques específicos. Com a valorização do dólar, muitas dessas empresas poderão ver um aumento significativo no seu faturamento, já que parte de suas vendas são realizadas no exterior. Portanto, esse movimento pode impactar positivamente em seus balanços e, consequentemente, refletir em suas ações.
Além dos exportadores de commodities, outro setor considerado defensivo é o financeiro. Além de as empresas do segmento serem consideradas sólidas, também tendem a apresentar menor volatilidade, sem movimentos bruscos tanto em períodos de alto crescimento da bolsa quanto em momentos de mau humor. Assim, representam uma opção segura independente do cenário. Não à toa, o setor foi o segundo com mais representantes no mês de agosto. As ações de Itaú Unibanco, recomendado por cinco corretoras e da seguradora BB Segurançaindicado por três, permaneceu na lista no final do mês.
Fechando a lista estão duas novidades: a empresa de energia Eletrobrás e o varejista Rennerambos com duas indicações. No caso do primeiro, entra em jogo também a tese da segurança, uma vez que as empresas prestadoras de serviços fundamentais tendem a ter receitas mais permanentes. A segunda, porém, é uma das opções mais arriscadas do mês.
Carteira Valor x Ibovespa
A Carteira Valor subiu 0,94% em julho, contra alta de 3,02% do Ibovespa. No acumulado do ano até julho, a seleção acumulou queda de 11,77% contra queda de 4,87% no principal índice da bolsa. Nos 12 meses até julho, a Carteira acumulou queda de 5,98% contra alta de 4,68% do Ibovespa.
A seleção de Carteira de valor ocorre por meio das dez ações mais recomendadas pelas corretoras participantes. São sugeridos cinco títulos por instituição, de um total de 14, para formar o ranking dos ativos mais adequados para o mês.
Em caso de empate, prevalecem as ações com maior volume financeiro médio em bolsa nos últimos 90 dias úteis encerrados no final de cada mês. A rentabilidade é calculada mensalmente com base na variação média simples dos títulos. Vale ressaltar que as indicações não consideram pesos diferenciados entre os ativos.
As corretoras que compõem a Carteira Valor são: Ativa, Ágora, BB Investimentos, CM Capital, Genial, Guide, MyCap, Nova Futura, Pagbank, Planner, Safra, Santander, Terra Investimentos e XP Investimentos.
Até o mês de julho, a corretora Órama fez parte do Portfólio Valor. Porém, como a empresa foi comprada e vinculada ao BTG Pactual, ela não fez mais parte da seleção. Até julho, a carteira da Órama caiu 7,80% no ano.
Veja abaixo as explicações para cada uma das funções indicadas.
Segundo Regis Chinchila, analista da Terra, Magda Chambriard, nova presidente da Petrobras, se comprometeu a dar continuidade à estratégia atual, que está focada na “coerência econômica” e na “manutenção da rentabilidade”. E, segundo o analista, isso é positivo para os investidores. “Com forte geração de caixa esperada nos próximos anos, a Petrobras deverá acelerar seus investimentos (capex, no jargão de mercado) aproveitando a capacidade de investir até R$ 100 bilhões. A continuidade das políticas de preços dos combustíveis e dos investimentos nas refinarias, bem como a transição energética, reforçam uma visão optimista”, afirma o especialista.
Por fim, o analista destaca que a empresa mantém uma forte capacidade de distribuição de dividendos, “o que sustenta uma perspectiva positiva, mesmo com desafios na execução de investimentos orgânicos”.
Analistas da CM Capital destacam que o preço das ações da Vale caiu muito recentemente. Isto se deve em parte ao declínio do minério de ferro. No entanto, a empresa teve aumento de 200% no lucro no segundo trimestre e anunciou recentemente o pagamento de R$ 8,9 bilhões em juros sobre capital próprioo que poderia tornar a empresa “mais atrativa para os investidores”, segundo analistas da CM.
Para Regis Chinchila, analista da Terra, as perspectivas para o setor continuam voláteis devido às políticas de estímulo da China e às incertezas geopolíticas, porém, espera-se uma retomada da demanda por aço, além da possibilidade de aumento da demanda por metais devido à conflitos como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Para ele, essas possíveis mudanças representam oportunidades de longo prazo para a empresa. “Apesar das revisões de produção, a Vale continua apresentando sólidos resultados operacionais, consolidando sua posição como uma opção atraente para investidores interessados no setor de mineração”, acrescenta.
Para analistas da Ágora, os bancos, em geral, devem registrar lucro líquido e tendências estáveis no segundo trimestre deste ano. Porém, entre os nomes de grande capitalização, a expectativa da casa é que o Itaú registre os melhores resultados no trimestre.
