Com resistência do Psol e do Novo, a Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, a proposta de emenda constitucional (PEC) que abre caminhos para anistia de multas por descumprimento de pagamentos mínimos para candidatos negros. No primeiro turno, o texto-base contou com o apoio de 344 deputados, teve 89 votos contrários e quatro abstenções.
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A proposta segue para análise no Senado Federal, onde deverá passar por comissões antes de ser apreciada pelo plenário da Câmara liderado por Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O projeto aprovado pelos deputados também cria um programa de refinanciamento de dívidas partidárias e dá aprovação à utilização de recursos do fundo partidário para pagamento de multas eleitorais. Também prevê a prorrogação do perdão de multas aplicadas contra siglas em processos de responsabilização eleitoral.
Além disso, a matéria inclui na Constituição a obrigatoriedade de os partidos repassarem 30% dos recursos do fundo eleitoral para financiar as campanhas dos candidatos negros. Esta regra entrará em vigor este ano.
Pela proposta, até a promulgação da PEC, as transferências serão validadas mesmo que não cumpram as regras previstas na proposta. Como resultado, os partidos não serão punidos se deixarem de efetuar pagamentos a candidatos negros.
O relator Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) incluiu dispositivo que estabelece que os recursos não aplicados em eleições anteriores deverão ser compensados a partir de 2026.
Relatórios anteriores à versão aprovada continham dispositivo que representava restrição à atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF). O trecho indicava que somente o Congresso poderá, por meio da aprovação de uma lei, definir quais partidos cumprem os repasses mínimos de recursos do fundo e fundo partidário para minorias. Esse ponto foi retirado pouco antes da PEC ser apreciada nesta quinta.
Ao abrir a votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) explicou que uma resolução do TSE estabeleceu as cotas para partidos sem aprovação do Congresso e sem que os partidos tivessem tempo de se preparar para cumprir a medida. “Essa lei foi imposta por resolução do TSE, mantida pelo Supremo Tribunal Federal, e esta casa tem a obrigação de regulamentá-la”.
Para realizar a votação nesta quinta, Lira convocou a deputada Renata Abreu (Podemos-SP), que liderou as negociações para viabilizar avanços no assunto nos últimos meses. Em junho, ela, que é presidente nacional do Podemos, saiu de licença para se dedicar à campanha eleitoral municipal.
De acordo com Valorela estava de férias com a família no Ceará, mas, a pedido de Lira, desembarcou em Brasília esta manhã.
Ao contrário do texto, o deputado Fernanda Melchionna (Psol-RS) classificou a PEC como impopular e hostil.
“Há uma anistia ampla, geral e irrestrita para diversos casos de desvio de recursos públicos. Em segundo lugar, há uma tentativa de que a maior anistia da história já seja aprovada na Câmara dos Deputados. isso”, disse Fernanda.
Alinhado ao deputado do Psol, o deputado Adriana Ventura (Novo-SP) disse que o texto é vergonhoso. “Isso é uma pena e eles usam as mulheres e os negros como desculpa. Vamos parar de nos fazer de bobos aqui.”
No ano passado, a PEC tramitava na comissão especial, mas nunca foi apreciada devido à repercussão negativa.
Como o prazo de 40 sessões já havia sido ultrapassado, Lira retomou o tema em junho e tentou colocar a proposta em votação. Desde então, a apreciação da questão foi adiada algumas vezes, mas hoje, último dia de trabalhos da Assembleia, a votação teve finalmente lugar.
Questionado sobre a decisão de retomar a análise da proposição, Lira explica que foi uma cobrança de dirigentes partidários e de lideranças da Câmara.
O alagoano indicou que só tentaria votar se houvesse sinalização de Pacheco de que não bloquearia o andamento do tema no Senado. A interlocutores, Lira disse que a PEC voltou à pauta porque o mineiro havia sinalizado aos líderes partidários que encaminharia a votação caso a matéria recebesse aprovação da Câmara.
Os aliados de Pacheco dizem que atualmente ele está focado apenas na dívida do Estado e na redução de impostos sobre a folha de pagamento. Eles não descartam, porém, que o assunto seja encaminhado a uma comissão da Câmara. O presidente do Senado já sinalizou “não ter pressa” no plenário.
No Senado, membros da oposição já dão como certo que, se Pacheco não orientar o texto, certamente o seu sucessor o fará. Um dos favoritos é o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Davi Alcolumbre (União-AP)que já foi procurado para falar sobre o tema pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
“A tendência é apoiar [Alcolumbre]. O homem tem trabalhado, trabalhou bem no passado e vai colher isso agora”, disse Valdemar em junho.
Votação foi adiada na semana passada
Na semana passada, Lira colocou a PEC em lista de votação e insinuou que Pacheco concordou com o avanço da matéria.
Na época, ele foi pressionado por parlamentares do Psol e do Novo para retirar a PEC da pauta. Ele argumentou que a maioria dos presidentes de partidos é a favor e que Pacheco estaria comprometido.
“Vou ser bastante franco com o plenário da Câmara: esta presidência não tem nenhuma vontade pessoal de votar essa PEC. Novo e Psol, se posicionaram a favor da PEC. Portanto, aos líderes desses partidos, venham ao plenário e expliquem a posição de cada partido, inclusive do presidente do Senado. [Rodrigo Pacheco (PSD-MG)], que se comprometeu a orientar esta PEC. Por isso está sendo votado e listado hoje para apreciação também naquela casa de direito”, explicou Lira.
O deputado pediu então aos dirigentes dos partidos favoráveis à proposta que fossem ao plenário “para não parecerem o que não são”. “Essa presidência não tem interesse em votar essa PEC”.
Posteriormente, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) defendeu seu pedido de retirada de pauta e destacou que o “texto foi publicado em cima do laço” e que uma mudança constitucional não poderia ser analisada de forma aleatória.
Lira iniciou o chamado para lideranças orientarem. Alguns deles evitaram prolongá-la e apenas manifestaram sua posição contra a retirada da agenda.
Apesar de sua sigla fazer parte do acordo que viabilizaria a votação, o líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), disse que a opinião do relator Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) precisava ser melhorada.
“Preciso dizer que existe um acordo entre a maioria dos partidos de que esse texto deve ser abordado. Precisa ser abordado, porque o Tribunal de Contas Eleitorais regulamentou normas eleitorais inovadoras em relação ao ordenamento jurídico brasileiro. Agora, há uma diferença importante entre o texto apresentado anteriormente e o que está sendo apresentado pelo relator. Entendemos que o texto precisa ser melhorado”, afirmou o petista.
A posição do líder petista foi suficiente para que Lira decidisse retirar a PEC da votação. “Vamos tirar hoje da ordem do dia e quando os partidos políticos interessados neste texto concordarem com ele, voltaremos à ordem do dia. Em agosto”, anunciou.
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