O terreno de 30 hectares está arrendado para outros produtores. Uma parte abriga a pecuária, em área montanhosa, e em outra há lavouras de soja e milho, em terras na várzea do Rio Forquetinha, que corta o município. Na sede, a família investiu para criar um espaço de “cartão postal”, com uma bela residência de campo e um lago – a construção mais antiga é uma casa que os antepassados de sua esposa construíram na década de 1880. Mas, no final de abril, o local, que era motivo de orgulho para os Feils, viveu momentos de terror. Pela primeira vez em cerca de 140 anos, as águas avançaram para as casas, numa zona mais elevada, deixando a família isolada, assim como a maior parte do concelho.
“Ficamos presos em casa por cinco dias. Depois, quando a água baixou, ficamos mais 12 dias sem luz e 20 dias sem internet”, lembra Feil. Em quase metade da área, o solo arável desapareceu, puxado pela força do rio, restando apenas terrenos duros, pedregosos, cheios de buracos escavados pela corrente. Na outra metade, Forquetinha depositou lama espessa, cobrindo o que seria destinado às plantações. “Agora é ver como vamos recuperar essas terras”, diz o produtor. “Prevê-se que os valores dos terrenos caiam muito. Nas várzeas, a água do rio é capturada. No morro há deslizamentos de terra. Nem sabemos onde podemos investir.”
As perdas de produção por falta ou excesso de chuvas são um problema recorrente no Rio Grande do Sul. Segundo os meteorologistas, isso ocorre porque o Estado está na região do Brasil mais propensa a sofrer oscilações extremas nas condições climáticas. “Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e parte do Mato Grosso do Sul têm problemas climáticos mais frequentes que o resto do Brasil, tanto envolvendo secas quanto excesso de chuvas”, diz Gilberto Cunha, agrometeorologista da Embrapa Trigo, do Fundo Passo ( RS).
Desde o final da década de 1970, o Rio Grande do Sul sofreu perdas com a seca em 16 temporadas. “Essas secas ocorrem com mais frequência durante a colheita de verão. As chuvas excessivas tendem a afetar mais as culturas de inverno, como o trigo. Mas, às vezes, afetam também a produção de verão, como aconteceu agora em 2023/24, quando o plantio da soja foi atrasado devido à umidade e as enchentes comprometeram a colheita”, afirma Cunha. Com a multiplicação dos eventos climáticos, ele defende que os produtores adotem estratégias de gestão de riscos, como práticas que minimizem os efeitos da seca e das chuvas.
As perdas por mau tempo têm sido recorrentes, mas, segundo Glauco Freitas, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as mudanças climáticas têm acentuado os efeitos dessas ocorrências. “Os eventos são mais intensos, frequentes e duram mais. Não me lembro de termos sofrido secas severas consecutivas, como aconteceu em 2021/22 e 2022/23. Ainda agora, nas chuvas de abril e maio, tivemos chuvas imensas, acima de 800 milímetros, em apenas três a quatro dias, em 80% do estado do Rio Grande do Sul. Isso atrai muita atenção.”
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