“Esperamos lucro líquido de R$ 10,1 bilhões. É importante destacar que a qualidade dos ativos pode permanecer sob controle, com a inadimplência e o custo do risco estáveis no trimestre”, afirmam os analistas em nota. Portanto, a expectativa é que os bons resultados se reflitam nas ações da empresa. A expectativa é que o Itaú Unibanco divulgue seus resultados na próxima semana.
Fernando Siqueira, analista da Guide, afirma que a escolha da Vibra se baseia na ideia de que ela manterá os resultados no segundo trimestre deste ano. Ele afirma ainda que as ações da empresa têm sido negociadas a preços abaixo do que seria justo pelos seus números, o que significa que há espaço para crescimento.
“A empresa está sendo negociada com múltiplos baixos e atua em um setor pouco cíclico, o que é positivo no momento atual. Com a expectativa de altas taxas de juros no Brasil por um tempo, acreditamos que os investidores continuarão preferindo mais ações defensivas”, afirma.
Analistas da CM destacam que a Klabin apresentou bons números no segundo trimestre deste ano. Para eles, o principal destaque foi o aumento de 53% no EBITDA ajustado em relação ao mesmo período do ano passado, bem como a estabilidade dos seus níveis de endividamento em relação ao trimestre anterior. Após a divulgação dos resultados da empresa, os números foram bem recebidos e as ações da Klabin subiram.
Segundo os analistas da CM, a divulgação dos dados operacionais de junho mostrou que a empresa “continua a aumentar a produção de petróleo, mesmo com problemas em algumas plataformas”. A empresa afirma que o mercado continua aguardando o início das operações do Campo de Wahoo, que aumentará em 30% a produção de petróleo da empresa.
“Por estes motivos, acreditamos que as ações da empresa são uma boa aquisição não só para agosto, mas para o médio prazo. Numa janela de seis a 12 meses, vale ficar posicionado nas ações da empresa esperando a valorização da ação devido a esse aumento de produção”, afirma a corretora em nota.
Analistas da Ágora destacam que a JBS é “a maior produtora global de proteínas e a segunda maior empresa de alimentos do mundo”. Segundo a empresa, a empresa possui 300 fábricas em diferentes regiões e presença comercial em mais de 22 países, o que ajuda a empresa a mitigar riscos e aproveitar oportunidades em diferentes cenários.
“Neste momento, vemos a JBS oferecendo a melhor combinação de crescimento de lucros, estrutura de capital e avaliação entre as empresas brasileiras de proteínas”, afirmam os analistas. Ainda segundo Ágora, a diversificação da empresa oferece “uma ferramenta única para navegar com sucesso na volatilidade do setor”. Para o segundo trimestre deste ano, os analistas esperam que as divisões de carne de frango sejam o destaque, “com preços fortes e demanda resiliente levando a uma expansão nas margens operacionais”.
Analistas da Ágora destacam o bom desempenho que a BB Seguridade teve no primeiro trimestre, com lucro de R$ 1,84 bilhão. Segundo a corretora, a empresa deve apresentar “desempenho semelhante no segundo trimestre”. Os analistas destacaram ainda que as ações da BB Seguridade continuam “oferecendo um rendimento de dividendos atrativo”, que gira em torno de 10% no ano.
Recentemente, a empresa anunciou que distribuirá R$ 2,7 bilhões em dividendos relativos ao lucro líquido do primeiro semestre de 2024, mas os valores por ação e as datas de pagamento serão divulgados após a divulgação dos resultados do segundo trimestre. “Este cenário pode ser considerado uma ‘almofada’ de segurança, especialmente num contexto de aversão ao risco”, afirmam os analistas.
Analistas do MyCap destacam que as ações da Eletrobras continuam descontadas (ou seja, negociadas por preço inferior ao que seria considerado justo diante dos indicadores da empresa). Portanto, as ações têm “alto potencial de valorização”. Segundo a corretora, a empresa deve apresentar equilíbrio “com melhorias operacionais, novos contratos de venda de energia no mercado livre e redução de despesas extraordinárias”, o que também tende a ser positivo.
“A empresa se beneficia de sua ampla atuação no setor elétrico, envolvendo geração, transmissão e distribuição de energia no país, demonstrando resiliência em tempos de volatilidade do mercado. Além disso, destaca-se pela alta liquidez, previsibilidade de receitas por meio de contratos de longo prazo e oferta de serviços essenciais”, acrescenta a corretora.
Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, destaca que a Renner é líder no varejo de moda no Brasil e tem uma estratégia diversificada, com presença física e digital. O especialista reforça ainda que a empresa possui mais de 10 marcas e um amplo portfólio de produtos, além de forte presença em shopping centers, o que proporciona acesso a diversos públicos.
Para ele, a empresa está bem posicionada para aproveitar a demanda reprimida do consumidor. “Com múltiplos financeiros atrativos e demanda reprimida no setor de vestuário, a Renner está bem posicionada para se beneficiar da recuperação econômica, tornando-se uma opção interessante para investidores que buscam oportunidades no varejo”, afirma o especialista.
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