O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou estar confiante de que a inflação futura será inferior à inflação esperada.
Em outras palavras, acho que o preço que o mercado está precificando hoje não está em sincronia com a realidade.” Campos Neto disse ainda que é preciso fugir da narrativa de que o Banco Central tem sido político e explicar o que está sendo feito.
Participando de evento no Banco Central Europeu (BCE), o presidente do BC disse acreditar que há uma desconexão entre a inflação esperada atualmente e os atuais e fundamentos da economia brasileira. O relatório Focus, publicado semanalmente pelo BC, mostra continuidade da tendência de alta nas expectativas de inflação. Para 2024, a mediana das projeções atingiu 4% após oito semanas consecutivas de aumentos. Para 2025, a mediana atingiu 3,87% em nove semanas consecutivas. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) apontou que o colegiado buscará a reancoragem das expectativas “independentemente das fontes da desancoragem ora observada”.
Questionado sobre as críticas feitas pelo presidente Lula à sua atuação e à do BC, Campos Neto disse que é preciso separar a narrativa política do trabalho técnico que o BC precisa fazer. Ele argumentou que a autoridade monetária fez, em 2022, o maior aumento das taxas de juro num ano eleitoral na história de qualquer mercado emergente.
“Se isso não é prova de que você é independente e que agiu de forma autônoma, é difícil encontrar outro exemplo.”
Lula tem criticado Campos Neto nas últimas semanas. Na terça, ela disse que Campos Neto tem viés político, mas que não pode fazer outra coisa senão esperar o fim do mandato e indicar alguém. O presidente do BC disse que a última decisão do Copom comprova que o grupo da diretoria está coeso na tentativa de encontrar uma solução técnica para o país.
Sobre a decisão de interromper a descida das taxas de juro, explicou que não está apenas relacionada com os números atuais da inflação, mas também com ruídos recentes. Segundo ele, houve uma recente “sell-off” em alguns mercados emergentes com impacto no Brasil, “mas acredito que isso esteja mais relacionado ao ruído que foi criado do que aos fundamentos”.
Nesse sentido, Campos Neto destacou que o ruído está relacionado aos canais de expectativas da trajetória da política fiscal e expectativas de política monetária. “Quando você tem esses dois ao mesmo tempo, acho que criou incerteza suficiente para que precisemos parar e ver como arrumar o canal e nos comunicar melhor para eliminar o ruído.”
Campos Neto disse que há um prêmio de risco na curva, que subiu nas últimas semanas, pela incerteza do que deve acontecer na próxima liderança e equipe que assumirá a autoridade monetária. O presidente do BC destacou que a mudança está sendo feita de forma muito lenta, com troca de dois diretores por ano e que o prêmio deve diminuir.
O presidente do BC também comentou sobre a taxa neutra no Brasil. Nos últimos minutos, o Copom informou que a taxa neutra passou de 4,5% para 4,75%. Campos Neto afirmou que a alíquota está muito alta e seria preciso falar nas reformas necessárias no médio prazo para baixá-la. “Você pode falar sobre a quantidade de crédito subsidiado, a trajetória da dívida e a produtividade.”
No painel, Campos Neto também foi questionado sobre qual seria o maior risco para a economia e respondeu que, se você olhar o preço atual dos mercados, seria o risco fiscal para o Brasil e parte dos mercados emergentes. Segundo ele, isso “vai e vem” e tem a ver com crescimento, produtividade e outras coisas.
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